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09/11/2017 11:11 - Em um Natal de venda fraca, internet será principal canal para as compras

São Paulo - A melhora de indicadores que influenciam o consumo, como a queda dos juros e dos preços, ainda não vai se refletir nas vendas do Natal deste ano, que devem crescer abaixo da inflação. A data será marcada também pelo protagonismo da internet, que pela primeira vez é vista como principal canal de compra pelo brasileiro.

 

Em busca de ofertas e com uma renda ainda comprometida, 40% dos consumidores farão compras para o período através do comércio virtual, mostra estudo divulgado ontem pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).

 

O e-commerce apareceu na frente dos shopping centers e das lojas de departamento, que foram mencionados por 37% dos entrevistados como local onde pretende concentrar o consumo para a data. No estudo do ano passado, o percentual de consumidores que pretendiam comprar no comércio virtual era de 32%.

 

De acordo com a economista-chefe da SPC Brasil, Marcela Kawauti, é a primeira vez, desde que a empresa realiza o levantamento, que a internet aparece como principal canal para as compras do período. Para ela, a mudança ocorre pela maior facilidade de comparar preços no meio digital, em um momento em que o consumidor está em busca de boas oportunidades, e também pelo aumento da presença do e-commerce no cotidiano dos brasileiros. Segundo o estudo, os que afirmaram que irão comprar pela internet consumirão, em média, 54% dos presentes através do canal digital.

 

Estabilidade

 

As vendas do período devem movimentar este ano R$ 51,2 bilhões, mostra a pesquisa. Se concretizada a previsão, o montante será 2,4% maior, em termos nominais, do que os R$ 50 bilhões da pesquisa de 2016. Descontados os efeitos da inflação, contudo, a tendência é que a variação fique negativa ou estável. Em setembro deste ano, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo IBGE, fechou em 2,54% no acumulado dos últimos doze meses.

 

Para a economista do SPC Brasil, um crescimento mais consistente do faturamento do Natal só virá em 2018, e dependendo dos desdobramentos no cenário político. Para recuperar o patamar de antes da crise o horizonte é ainda mais distante e ela estima que o varejo atinja novamente o nível de 2013 apenas em 2020 ou 2021.

 

Apesar do desempenho ainda fraco previsto para este ano, Kawauti considera o cenário positivo. "Estamos vindo de três anos de quedas consecutivas no Natal. Ficar no zero a zero este ano já é um sinal de recuperação", afirma. De acordo com ela, as vendas da data comemorativa caíram 16% em 2015 e 1,5% no ano passado.

 

O estudo mostrou ainda que a intenção de comprar presentes este ano se manteve estável, em relação ao ano passado, e 73% dos entrevistados afirmaram que pretendem presentear. Apenas 8% disseram que não vão comprar nenhum presente e 18% ainda não decidiram. No ano passado e em 2015, a relação foi semelhante.

 

Na hora de decidir em qual ponto de venda comprar, os principais fatores que serão levados em conta pelo brasileiro são os preços e as ofertas e promoções, assim como ocorreu em 2016. Este ano, no entanto, a importância dos dois fatores aumentou. Os preços, que tinham sido citados por 52% dos consumidores no ano passado, foram mencionados por 58%, e as ofertas e promoções passaram de 43% a 50%. "Os varejistas ainda terão que ser criativos para conseguir atender esse consumidor que continua com o orçamento apertado", diz a economista.

 

Em relação ao tíquete médio das compras o valor deve ficar praticamente estável este ano. A projeção da CNDL é de um gasto de R$ 461,91, frente dispêndio de R$ 465,59 em 2016. Dos entrevistados, 26% afirmaram que pretendem gastar menos este ano e a justificativa foi a situação financeira ainda ruim e o orçamento apertado. Na outra ponta, 19% consumirão mais e 33% o mesmo valor.

 

Meio de pagamento

 

O levantamento mostrou que o principal meio de pagamento será o dinheiro, utilizado por 34% dos brasileiros, seguido pelo cartão de crédito parcelado (31%) e pelo cartão de débito (19%). A fatia que pagará em dinheiro caiu 14 pontos percentuais, em comparação a 2016. Houve alta, em contrapartida, no cartão de débito.

 

 

 

Fonte: DCI São Paulo

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