Economia
21/07/2017 12:17 - Inflação deve ficar em 0,10% no mês e refletir alta de tributos até fim do ano
A inflação de julho deve ficar positiva em 0,10%, pressionada pelo fim das influências de alimentos in natura, combustíveis e energia, vistos em junho. Para especialistas, porém, valor dentro da meta será insuficiente para um recuo maior na taxa básica de juros.
Apesar de os últimos dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15), divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), terem demonstrado queda de 0,18%, após a alta de 0,16% no mesmo indicador do mês passado, o fim dos impactos de alimentos, transportes e energia devem elevar a inflação do mês. No IPCA total de junho, a deflação registrada foi de 0,23%.
De acordo com o economista e coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), André Braz, os reflexos que favoreciam os números mais negativos na inflação do mês passado tendem a arrefecer nos próximos 15 dias.
"O efeito sazonal que refletiam queda nos preços de alimentos in natura, por exemplo, já está se esgotando. Na gasolina, a perspectiva de aumento de impostos nos combustíveis já colabora para refrear esses resultados e, por fim, o impacto dos ajustes na energia elétrica deve se esgotar até o fim do mês", explica.
Braz reforça que, nessa linha, a expectativa é que a inflação deste mês volte a subir e alcance os 0,10%. "Isso vai, sim, trazer a inflação para um terreno positivo", completa.
Dentre os grupos com maior peso, a queda de 0,55% (Alimentos e Bebidas) e de 0,64% (Transportes) vieram, de um lado, por batata-inglesa (-19%), tomate (-8,48%) e frutas (-4%) e, de outro, por combustíveis, que caíram 3,16% no indicador, liderado principalmente por etanol (-4,81%) e gasolina (-2,98%).
Segundo o economista do Conselho Federal de Economia (Cofecon), Eduardo Reis de Araújo, o efeito deve se estender até o final do ano.
"A imprevisibilidade impossibilita um controle mais acirrado na inflação e, com tributos maiores em combustíveis, os próximos meses devem mostrar alta de preços para o grupo transportes, principalmente porque o reflexo real disso deve começar apenas no final de agosto", analisa.
Para o professor de economia da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), Odilon Guedes, a queda mais acentuada do IPCA e sua "sustentabilidade" ao longo deste e do próximo ano dependem do panorama geral do País.
"O cenário dificulta medidas efetivas para retomada por parte do governo e isso segura a inflação pra baixo. De qualquer forma, a saída é esperar para ver", completa.
"Vigilante e cauteloso"
Os especialistas consultados pelo DCI ponderam, no entanto, que mesmo com a inflação atingindo os patamares mais baixos desde 2010, o ambiente político e econômico do País tende a prorrogar o conservadorismo por parte do Banco Central, diminuindo um pouco da intensidade de cortes na taxa básica de juros (Selic), atualmente em 10,25% ao ano.
"Os preços, como estão, abrem muito espaço para uma ação mais agressiva na redução dos juros, mas as indicativas de que a crise política persistirá, traz insegurança demais", justifica Guedes.
A expectativa de que o aumento de impostos em combustíveis "abra mais portas" para altas nos demais tributo, somada às incertezas climáticas e políticas, "aumentam o conservadorismo".
"Derrubar um ponto na Selic é muito agressivo para um BC que está vigilante e cauteloso", afirma Araújo.
"Além disso, apesar do acerto na política monetária, muito da inflação é segurado pela fraca atividade econômica e a dúvida é se o indicador aguentará a retomada do País. Nessa altura, é impossível medir o quanto o IPCA é perene e se conseguirá se manter decente até 2019, quando o ambiente político deve ter fôlego", conclui o economista da Cofecon.
Apesar da inflação maior esperada para os próximos meses, no entanto, a expectativa é de que o indicador continue entre 3% e 3,5% em 2017.
Fonte: DCI São Paulo
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