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21/06/2017 14:15 - Consumidores estão mais otimistas na capital mineira

Índices macroeconômicos – como inflação e juros em queda – e um controle maior das finanças pessoais estão deixando o consumidor de Belo Horizonte otimista. O Indicador de Confiança do Consumidor (ICC), realizado pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), atingiu 50,9 pontos no primeiro trimestre deste ano, representando um avanço de 10,3 pontos no comparativo com o último levantamento de 2016, que ficou em 40,6 pontos. Esta é a primeira vez, desde o final de 2015, que o índice tem resultado positivo, acima de 50 pontos. Outro destaque fica para a expectativa quanto às finanças pessoais nos próximos seis meses: o índice chegou a 72 pontos. Por outro lado, a avaliação das condições atuais da economia – 26,7 – indica desconfiança.

 

Para o vice-presidente da CDL-BH, Marco Antônio Gaspar, esse quadro ocorre porque o consumidor vem aprendendo a se organizar financeiramente mesmo com a turbulência política e econômica. “Na verdade, esse consumidor melhorou suas finanças aprendendo a fazer seu planejamento financeiro”, disse. Prova disso, segundo Gaspar, é que há cerca de um ano pesquisas da CDL-BH apontam que as pessoas estão preferindo pagar suas compras à vista.

 

 Na avaliação de Gaspar, com esse novo comportamento do consumidor, a retomada das vendas no comércio pode até ser um pouco mais demorada, mas será sustentável.  “Houve um clima de festa, com as pessoas assumindo prestações longas. Mas depois veio a constatação de que não havia condições para tal. A crise vem ensinando o consumidor a gastar de forma mais consciente e consistente. A ficha caiu”, diz.

 

O ICC apontou que as avaliações das condições atuais permanecem abaixo dos 50 pontos, mas houve avanço no comparativo com o último trimestre de 2016. No geral, o índice ficou em 35 pontos, mas era de 24,5 no final do ano passado. Quanto ao cenário econômico, a avaliação ficou em 26,7 e, quanto às finanças pessoais, ficou em 43,7 pontos.

 Já as avaliações sobre a expectativa para os próximos seis meses estão todas positivas. E os consumidores, novamente, se mostram mais confiantes quanto às próprias finanças do que com a economia do País. A pontuação do indicador de expectativa geral do consumidor ficou em 62,9 pontos. Já no trimestre anterior (outubro/dezembro 2016), esse índice ficou em 52,8 pontos.

 

O índice da pesquisa que aponta maior otimismo – 72 pontos – é sobre a expectativa das condições de finanças pessoais num prazo de seis meses. No estudo anterior, era de 55,5. Sobre o cenário econômico, a expectativa fica em 53,7, tendo um avanço tímido, já que no final de 2016 o índice era de 50,1.

 “Há expectativa de que o desemprego recue. Os juros e inflação devem continuar caindo. Com esse cenário, a renda deve crescer”, diz Gaspar.

 

Idosos

 A pesquisa apontou que os consumidores idosos, com mais de 65 anos, são os mais otimistas, com índice de confiança que chegou a 70 pontos. Para Gaspar, esse dado pode indicar que as pessoas mais experientes já passaram por outras crises e conseguem visualizar uma melhora após o período mais difícil. Os mais pessimistas são os adultos, com idade entre 34 e 64 anos, com pontuação de 46,4. Entre os jovens (até 30 anos) e os jovens-adultos (de 30 a 39 anos) as avaliações ficaram em 53,2 e 54,6, respectivamente.

 

Quanto ao gênero, a pesquisa apontou que os homens estão mais confiantes, com índice de 52 pontos, enquanto as mulheres o índice é de 50,1. De acordo com a CDL-BH, esse dado reflete a realidade do mercado de trabalho, onde a maior proporção de desligamentos concentra-se no público feminino (54,4%), enquanto o de homens fica em 51,9%, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

 

A pesquisa foi realizada com 200 consumidores de Belo Horizonte e Região Metropolitana, entre 6 e 24 de março. Dessa forma, o levantamento não mediu o impacto das últimas delações ocorridas em maio e que envolveram o presidente Michel Temer.

 

 

Fonte: Diário do Comércio de Minas

 

 

 

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