Notícias do setor
Economia
Jurídico
Tecnologia
Carnes / Peixes
Bebidas
Notícias ABRAS
Geral
Redes de Supermercados
Sustentabilidade
Estaduais
 



Você está em:
  • Notícias do setor »
  • Economia

Notícias do setor - Clipping dos principais jornais e revistas do Brasil

RSS Economia

09/04/2009 10:58 - União tem opções para cortar impostos sem afetar repasses

O governo federal tem alternativas para desonerar segmentos como a indústria de linha branca ou de máquinas sem mexer necessariamente com o IPI, cuja arrecadação é compartilhada com Estados e municípios. Entre as possibilidades, estão reduzir alíquotas do PIS ou Cofins. Nesse caso, o governo consegue manter a estratégia de promover desonerações por segmento e aumentar a demanda pelos produtos incentivados. Outra ideia é tentar uma desoneração mais linear, como a da contribuição previdenciária sobre a folha salarial, que poderia estimular emprego e, assim, elevar a disponibilidade de renda e a demanda.

 

Dados da Receita Federal divulgados no último relatório de produção industrial do Ministério do Desenvolvimento, de 2007, mostram que o setor de máquinas, aparelhos e materiais elétricos, no qual está inserida a indústria da linha branca, responde por 5,8% da arrecadação do IPI. Caso seja concedida a desoneração, uma das ideias seria compensar seu efeito na arrecadação com a elevação de alíquotas para bebidas alcoólicas. O segmento todo, incluindo produtos com ou sem álcool, participa com 8,84% do recolhimento de IPI. As alcoólicas representam pouco menos de metade da arrecadação do imposto com bebidas. Para os tributaristas, a conta não é tão simples. Uma elevação muito grande nas bebidas pode jogar parte das vendas na informalidade, o que prejudicará a recomposição da arrecadação do imposto.

 

"O tributo que menos pertence à União é o IPI", diz Clóvis Panzarini, ex-coordenador tributário da Secretaria de Fazenda paulista. Ele lembra que 58% da arrecadação do imposto vai para Estados e municípios. Para evitar mexer mais ainda na receita das demais esferas de administração, a solução está em reduzir PIS e Cofins. "Isso pode ser feito por segmento, mas é necessário que seja aplicado em toda a cadeia, desde a indústria até o varejo, com manutenção do crédito." Para ele, a redução das contribuições se refletiria nos preços. "Em tempos de crise, a empresa não consegue apropriar a vantagem tributária sem repassar no preço."

 

O ex-secretário da Receita Everardo Maciel critica a redução de impostos para setores específicos. "Isso faz outros segmentos pedirem medida semelhante e abre brechas." Segundo ele, uma redução de IPI para determinados produtos pode resultar num incentivo mais amplo do que se imaginava porque os fabricantes tentam enquadrar suas mercadorias dentro do benefício. Ele acredita que a compensação da redução do IPI com elevação do mesmo imposto para bebidas alcoólicas pode não funcionar. "As bebidas frias acabaram de ter aumento de IPI. Um novo aumento obriga os fabricantes a repassar a elevação no preço ou provoca informalidade. Nas bebidas quentes, o grande problema é o contrabando."

 
 
Para Maciel, o caminho é a redução de contribuição previdenciária. "É uma desoneração linear, que beneficia todos os setores e ameniza o que é hoje a principal carga tributária das empresas. Isso seria repassado no preço e também manteria emprego." Para ele, uma redução de 20% para 18% na contribuição previdenciária já traria resultados positivos. "Mas é bom lembrar que a medida não pode ser isolada, precisa ser acompanhada de outras iniciativas."

 

Embora criticada por especialistas em tributação, a ideia é vista com bons olhos por alguns especialistas em contas públicas. Para eles, a medida pode ser eficiente para elevar consumo e aquecer a economia, mas acende um sinal amarelo para a situação fiscal.

 

Para a economista Margarida Gutierrez, do grupo de conjuntura da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a eventual redução do IPI de eletrodomésticos é uma opção interessante para estimular a demanda, dado o quadro de forte esfriamento da atividade econômica. No quadro atual, o importante é estimular setores que têm um efeito multiplicador relevante sobre o restante da economia, como o de eletrodomésticos e o automobilístico, diz ela.

 

A questão, segundo ela, é que a situação fiscal limita a capacidade do governo de conceder renúncias fiscais expressivas neste ano. Com a arrecadação em queda e elevados gastos correntes já contratados, é preciso adotar medidas para compensar, pelo menos em parte, a queda de receita a ser causada pela eventual redução do IPI de eletrodomésticos. "Nesse cenário, faz sentido aumentar o IPI do setor de bebidas", afirma ela, ainda que a decisão deva provocar reclamações do segmento. Para Margarida, o país paga o preço de ter feito por dez anos um ajuste fiscal de má qualidade, em que o aumento significativo dos gastos correntes foi sempre acomodado pela elevação da carga tributária. "O problema é que o governo não pode abrir mão de muitas receitas, porque a conta não fecha", diz, lembrando que o governo trabalha com um aumento de arrecadação otimista, já que se baseia num crescimento da economia de 2% neste ano. Para ela, o PIB deve crescer de 0,5% a 0,6%.

 

A economista Fernanda Feil, da Rosenberg & Associados, também considera uma troca positiva reduzir o IPI de eletrodomésticos e elevar o do setor de bebidas. Ela vê como louvável a ideia de desonerar a folha de pagamentos, lembrando que o Brasil é um dos países com uma das tributações mais elevadas sobre o salário. Como Margarida, ela acredita que a medida pode ter um impacto favorável sobre o emprego. A economista diz que isso é importante para impedir uma queda mais acentuada do consumo e, com isso, manter a economia em funcionamento. Outra possível vantagem é reduzir gastos com o seguro-desemprego. O ponto é que não há espaço para grandes renúncias fiscais, diz Margarida.

 

Para Fernanda, o governo deveria reduzir a meta de superávit primário de 2009, hoje de 3,8% do PIB, considerada inatingível, para 2,8% do PIB, com a possibilidade de abater desse número o equivalente a 0,5% do PIB em obras prioritárias de infraestrutura. Com uma meta mais realista, seria mais palatável trabalhar com eventuais reduções tributárias.
 


Veículo: Valor Econômico

Enviar para um amigo
Envie para um amigo
[x]
Seu nome:
E-mail:
Nome do amigo:
E-mail do amigo:
Comentário
 

 

Veja mais >>>

03/01/2025 10:43 - Pix já é a forma de pagamento mais usada no Brasil
28/06/2024 10:20 - GPA conclui processo de venda de postos de combustíveis
27/06/2024 09:00 - Grupo Zaffari anuncia investimento de R$ 1,5 bilhão em novos empreendimentos
24/06/2024 11:21 - Rede Festival implanta soluções para gestão de frota e reduz custos
21/06/2024 09:05 - Spani anuncia investimento de R$ 45 milhões com nova loja Paulínia
20/06/2024 09:06 - Flex Atacarejo prevê aumento nas vendas durante as festas juninas
18/06/2024 08:46 - ExpoSuper 2024 promete movimentar mais de R$ 1 bilhão no setor supermercadista catarinense
13/06/2024 09:25 - Com aquisição, rede britânica avança em foodservice
06/06/2024 09:30 - Festa Junina: supermercadistas esperam aumento nas vendas de produtos típicos
31/05/2024 10:19 - Consumidores americanos voltam a preferir supermercados
28/05/2024 09:06 - Varejista europeu busca expansão com abordagem múltipla
24/05/2024 10:05 - DM assina parceria com o Grupo Aliança
23/05/2024 08:50 - Trader Joe’s: consumidor quer valor, não preço
22/05/2024 09:28 - Paderrí investe na categoria de pães e bolos, trazendo maior valor agregado para o mercado
22/05/2024 09:22 - Satisfação do consumidor em abril atinge 77,95% na região Centro-Oeste do País

Veja mais >>>