São Paulo - O crescimento do valor gasto pelos brasileiros em sites internacionais, que subiu 17% em 2016 e passou para R$ 2,4 bilhões, de acordo com pesquisa da E-bit, pode acabar sendo prejudicial para as varejistas nacionais.

A avaliação é do CEO da E-bit, Pedro Guasti, e se dá por conta da concorrência desleal desses produtos frente aos brasileiros. "Existe uma concorrência desleal em favor das empresas estrangeiras, pelo fato de grande parte dos produtos atravessarem as fronteiras sem recolhimento de impostos de importação, o que os torna muito mais baratos se comparados com os itens nacionais", afirma.

De acordo com ele, é justamente o preço mais baixo o principal fator que leva os brasileiros às compras em sites do exterior. Em alguns casos, aponta, essa diferença de valores chega a superar os 80%. O segundo fator, segundo ele, diz respeito aos novos lançamentos e produtos que ainda não estão disponíveis no Brasil.

O executivo acredita que para que o e-commerce brasileiro concorra de forma justa com o mercado internacional, a Receita Federal deveria implantar um sistema de fiscalização mais rigoroso, obrigando todos que compram fora a pagar imposto de importação. Além disso, as empresas estrangeiras que vendem no Brasil deveriam oferecer os mesmos direitos de empresas locais: garantia, troca, devolução e direito de arrependimento.

Ainda de acordo com a pesquisa da E-bit, no ano passado cerca de 21,2 milhões de brasileiros compraram em sites internacionais. O levantamento mostrou também que, apesar do cenário cambial desfavorável visto no ano passado, onde a cotação do dólar ultrapassou os R$ 4 nos primeiros meses do ano, o percentual de consumidores que afirmaram ter realizado alguma compra em sites internacionais se manteve praticamente estável, passando de 54%, em 2015, para 53% no ano passado.

Da redação

Fonte: DCI - São Paulo