- O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) poderia ter elevado 0,66% em janeiro, caso tivesse ocorrido reajuste na tarifa de transporte público na capital paulista, alerta o coordenador do IPC, André Chagas.

"Com o aumento, teríamos mais 0,34 ponto percentual na variação", calcula. Em janeiro, o IPC desacelerou para 0,32% ante 0,72% em dezembro e surpreendeu o mercado. Olhando o histórico, o resultado foi o menor para o mês desde 1998 (0,24%). Em janeiro do ano passado, o grupo transportes ficou em 2,19%, por causa dos aumentos em tarifas de transporte público, enquanto no mês passado atingiu 0,50%. O IPC, por sua vez, naquela ocasião, foi de 1,37%.

Como em outras cidades houve o tradicional reajuste de início de ano nas tarifas de transporte urbano, Chagas ressalta que a inflação oficial de janeiro talvez não desacelere tanto quanto o IPC-Fipe. Para o Bradesco, o IPC de janeiro reforça a previsão de uma elevação moderada do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em relatório, o banco ressalta que o IPCA do primeiro mês de 2017 deve ficar perto de 0,40%, "bastante abaixo da variação média do primeiro mês do ano, de 0 60%".

O IPCA será divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geo grafia e Estatística (IBGE). De todo modo, Chagas afirma que a abertura do IPC em janeiro reforça uma desinflação importante em andamento. "Avaliando o conjunto, os componentes do indicador, percebemos um processo consistente de alívio na inflação".

Fatores de baixa
Além de desaceleração em alguns grupos como alimentação, de 0 27% em dezembro para 0,16% em janeiro, o economista citou as medidas de núcleos do IPC que corroboram o alívio inflacionário. O núcleo de médias aparadas - que exclui as maiores altas e as maiores quedas - atingiu 0,28%, ficando aquém de 0,32% do IPC. Segundo Chagas, a recessão e o câmbio sob controle estão permitindo uma baixa dos preços. "A desvalorização do real é boa para a inflação, mas desfavorável para a competitividade da indústria nacional". /Estadão Conteúdo

Fonte: DCI - São Paulo