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26/12/2016 10:52 - Um ano difícil para a indústria de café

 

Lavoura de café conilon no Espírito Santo em 2015; após quase três anos de seca, Estado deve ter mais uma safra ruim

 

 

Após enfrentar dificuldades de abastecimento neste semestre em decorrência, sobretudo, da quebra da safra de café conilon no Espírito Santo no ciclo 2016/17, as indústrias de café do país preveem mais um ano turbulento em 2017, com mais disputa por matéria-prima. A principal razão é que a colheita capixaba de conilon deve recuar mais uma vez na safra 2017/18, segundo especialistas, já que neste ano a escassez de chuvas afetou o desenvolvimento dos cafeeiros no Estado e, consequentemente, seu potencial de produção. (ver Produção deve cair de novo no ES)

 

A falta de oferta neste ano - que fez os preços do conilon baterem recorde - levou as empresas torrefadoras e as de café solúvel a solicitarem ao governo a importação de café robusta para utilizar em seus blends com arábica. O ministro da Agricultura Blairo Maggi chegou a recomendar, este mês, à Câmara de Comércio Exterior (Camex) a aprovação da importação, mas, pressionado por entidades de cafeicultores, suspendeu temporariamente o pedido para análise. As entidades de produtores, como Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e Conselho Nacional do Café (CNC), alegam que há estoques no país e que a importação poderia derrubar os preços do café conilon no mercado doméstico. Avaliam ainda que a importação traz riscos fitossanitários para o produto brasileiro.

 

Para as indústrias, porém, só a importação traria algum alívio. E o impasse em torno da autorização para que ela ocorra só aumenta a preocupação das entidades que reúnem as empresas. Aguinaldo José de Lima, diretor de relações institucionais da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), avalia que a suspensão da decisão sobre a importação é uma "parada técnica", mas diz que o " jogo continua". A indústria de solúvel tem no conilon sua principal matéria-prima - com demanda de 350 mil sacas mensais - no país.

 

O temor é que a escassez de oferta que eleva preços afete as exportações do setor, uma vez que o produto pode ficar menos competitivo. "Se não houver importação [de matéria-prima], o cenário será dramático, nem quero fazer previsões", afirma Lima. Atualmente, as vendas externas de café solúvel chegam ao equivalente a 3,6 milhoes de sacas, mas esse número pode cair, reconhece. Ele explica que o se preço doméstico ficar acima do internacional, o produto brasileiro fica menos competitivo em relação a outros exportadores de solúvel, como o Vietnã, e o Brasil pode perder participação de mercado.

 

A oferta minguada já afeta os contratos de venda de solúvel ao exterior. Normalmente, eles são feitos por períodos de seis meses a até um ano, com entregas mensais. Mas, agora, os exportadores estão trabalhando com prazos mais curtos, dois a três meses, para não perder clientes, segundo a indústria. O Brasil é o maior exportador mundial de café solúvel mas vem perdendo espaço no mercado para concorrentes como o Vietnã, que tem ampliado as vendas. Enquanto os volumes exportados pelo Brasil têm crescido 1% ao ano, alcançando 80.113 toneladas em 2015, os do Vietnã subiram 86,2% ao ano desde 2010 e somaram 20.862 toneladas ano passado.

 

Nathan Herszkowicz, diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), também prevê uma situação "desconfortável" para o suprimento em 2017. Para ele, a eventual importação "não resolve, mas alivia um pouco". A indústria torrefadora usa conilon nos blends com arábica, mas teve de reduzir o consumo diante da menor oferta. Normalmente, o conilon era usado numa proporção de 50% para 50% de arábica. Mas o uso de conilon ficou abaixo de 20% para grande parte das empresas e algumas até deixaram de usar o conilon no blend. O consumo no segmento é estimado em 800 mil sacas por mês.

 

Nesse cenário, os custos da indústria cresceram, mas elas têm tido dificuldade ou não conseguido repassar a alta. A razão, segundo Herszkowicz, é que há uma retração por parte do consumidor em decorrência da crise. A situação é preocupante porque "o consumo pode, eventualmente, diminuir num cenário de suprimento irregular e até crítico", diz. Segundo ele, as empresas já relatam uma migração por parte dos consumidores de categorias mais caras para mais baratas de produtos. O dirigente prevê que no pico da entressafra, no primeiro trimestre de 2017, deve haver escassez, alta de preço e dificuldade de repasse. O conilon da nova safra só estará disponível em maio, pois a colheita começa em abril, observa.

 

A indústria defende a importação de café robusta, por um tempo limitado e com volumes controlados, para atender esse período de entressafra. Como há divergência em relação ao número de estoques brasileiros de conilon, a proposta só será avaliada, agora, na próxima da reunião da Camex, no dia 15 de janeiro. Até lá, a Conab fará um levantamento dos estoques privados de conilon no país. Com esse número em mãos, o ministério ira decidir se recomenda a importação. Um levantamento realizado pelo deputado Evair de Melo (PV-ES), a partir de visitas a mais de 20 armazéns, cooperativas, indústrias e exportadores do Espírito Santo, estima que o estoque está em torno de 4,5 milhões a 5,5 milhões de sacas, mas o Ministério da Agricultura trabalhava com um estoque entre 2 milhões e 2,5 milhões de sacas.

 

 

Por Alda do Amaral Rocha | De São Paulo

 

 

 

Fonte: Valor Econômico

 

 

 

 

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