Ministro destaca importância da política de preços ser independente

“O importante é que agora a Petrobras fixa seus preços” Henrique Meirelles Ministro da Fazenda

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, elogiou ontem a decisão da Petrobras de reduzir os valores da gasolina e do diesel nas refinarias. Segundo ele, a medida favorece o combate à inflação. O comandante da equipe econômica ressaltou que a estatal está conduzindo sua política de fixação de preços de forma independente e sem interferência do Executivo.

— O importante é que agora a Petrobras fixa seus preços, e, neste caso, a decisão é favorável do ponto de vista da inflação — disse Meirelles.

O ministro da Fazenda aproveitou para alfinetar o governo da ex-presidente Dilma Rousseff, que intervinha diretamente na gestão da Petrobras. Em abril deste ano, Dilma afirmou publicamente que havia uma discrepância entre os preços da gasolina no mercado doméstico e no exterior. Na época, a informação que circulava nos bastidores era que o Palácio do Planalto pressionava a empresa para reduzir os preços dos combustíveis com o objetivo de criar uma agenda positiva às vésperas do impeachment.

Segundo Meirelles, a decisão sobre os preços dos combustíveis não é mais pautada por “outros objetivos de política econômica”:

— É uma grande mudança que os preços de gasolina e do diesel deixaram de ser definidos pelo Executivo, tendo em vista outros objetivos de política econômica.

RESPEITO À REALIDADE

Ele afirmou, ainda, que a atual política de gestão da Petrobras respeita a realidade do país e de seus acionistas, mostrando uma estratégia de negócios viável e capacidade de cumprir suas obrigações:

— Uma das características mais importantes dessa política é respeitar a realidade. Ela (Petrobras) tem que seguir a política de uma empresa que tem responsabilidade com seus acionistas e com o país no sentido de ser viável e de cumprir suas obrigações — concluiu Meirelles. Nova política de preços facilitará busca de sócios para BR e refinaria, na página 24

Fonte: Jornal O Globo