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13/09/2016 11:30 - Consumidor divide as contas com familiares

Para honrar compromissos, 54,8% dos belo-horizontinos têm ajuda de outros membros da casa

 
Para evitar a inadimplência e, consequentemente a perda de crédito no mercado, principalmente no atual momento econômico do País, a maioria dos belo-horizontinos tem recorrido ao suporte da família para conseguir pagar as contas do mês. Pesquisa realizada anualmente pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) mostra que neste ano mais da metade dos moradores da Capital (54,8%) têm compartilhado seus compromissos financeiros com outros membros da casa, enquanto apenas 23,1% vêm assumindo todos os pagamentos sozinhos.
 
Fatores como o elevado índice de desemprego, que já atinge 11,8 milhões de pessoas em todo o Brasil, segundo dados atualizados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), assim como a alta inflação, têm dificultado cada vez mais a situação do consumidor. De acordo com a economista da CDL-BH, Ana Paula Bastos, com a renda menor, o indivíduo acaba precisando mais do apoio familiar para dar conta dos pagamentos.
 
“Algo que vem favorecendo essa tendência é o crescimento da taxa de desocupação. Com a perda salarial, as despesas de quem não fez uma reserva financeira acabam sendo assumidas por outra pessoa”, explica a economista.
 
Em 2015, o número de belo-horizontinos compartilhando as contas com outros familiares foi de 57,1%. Apesar da queda em 2,3 pontos percentuais em 2016, na outra ponta, o percentual de consumidores que deixavam os pagamentos para outros moradores da casa aumentou frente ao ano passado, saindo de 9,2% para 20,4% neste ano. Situação gerada, na maioria dos casos, pelo crescimento do desemprego.
 
Na análise por faixa etária, os consumidores que mais dividem as responsabilidades com as despesas são os idosos e os jovens, segundo 60% dos entrevistados em cada uma das classes. Ana Paula Bastos destaca que as pessoas acima dos 65 anos em muitos casos ainda são as responsáveis financeiras pelas famílias, o que também explica o motivo da elevação da inadimplência nesse grupo nos últimos anos.
 
“Apesar de reduzida, a aposentadoria é uma renda garantida dentro das famílias. Além disso, a facilidade deles (idosos) para recorrer a empréstimos consignados acaba auxiliando na hora do pagamento das contas da casa”, diz. A classe social em que há mais distribuição do pagamento das despesas é a C/D (59,3%).
 
As mulheres são as que mais compartilham as dívidas. De acordo com o levantamento da CDL-BH, 57,9% das pesquisadas revelaram contar com a ajuda de algum familiar para honrar com os compromissos. Entre os homens, esse percentual é de 50%. Já entre o sexo masculino, é maior o número de consumidores que arcam com as contas sozinhos (30,8%), contra 18,4% do universo feminino. Os dados comprovam a desigualdade que ainda há no País quando se fala em homens e mulheres.
 
“Esse índice demonstra a diferença salarial que ainda existe entre os gêneros. Os homens ganham mais, por isso eles têm mais condições financeiras de quitar todas as despesas da casa”, analisa Ana Paula.
 
Prioridades - Após saldar as despesas consideradas de primeira necessidade, como água, luz e telefone, a prioridade de pagamento dos belo-horizontinos diz respeito aos gastos com alimentação/gás (31,0%), educação (11,8%) e lazer (11,1%). Para que lojistas de outros segmentos evitem prejuízos, principalmente diante do cenário de crise, a economista da CDL-BH orienta que esses sempre pesquisem a situação de crédito de seu consumidor antes de efetivar uma venda.
 
“O lojista pode se prevenir fazendo consulta aos bancos de proteção ao crédito para ver se a pessoa tem uma boa situação. É pesquisar mesmo, não tem outro jeito. Ele deve pensar que não tem de fazer a venda a qualquer custo, porque ele vai vender, mas também pode não receber”, destaca.
 
Na Capital, a maior parte dos consumidores (59,7%) ainda prioriza o pagamento de acordo com a data de vencimento. Os locais preferidos para quitar as dívidas são as casas lotéricas (30,1%), caixas eletrônicos (25,7%) e internet banking pelo computador (16,7%).
 
Fonte: Jornal Diário do Comércio de Minas

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