Economia
11/08/2016 07:25 - Para Meirelles, é melhor ter meta fiscal realista do que cortes de gastos
Segundo ele, atitude frenética de cortes de curto prazo prejudicam governo.
Ministro avaliou que é melhor ter metas fiscais realistas e teto para gastos.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, avaliou nesta quarta-feira (10) que é melhor ter metas fiscais "realistas" do que entrar em uma "atitude frenética de cortes [de despesas] de curto prazo que prejudicam máquina pública". As avaliações foram feitas durante almoço com parlamentares, em Brasília.
Para este ano, a equipe econômica fixou uma meta de déficit para as contas do governo de R$ 170,5 bilhões - o pior resultado da história - e, para 2017, enviou ao Congresso Nacional um projeto para a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) contemplando um rombo orçamentário de R$ 139 bilhões, o segundo maior desde o início da contabilização dos números, em 1997.
Segundo ele, a atual equipe econômica, ao admitir rombos orçamentários bilionários, e não adotar medidas de curto prazo, adota uma "abordagem diferente". "Nossa abordagem é diferente. Será que é certa. As evidencias são que sim. A confiança do consumidor e do empresário já subiram fortemente. A produção industrial já está crescendo no Brasil pelo terceiro mês consecutivo", acrescentou.
O ministro da Fazenda informou que, ao fazer um diagnóstico das condições das contas públicas, a nova equipe econômica encontrou "coisas muito sérias". "O Brasil está atrasado no pagamento à ONU [Organização das Nações Unidas] e FMI [Fundo Monetário Internacional]. Isso tudo está sendo posto em ordem", acrescentou.
Meirelles afirmou ainda que, sem as medidas já anunciadas pela equipe econômica, o rombo do orçamento no ano que vem seria de R$ 280 bilhões, e não de R$ 139 bilhões - meta proposta para 2017. Segundo ele, pela regra do teto, há uma contenção de gastos de R$ 80 bilhões no ano que vem. "Esperamos um aumento da arrecadação. Aumento de imposto só em ultimo caso", concluiu.
Nos últimos meses, para tentar reequilibrar as contas públicas, a nova equipe econômica propôs um teto para gastos públicos por meio de Proposta de Emenda Constitucional - que, se aprovada pelo Congresso, valerá pelos próximos 20 anos. A ideia é que os gastos não possam crescer acima da inflação do ano anterior, incluindo Saúde e Educação. Para analistas, embora importante, a medida tem pouco impacto no curto prazo. Também quer levar adiante uma reforma da Previdência Social.
Medidas de curto prazo
Entretanto, o governo do presidente em exercício, Michel Temer, não tem anunciado medidas de curto prazo, por meio de cortes de gastos e aumentos de tributos, para tentar reverter os rombos bilionários previstos para este ano e para 2017, o que tem gerado críticas por parte de alguns analistas.
No ano passado, por exemplo, a equipe econômica chefiada por Joaquim Levy aprovou reversão da desoneração da folha de pagamentos, mudou o pagamento do seguro-desemprego, com a exigência de um ano para buscar o benefício, e dificultou as regras de concessão do auxílio-doença. Além disso, também efetuou um bloqueio recorde de recursos no orçamento.
Em 2015, o governo optou, ainda, por elevar alguns tributos, como a Contribuição de Intervenção Sobre Domínio Econômico (CIDE), que incide sobre os combustíveis, e tributos sobre empréstimos, carros, cosméticos, cerveja, vinhos, destilados, refrigerantes, bancos, receitas financeiras das empresas, taxas de fiscalização de serviços públicos, importações e exportações de manufaturados, entre outros. Sem essas medidas, o rombo orçamentário deste ano e do próximo seriam maiores ainda.
Reequilíbrio das contas não será 'rápido'
Também presente no almoço com os parlamentares, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, declarou que o processo de reequilíbrio das contas públicas, dentro da abordagem do governo do presidente em exercício, Michel Temer, não vai ser tão "rápida". "vamos no rumo de arrumar as contas, mas isso não será tão rápido a menos que tenhamos na economia uma reação muito mairo do que a esperada", declarou ele.
Padilha afirmou também que vai buscar parcerias com o setor privado para destravar os investimentos porque, segundo ele, a capacidade de o Estado realizá-los sem ajuda é "próxima de zero". "Não teríamos condições de fazer o que estamos fazendo no Rio de Janeiro, aquele investimento feito lá só com parceria do setor privado. São entre a ida e a volta para casa se gasta tanto tempo quanto o da jornada de trabalho", disse ele.
Sobre a reforma da Previdência Social, ele observou que o déficit está subindo muito nos últimos anos e que a perspectiva é que, se nada for feito, entre 2025 e 2030, o Brasil terá "seríssimos problemas para hornar os compromissos". "Temos de ter coragem agora", afirmou. Segundo ele, embora a conversa com as centrais sindicais seja importante, a reforma será feita no Congresso Nacional.
O ministro-chefe da Casa Civil disse que o governo também pretende levar adiante uma reforma trabalhista para aumentar a geração de empregos.
"Temos de ver a chamada especialização, que alguns chamam de terceirização. Temos de fazer com que seja aprovado. Tem um projeto no Senado. É atrás dele que vamos andar. Temos de cuidar do negociado sobre o legislado. Se colocarmos o acordado sobre o legislado, e tivermos a especialização, 80% do problema está resolvido", concluiu o Padilha.
Fonte: Portal G1
Veja mais >>>
03/01/2025 10:43 - Pix já é a forma de pagamento mais usada no Brasil28/06/2024 10:20 - GPA conclui processo de venda de postos de combustíveis
27/06/2024 09:00 - Grupo Zaffari anuncia investimento de R$ 1,5 bilhão em novos empreendimentos
24/06/2024 11:21 - Rede Festival implanta soluções para gestão de frota e reduz custos
21/06/2024 09:05 - Spani anuncia investimento de R$ 45 milhões com nova loja Paulínia
20/06/2024 09:06 - Flex Atacarejo prevê aumento nas vendas durante as festas juninas
18/06/2024 08:46 - ExpoSuper 2024 promete movimentar mais de R$ 1 bilhão no setor supermercadista catarinense
13/06/2024 09:25 - Com aquisição, rede britânica avança em foodservice
06/06/2024 09:30 - Festa Junina: supermercadistas esperam aumento nas vendas de produtos típicos
31/05/2024 10:19 - Consumidores americanos voltam a preferir supermercados
28/05/2024 09:06 - Varejista europeu busca expansão com abordagem múltipla
24/05/2024 10:05 - DM assina parceria com o Grupo Aliança
23/05/2024 08:50 - Trader Joe’s: consumidor quer valor, não preço
22/05/2024 09:28 - Paderrí investe na categoria de pães e bolos, trazendo maior valor agregado para o mercado
22/05/2024 09:22 - Satisfação do consumidor em abril atinge 77,95% na região Centro-Oeste do País