No acumulado do ano já são 123.138 carnês/boletos vencidos e não pagos.
Associação comercial calcula prejuízo de cerca de R$ 88,7 milhões este ano.

Pela primeira vez nos últimos 20 anos, as vendas de  julho em Campinas (SP) superaram as de maio em 1,56%. Ainda assim, em comparação com junho do ano anterior, a redução nas vendas foi de 6,29%. Os dados da Associação Comercial e Industrial de Campinas (ACIC) apontam ainda que a inadimplência evoluiu em 36,66% frente a maio de 2016, e em 7,94% frente a junho de 2015. Os números também são ruins nas outras cidades da região metropolitana.

 Na avaliação de Laerte Martins, economista da ACIC, a leve melhora nas vendas de junho está relacionada à onda fria no início do mês passado.

"O frio afetou positivamente o comércio nas vendas dos produtos de vestuário, cama, banho, cobertores, lãs e até mesmo, aquecedores, para esquentar o clima de inverno que acaba de chegar", afirma o economista.

Mesmo assim, as vendas ainda estão menores que no ano passado. De acordo com o levantamento, em Campinas, as vendas no acumulado do ano atingiram cerca de R$ 6,3 bilhões,  uma redução de 4,31% em comparação com os R$ 6,6 bilhões do acumulado de janeiro a junho de 2015.

A inadimplência também aumentou em 5,98% no acumulado do ano, com 123.138 carnês/ boletos vencidos e não pagos a mais de 30 dias, representando cerca de R$ 88,7milhões, um crescimento de 36,46% em relação ao endividamento de maio deste ano.

Dentre os que têm dinheiro a receber está a Ana Lúcia Santos, de 46 anos. Proprietária de um salão de beleza no Centro de Campinas, ela reclama da crise a conta que, em breve, manterá o parcelamento de alguns procedimentos estéticos apenas no cartão de crédito.

"Eu costumo parcelar alguns tratamentos em carnês, mas alguns clientes estão atrasando muito o pagamento. Se a situação não melhorar, vou ter que parcelar apenas no cartão porque eu não tenho como deixar de receber. Preciso deste dinheiro para pagar meus funcionários", conta Ana.

Região metropolitana
A situação não é diferente nas cidades da Região Metropolitana de Campias. Os números projetados para o comércio varejista também apresentaram uma redução de 3,56% no período janeiro a junho de 2016, com uma arrecadação de R$ 15,3 bilhões, um pouco abaixo dos R$ 15,8 bi lhões no mesmo período do ano anterior.

No ano, a inadimplência na região apresentou  uma variação de 3,61%, com 300.336 boletos/carnês vencidos e não pagos a maios de 30 dias, representando cerca de R$ 216,2 milhões no endividamento dos consumidores.

"A  expectativa que se verifica para o próximo semestre, é uma definição final para o impeachment da Presidente, e uma ação mais positiva, reformista e executora, no ajuste fiscal da economia, atacando efetivamente para a reversão do desemprego, das taxas de juros, inflação e o poder de compra, cujo os efeitos devam ser sentidos a partir do início do 2º semestre de 2017", acredita o economista.

Veículo: Portal G1