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01/07/2016 10:48 - Alagoas fechou 44 empresas do ramo de alimentos em 2016

Segundo economista da CNC, Estado registra retração de 4,7%, índice menor que a média nacional, que foi de 7,1%

Um dos sintomas mais evidentes da grave crise pela qual passa a economia brasileira e o mercado consumidor em particular é a queda recorde das vendas do varejo. De acordo com a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do IBGE, de janeiro a abril de 2016, as vendas do  varejo  no  conceito  restrito acumulam retração de -6,9% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Conforme o economista Fabio Bentes, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Alagoas fechou 44 estabelecimentos neste setor. A retração em números de empresas do setor foi de -4,7%, e ficou abaixo da média nacional, que foi de  -7,1%. Ele explicou que o resultado não chega a ser surpreendente haja vista que o país vive o pior momento em termos de vendas dos últimos 13 anos.

“No ano passado mais de 25 mil estabelecimentos do ramo fechou porque além do resultado ser muito ruim, a expectativa de recuperação era muito pequena, sobretudo com a troca de governo e o que iria acontecer com o preço variável do seguimento de alimentos”, disse.

“Alagoas faz parte da crise. O salário médio nos últimos 12 meses apresentou queda maior (2,7%) que o da média nacional (1,4%). A renda explica boa parte da evolução das vendas. Por outro lado em se falando de emprego, Alagoas também apareceu com índice negativo de 3,1%, mas está abaixo da média nacional (4,3%)”, completou.

Como a alimentação é um bem essencial, muitas pessoas têm optado por deixar de lado outro tipo de consumo, como os duráveis como transporte, por exemplo. A doméstica Bruna Leonardo não vai ao supermercado com tanta frequência desde que percebeu que o preço dos alimentos e outros itens indispensáveis subiram de preço. Ela contou que não deixa de lado a calculadora e tudo vai para a ponta do lápis, numa tentativa incansável de economizar cada centavo.

O repositor Bruno Abílio também está tentando driblar a crise introduzindo na sua cesta básica mensal itens de marcas pouco conhecidas para não deixar de se alimentar. Ana Lúcia dos Santos do mesmo modo segue a mesma tendência e tem trocado a carne vermelha por frango e mais arroz do que feijão na mesa.

O gerente de loja, Manoel Santos, afirmou que o fornecimento dos produtos ainda não chegou a ser reduzido, no entanto já sente que o fluxo de clientes no estabelecimento é cada vez menor.

Mais de 14 mil empreendimentos do setor são fechados no país

O levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostrou que o fechamento de estabelecimentos do varejo de alimentos se acentua em 2016. De janeiro a abril deste ano, 14,3 mil empreendimentos do segmento que engloba os hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo fecharam as portas, cortando 29,7 mil vagas formais de emprego neste período. O número corresponde a quase 12 mil estabelecimentos a mais do que o mesmo período de 2015, quando foram encerrados 2,4 mil pontos de venda no setor.

Os estabelecimentos de médio porte foram os que mais fecharam unidades nos primeiros quatro meses deste ano: ao todo foram 6 mil. Os pequenos encerraram 4,6 mil empreendimentos, enquanto os médios, 3,2 mil.

A matriz norte-americana da rede varejista Walmart surpreendeu o mercado brasileiro, quando anunciou no final do ano passado o fechamento de cerca de 30 lojas em diversos estados brasileiros. Em Alagoas, a unidade localizada no Centro de Maceió, na Rua Buarque de Macedo, foi a primeira a ser fechada, conforme a assessoria da rede outras lojas também devem fechar as portas em breve. Especulações dão conta de que a próxima será a unidade situada no Mercado da Produção, no bairro da Levada.

Raimundo Barreto, presidente da Associação de Supermercados em Alagoas (ASA), salientou que, apesar de no Estado não ter havido crescimento neste ramo, a quantidade de estabelecimentos se manteve, muito embora tenha havido recessão. “O consumidor está bem mais comedido. Ele não deixa de se alimentar e opta pela troca de alimentos mais baratos. O setor está estável”, pontuou.

Veículo: Tribuna Hoje

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