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12/02/2016 13:26 - Confiança no varejo sobe, mas cliente ainda se mostra temeroso com a crise

A alta de 0,7% no otimismo do empresário, revelado ontem pela FecomercioSP pode apontar um fôlego ao setor, no entanto, o mau humor do consumidor com a economia continua em fevereiro.

Em um movimento ainda tímido de crescimento, a confiança do empresário brasileiro apresentou leve alta em janeiro, na comparação com dezembro, revelou ontem pesquisa da FecomercioSP. Do outro lado do balcão, porém, o medo de perder o emprego ainda deixa o consumidor de mau humor com a economia.

Em janeiro, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) alcançou 74,5 pontos, uma elevação de 0,7% em relação a dezembro de 2015. Apesar da leve alta, no entanto, na comparação com o mesmo período anterior, o recuo foi de 24,8%.

Segundo o balanço da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), o Icec varia de zero (pessimismo total) a 200 pontos (otimismo total).

De acordo com a Entidade, o indicador vem apresentando certa estabilidade desde o segundo semestre de 2015. "Reforçamos, no entanto, que ainda se trata de um resultado negativo e indica pessimismo dos empresários do setor. Afinal, inflação, juros altos, falta de crédito e desemprego derrubaram as vendas em 2015 e devem manter fraco o desempenho do setor ao longo de 2016", informa o balanço.

Em relação à análise por porte, os donos de grandes e pequenas empresas apresentaram um nível de confiança bastante semelhante em janeiro. A confiança dos proprietários de empresas com mais de 50 funcionários reduziu 32,8%, no comparativo anual, mas subiu 5,2% sobre dezembro, a 75,1 pontos.

Já para as empresas com até 50 empregados, houve queda de 24,6% em relação ao mesmo período do ano anterior, mas alta de 0,6% na comparação mensal.

Indicadores

O Índice das Condições Atuais do Empresário do Comércio (Icaec), um dos componentes do indicador, avançou 7,1% em relação ao mês de dezembro, ao atingir 35,6 pontos. Segundo a entidade, o resultado foi influenciado positivamente pelos três subíndices que o compõem.

O Índice de Investimento do Empresário do Comércio (IIEC) foi o único a apresentar recuo em janeiro (-1,3%) em relação a dezembro de 2015. O indicador que mais impactou esse resultado foi o que mede o nível de contratações de funcionários (IC), o qual apresentou queda de 3%, ao passar de 88,4 pontos em dezembro para 85,7 pontos em janeiro.

Consumidor

Do outro lado do balcão, o Índice Nacional de Confiança (INC) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) registrou 75 pontos em janeiro - o que representa uma queda de dois pontos em relação a dezembro de 2015 e de 62 pontos em relação a janeiro daquele ano.

De acordo com Alencar Burti, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), a contínua baixa da confiança no início de 2016 sinaliza para o aprofundamento da crise política e econômica. "A confiança está estabilizada, mas em patamares mínimos. Para que o consumidor saia desse pessimismo, é preciso haver uma solução rápida da crise político-institucional e a queda da inflação. Somente assim, poderemos retomar a atividade econômica", comenta Burti.

Segundo o presidente da ACSP, o recuo da inflação melhorará, sobretudo, a confiança das classes mais baixas. Já o fim da crise política irá reduzir a incerteza que paralisa as compras parceladas.

Em janeiro, 52% dos entrevistados avaliaram sua situação financeira atual como ruim e apenas 24% como boa. Há um ano, essa relação era de 32% e 40%, respectivamente.

Em relação ao trabalho, 54% sentem-se inseguros em seus empregos, contra 14% que se sentem seguros. "Mais do que isso, cada entrevistado disse conhecer, em média, 4,96 pessoas que perderam o emprego nos últimos seis meses. É o maior número desde que a pesquisa foi criada, em abril de 2005", disse a ACSP, em nota.

Como consequência desse cenário, detalhava Burti, apenas 16% dos consumidores disseram estar à vontade para comprar eletroeletrônicos nos próximos meses. Em janeiro do ano passado a cifra somava 41% dos ouvidos pela pesquisa da entidade.

"A insegurança no emprego e a má percepção que o brasileiro tem de sua situação financeira se refletem no consumo das famílias, sobretudo na aquisição de bens duráveis", finaliza o executivo.

 



Veículo: Jornal DCI

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