Economia
29/01/2016 10:14 - Para analistas, medida deve ter pouco efeito na economia
Economistas dizem que fraca demanda por crédito pode inibir tentativa do governo em estimular a economia.
Os economistas avaliam que as medidas de estímulo ao crédito anunciadas pela equipe econômica não devem ter impacto na retomada da economia.
Para os analistas, a proposta do governo apenas aumenta a oferta de crédito e não é suficiente para estimular a demanda. Ou seja, mesmo com mais recursos disponíveis, o cenário adverso da economia faz com que as pessoas tenham pouca disposição na tomada de empréstimos.
“Esse pacote é de oferta de crédito. É preciso discutir também o lado da demanda”, afirma Livio Ribeiro, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV). “Num cenário com famílias endividadas, queda dos lucros das empresas não é óbvio que exista demanda por crédito”, diz Ribeiro.
Os números do ano passado já apontaram uma desaceleração do crédito. De acordo com o Banco Central, o volume de empréstimos aumentou 6,6% em 2015, em termos nominais, na comparação com o ano. O crescimento foi baixo quando se leva em conta o resultados passados. Em 2014, por exemplo, a expansão foi de 11,3%. Em 2010, quando a economia brasileira cresceu 7,6%, o avanço foi de 20,6%.
“Tentar liberar crédito em uma economia com crise generalizada de confiança de nada adiantará”, afirma Sergio Vale, economista-chefe da consultoria MB Associados. “São medidas que reeditam a nova matriz econômica. São do mesmo tipo que foram feitas no primeiro mandato (da presidente Dilma Rousseff) e que já não funcionaram”, afirma Vale.
Embora a expansão do crédito tenha desacelerado e o mercado trate o plano com ceticismo, o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, já disse que é preciso “levar o cavalo à água para ver se ele quer bebê-la” em referência a possível fraca demanda pelo crédito.
Mudança. Por ora, na avaliação dos analistas, a retomada da economia brasileira só ocorreria com o anúncio de mudanças mais profundas.
“Da mesma forma que o estado atual é consequência de uma série longa de políticas que foram implementadas ano após ano, o desmonte da situação vai ser resultado da reversão de várias políticas”, afirma Ribeiro, do Ibre. “Isso fatalmente vai ser um processo longo porque o governo que poderia reverter essas políticas foi o que implementou todas essas medidas.”
Nos cálculos da equipe do Ibre, a economia brasileira deverá ter em 2016 uma nova recessão. Na avaliação do instituto, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deverá recuar 3%. No ano passado, a queda estimada foi de 3,7%. “São dois anos seguidos de uma economia em retração em todas as óticas”, diz o pesquisador do Ibre.
Veículo: Jornal O Estado de S. Paulo
Veja mais >>>
03/01/2025 10:43 - Pix já é a forma de pagamento mais usada no Brasil28/06/2024 10:20 - GPA conclui processo de venda de postos de combustíveis
27/06/2024 09:00 - Grupo Zaffari anuncia investimento de R$ 1,5 bilhão em novos empreendimentos
24/06/2024 11:21 - Rede Festival implanta soluções para gestão de frota e reduz custos
21/06/2024 09:05 - Spani anuncia investimento de R$ 45 milhões com nova loja Paulínia
20/06/2024 09:06 - Flex Atacarejo prevê aumento nas vendas durante as festas juninas
18/06/2024 08:46 - ExpoSuper 2024 promete movimentar mais de R$ 1 bilhão no setor supermercadista catarinense
13/06/2024 09:25 - Com aquisição, rede britânica avança em foodservice
06/06/2024 09:30 - Festa Junina: supermercadistas esperam aumento nas vendas de produtos típicos
31/05/2024 10:19 - Consumidores americanos voltam a preferir supermercados
28/05/2024 09:06 - Varejista europeu busca expansão com abordagem múltipla
24/05/2024 10:05 - DM assina parceria com o Grupo Aliança
23/05/2024 08:50 - Trader Joe’s: consumidor quer valor, não preço
22/05/2024 09:28 - Paderrí investe na categoria de pães e bolos, trazendo maior valor agregado para o mercado
22/05/2024 09:22 - Satisfação do consumidor em abril atinge 77,95% na região Centro-Oeste do País