Economia
08/10/2015 11:01 - Inflação dobra em setembro e pode até superar meta em 2016
O Índice de Preços do Consumidor Amplo ( IPCA) ficou em 0,54% em setembro, mais que o dobro do 0,22% de agosto, e a inflação dos nove primeiros meses do ano chegou a 7,64%, a maior dos últimos 12 anos. Em 12 meses, o índice chegou a 9,49%, muito acima do teto da meta, de 6,5%, resultado que levou um número maior de economistas a rever previsão de inflação deste ano para mais de 10%. As estimativas para o ano que vem também foram elevadas para perto do teto da meta. O Banco ABC aumentou em 0,2 ponto percentual, para 6%. A economista do Santander Tatiana Pinheiro já estimava uma taxa de 6,5%.
— O ajuste de preços feito esse ano deve elevar a inércia da inflação para o ano que vem. E preços de serviços são sempre formados olhando- se para o ano anterior — diz.
A inflação de setembro foi puxada principalmente pela alta de 12,98% no preço do botijão de gás, que respondeu sozinho por 26% do IPCA do mês. Foi reflexo do reajuste de 15% autorizado pela Petrobras nas refinarias, em 1 º de setembro.
Segundo André Braz, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas, em 2016 a inflação será pressionada pelo maior repasse da alta do dólar, já que a economia deve estar menos retraída, e por novas altas da gasolina e da energia. Para o economista Luiz Roberto Cunha, da PUC- RJ, inflação na casa dos 6% será o melhor dos cenários.
— Não são mais as variáveis econômicas que determinam a inflação, mas o cenário político, porque ele tem influência nessas variáveis. Especialmente na desvalorização do câmbio. Se as turbulências políticas continuarem, fazendo o dólar seguir nessa escalada, a inflação de 2016 pode chegar a 10%, 12%.— diz Cunha.
O Banco Central vem fazendo altas sucessivas na estimativa para o IPCA de 2016. A última, do dia 2 deste mês, aumentou em 0,36 ponto percentual, para 5,94%. Depois do aumento da gasolina e do diesel, em 30 de setembro, o Credit Suisse elevou sua projeção para a inflação de 2015 para 10%. A mesma projeção foi divulgada ontem pelo banco ABC Brasil. O Goldman Sachs também divulgou relatório prevendo IPCA próximo de 10% este ano. Os analistas de mercado, ouvidos pelo BC para elaboração do Boletim Focus, preveem 9,53%.
— No ano, a maior pressão está sendo exercida pelos preços administrados, em razão das tarifas de ônibus ( alta de 13,49% registrada pelos urbanos), de energia elétrica ( 47,74%), que teve reajustes extraordinários e a implantação das bandeiras tarifárias, da taxa de esgoto ( 14,22%), do gás de cozinha ( 17,56%) e da gasolina ( 9,4%), que sentiremos mais a partir de outubro — explica André Braz.
Gasolina fará índice ser maior este mês
Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE, confirma que o impacto maior do aumento dos combustíveis será na inflação deste mês. Especialistas projetam IPCA entre 0,68% e 0,75% em outubro, contra 0,42% no mesmo mês do ano passado. Haverá, ainda, uma pressão do etanol, que representa um quarto da composição da gasolina e está mais caro.
— Com o aumento de preço da gasolina, a procura por etanol aqueceu nos postos. Como ocorreram chuvas e problemas na colheita, os usineiros em São Paulo estão praticando preços mais altos para a cana- de- açúcar — explica Eulina.
Segundo o IBGE, para cada 1% de reajuste da gasolina na bomba, existe um impacto de 0,04 ponto percentual no IPCA do mês. Se os 6% autorizados na refinaria forem repassados ao consumidor, o impacto pode chegar a 0,24 ponto percentual.
Veículo: Jornal O Globo
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