Economia
26/11/2014 12:12 - Cerca de 18% dos brasileiros devem comprar em sites globais em 2015
Os brasileiros descobriram uma forma mais barata de comprar pela internet. A procura por produtos em lojas virtuais estrangeiras deve crescer 5% entre os e-consumidores em 2015. Tais compradores preferem itens vindos da China e dos Estados Unidos.
"Hoje, no Brasil, o faturamento computado é das vendas do mercado doméstico. Se juntarmos as compras feitas em sites estrangeiros, esse valor cresce significativamente", afirmou o diretor de marketing do PayPal no Brasil, Renato Pelissaro.
Dados do e-bit apontam que em 2013 o varejo on-line brasileiro faturou R$ 28,8 bilhões, mas ao somar as compras feitas em lojas virtuais estrangeiras, o montante chega a R$ 57,4 bilhões, segundo pesquisa encomendada pelo PayPal pela Ipsos.
A pesquisa indicou também que existe uma pré-disposição maior para aquisições nas lojas virtuais de players estrangeiros. Neste ano, o índice de consumidores que indica o volume de compras em sites como o eBay, Aliexpress, entre tantos outros foi de 13% (dos shoppers brasileiros). Para 2015, a estimativa feita pelo PayPal e pelo Ipsos é de que esse índice chegue a 18%.
"No Brasil, sete em cada dez consumidores compram tanto em lojas brasileiras quanto em operações estrangeiras. Numa base de 70% de brasileiros que compram on-line, 46% utilizam os dois mercados para fazer suas aquisições", explicou ele.
Segundo a pesquisa, realizada com 800 consumidores brasileiros (have users de internet), 4% compram apenas em sites estrangeiros. "Isso mostra que o brasileiro tem um comportamento maduro na hora de fazer suas compras", afirmou o executivo. E completou: "Por mais que o e-commerce brasileiro apresente consolidação, os preços e a comodidade fazem com que haja um número maior de pessoas dispostas a comprar fora".
Categorias
Um dos resultados mais interessantes do estudo ficou por conta da categoria que terá maior destaque no próximo ano. A estimativa é que os consumidores comprem 18% a mais em lojas virtuais especializadas em artigos para bebê e crianças. Na sequência aparece empresas de gêneros alimentícios (comidas, bebidas e afins) com 17% de intenção de compra; seguido de lazer com 16%; saúde e beleza com 14%.
Roupas e acessórios aparece com 13%. "Os consumidores brasileiros preferem comprar de dois países distintos, da China e dos Estados Unidos. Outros locais como Japão, Argentina e França também estão entre os locais em que há procura por produtos".
Atualmente, as mercadorias com maior procura por parte do brasileiro são as roupas e acessórios, com 50% do volume transacionado. Na sequência aparece produtos eletrônicos com 36% e dos produtos de beleza com 27%. "Na China, os consumidores procuram tecnologia com preço acessível. Nos Estados Unidos eles procuram os itens premium".
Motivação
"Existem vários motivos que levam o brasileiro a comprar em sites internacionais. Destacamos os quatro principais", disse o diretor de marketing da PayPal, Renato Pelissaro. Entre eles está a política do frete grátis, os produtos com valor inferior ao vendido no mercado doméstico, meio de pagamento seguro e loja virtual que se preocupa em ter mais de um idioma disponível. "Os brasileiros entendem o contexto geral do que está sendo vendido, mas ficam inseguros quando os termos escritos no site são muito específicos", explicou.
No entanto, fatores como a demora na entrega, o custo do frete quando cobrado e a possibilidade de tributação dos produtos e até mesmo a retenção dos itens na alfândega, estão entre as maiores preocupações na hora de escolher um site estrangeiro para as compras de produtos.
Iniciativas
No marketplace eBay, por exemplo, para se aproximar dos e-shoppers brasileiros, a empresa disponibilizou o canal em português, e segundo a diretora responsável pela expansão do eBay na América Latina, Sylvie De Wever, isso faz com que o consumidor confie mais na marca. "Temos no Brasil um bom canal de venda. Por dia são quase 400 milhões de itens com entrega no Brasil", disse e executiva.
O País é tão importante nos planos estratégicos da empresa que existe a possibilidade do eBay abrir sua plataforma à lojistas brasileiros. "Isso pode acontecer", disse Sylvie.
A concorrência de players como o Aliexpress (que já opera um site em português), pertencente ao Alibaba, da Amazon e de demais gigantes do e-commerce internacional não tem intimidade as operações da varejista no País. "O Brasil é um mercado sofisticado. Estamos otimistas com as vendas de Natal e com o Black Friday", concluiu a executiva.
Mercado mobile
As vendas por dispositivos móveis também tem apresentado desempenho animador. A perspectiva é que as vendas por meio deste canal cheguem a R$ 7,3 bilhões, o que representa 50% de crescimento frente ao mesmo período do ano passado.
O potencial deste canal é tanto que no eBay, em algumas semanas o canal mobile será lançado com idioma em português. "Em poucas semanas o consumidor terá acesso à nova ferramenta", disse Sylvie. Segundo o PayPal, até 2016, esse canal crescerá 42% e vai movimentar R$ 15 bilhões.
Veículo: DCI
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