Economia
08/10/2014 08:55 - Dia da Criança é insuficiente para recuperação do comércio
Incertezas. Mesmo com a possibilidade de melhora, as redes enfrentam o efeito negativo de vendas menores no primeiro semestre, com alta de apenas 4,2%, segundo dados do IBGE
O Dia da Criança, que trará incremento de vendas de até 5%, não será capaz de segurar o ganho do varejo no segundo semestre. O desempenho pífio dos seis primeiros meses de 2014 - o segmento cresceu 4,2%, segundo o IBGE - impedirá que o setor se recupere nos próximos meses.
A perspectiva de vendas mais enxutas vai ao encontro com o momento econômico do País. Segundo as principais entidades de monitoramento do comércio, a expectativa é que o varejo feche o ano com crescimento de até 4% (vide matéria na página 10), e mesmo sendo um índice superior aos 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB), o ânimo dos empresários continuará abalado.
"Todos os franqueados têm se queixado de um ano muito complicado, em especial o primeiro semestre", afirmou ao DCI, o sócio investidor da marca de franquias Fantasia, Alex Cassundé. Devido ao arrefecimento da economia brasileira, a rede prevê que as vendas do Dia da Criança fiquem iguais às do ano passado, ou seja, a rede não terá incremento algum no período. "No ano passado aumentamos em 20% os nossos estoques. O índice foi o mesmo deste ano", disse o executivo.
Expectativas
A previsão de estabilidade nas vendas afirmada por Cassundé é confirmada pela Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo (FCDLE-SP) em parceria com as Câmaras de Dirigentes Lojistas (CDLs), da capital e do interior do estado. As entidades estimam crescimento de 3% a 5%, com o tíquete médio de compras em até R$ 110. Os lojistas de São Paulo acreditam que as vendas sejam puxadas principalmente por equipamentos eletrônicos, além dos brinquedos, itens preferidos das crianças.
Cassundé, da rede Fantasia - que comercializa itens licenciados da Disney -, acredita que as pelúcias (ursinhos, chaveiros e afins) serão os produtos mais procurados para presentear no período. "A maioria dos itens é de produção nacional. Mas caso a venda seja maior que a esperada, temos como repor a mercadoria de forma rápida".
Desaceleração
A desaceleração nas vendas foi sentida em todas as 58 lojas da rede no País. "Não houve um franqueado que não tenha se mostrado preocupado com o ano atípico e complicado em vendas", explicou Cassundé.
Ainda segundo o executivo, a Copa do Mundo, o período morno e obscuro da economia por conta da indefinição política - a disputa presidencial terminará apenas no dia 26 de outubro - traz mais insegurança ao investidor. "Temos de ser o mais realistas possível com os nossos franqueados. Eles investiram todo o seu dinheiro e a cautela, tanto na hora de fazer as projeções de crescimento, quanto no ajuste dos estoques, é muito importante nesse período", argumentou.
Na rede Ri Happy, o Dia da Criança pode trazer vendas 10% maiores, ou seja, índice esse igual ao de 2013. "As vendas desse ano para o Dia da Criança seguem a média do ano passado", disse o diretor de marketing da rede, Mario Honorato.
Para atrair o consumidor ao ponto de venda, a Ri Happy apostou no conceito de exclusividade. "Estamos confiantes nas vendas para a data, com linhas exclusivas e promoções para atrair nossos clientes", disse o executivo. Além disso, o apelo promocional de compra e concorrer a prêmios também foi uma das apostas para que as vendas fiquem dentro da expectativa. "Com a iniciativa Baú do Solzinho serão sorteados 100 baús repletos de brinquedos, no valor de R$ 2.000 cada".
Ainda segundo Honorato, a condição econômica em que o País se encontra é preocupante, mas não deve ser motivo para desespero. "Mesmo com a atual situação do Brasil, o mercado de brinquedos tem um resultado positivo. Movimenta anualmente cerca de R$ 9 bilhões", disse. "O Natal pode vir a ser positivo", concluiu.
Intenção de compra
Pesquisa realizada pelo Serviço Central de proteção ao Crédito (Boa Vista SCPC) apontou que 81% dos consumidores planejam comprar presente para comemorar a data, índice superior à intenção declarada para o Dia dos Namorados (66%), Dia dos Pais (75%) e apenas inferior ao Dia das Mães (86%). Dos presenteados, 53% serão filhos, 23% sobrinhos, 12% afilhados, 5% netos e 7% outras crianças.
Os artigos eletrônicos como os tablets, celulares e afins são as categorias de presentes escolhidas por 23% dos consumidores participantes da pesquisa. O índice aponta incremento de 10 pontos percentuais na comparação com igual data de 2013. Mesmo com essa alta, a compra de brinquedos representa 47% das escolhas; vestuário e calçados, 17%; e outras categorias de presentes 13%.
Loja especializada
Mesmo sem ser afetada pelo fator sazonalidade, a rede Alô Bebê teve de rever a forma de expansão neste momento de desaceleração. "Abrimos unidades fora de São Paulo e reformulamos a loja virtual", explicou ao DCI o diretor de marketing da marca, Milton Bueno.
Com a operação virtual (e-commerce) a Alô Bebê ampliou a sua presença, o que facilitou na hora da rede sair de São Paulo. "Abrimos lojas em Goiânia (GO), Uberlândia (MG), duas no Sul do País e uma no Rio de Janeiro (RJ)", como argumentou o executivo.
Para Bueno, o grande diferencial do site da Alô Bebê está na operação agregada à loja física. "Diferente de alguns concorrentes, o e-commerce está integrado à loja física. Isso traz mais conforto aos pais na hora da compra". A rede estima que as vendas fiquem entre 5% a 8% neste Dia da Criança, e que como todos os varejistas, a Alô Bebê tem sentido o consumidor cauteloso na hora das compras. "Ele não diminuiu a ida ao ponto de venda, mas está mais cauteloso com os seus gastos", explicou Bueno.
Questionado sobre o Natal, o executivo vê o período com otimismo. "A indústria [leia mais na página 6] faz muitos lançamentos para o Natal, logo as novidades atraem o consumidor. A nossa aposta para o período são os itens de verão, já que a data sazonal antecede as férias de verão", ressaltou.
Shopping center
Estimativa da Associação dos Lojistas de Shopping Center (Alshop) é que a data sazonal movimente entre os empresários dos shoppings R$ 3,5 bilhões. Os pedidos dos varejistas aos fabricantes ficaram em média 8% maiores que em 2013.
Veículo: DCI
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