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01/09/2014 11:53 - Ganhos ainda resistem, apesar de atividade fraca

Por Natalia Viri | De São Paulo



O menor peso do câmbio sobre a dívida em moeda estrangeira impulsionou os ganhos das companhias de capital aberto no segundo trimestre e ajudou a aliviar a contração de margens ocasionada pelo aumento contínuo dos custos.

Levantamento feito pelo Valor Data por meio da base de dados do Valor Empresas mostra que o lucro líquido de 271 companhias aumentou 56% em relação ao mesmo período do ano passado, para R$ 16,2 bilhões.

Os números parecem contrariar os dados que apontam atividade fraca no período, mas enganam à primeira vista. O desempenho operacional foi bem menos expressivo. O lucro antes do resultado financeiro e impostos cresceu 10,6%, para R$ 34 bilhões. Se excluirmos uma receita extraordinária com créditos fiscais de R$ 1,2 bilhão da Telefônica/Vivo - empresa bastante representativa na amostra -, o avanço é de apenas 6,7%, praticamente em linha com a inflação dos últimos 12 meses encerrados em junho, de 6,52%.

O menor número de dias úteis por conta da Copa do Mundo também inverteu a sazonalidade típica do período. Em relação ao primeiro trimestre, que costuma ser mais forte que o segundo, o lucro líquido das companhias analisadas caiu 17,9%, com recuo de 12,9% no resultado gerado pelas operações.

Os balanços de Vale e Petrobras foram excluídos da amostra, já que, pelo tamanho, essas empresas tendem a distorcer o resultado geral. O Valor Data optou ainda por não considerar os dados da OSX e da OGPar (ex-OGX), ambas controladas por Eike Batista, por conta de baixas contábeis bilionárias realizadas no ano passado e que imporiam viés à comparação.

A receita líquida das empresas analisadas cresceu 11,9% em relação ao segundo trimestre de 2013, para R$ 294,5 bilhões, sinalizando que a demanda continuou resiliente, mesmo com a realização do Mundial de futebol. O problema, mais uma vez, foram os custos de produção: no segundo trimestre de 2013, eles representavam 69,7% da receita líquida, fatia que passou a 71% no mesmo intervalo deste ano.

À inflação, principalmente da mão de obra, que já vinha pressionando os resultados, somaram-se as liquidações promovidas pelo varejo para queima de estoque e os maiores gastos da algumas marcas com marketing para o Copa do Mundo. Já na indústria, a queda na demanda reduziu a capacidade utilizada, provocando uma menor diluição dos custos fixos.

A contração de margens operacionais frente a um ano antes mostra que o movimento de redução de custos e despesas para melhorar os resultados está perdendo fôlego. "Após mais de um ano de revisão de processos de ganhos de eficiência, hoje há menos gordura para queimar", afirma Daniela Martins, da corretora Concórdia.

Nesse cenário, o salto no lucro líquido do conjunto de companhias abertas na comparação anual é explicado, principalmente, pela queda de 2,67% na cotação do dólar frente ao real verificada entre abril e junho. Isso resultou em ganhos na conversão da dívida em moeda estrangeira, enquanto no mesmo intervalo do ano passado, um salto de 10% na moeda americana frente à brasileira tinha causado perdas significativas. Com isso, no período, o resultado financeiro ficou negativo em R$ 12 bilhões, 20% a menos do que os R$ 14,9 bilhões do mesmo intervalo de 2013.

Copa do Mundo impulsionou resultados de varejistas, mas piorou o desempenho já fraco do setor industrial

Pelas regras contábeis, todo o estoque de dívida é corrigido pela cotação do câmbio no fim do trimestre, ainda que a maior parte dos financiamentos vença apenas no longo prazo. Apesar de expressivo, esse efeito é, em sua maior parte, "não caixa": afeta o balanço, mas, na prática, não significa mais dinheiro no caixa da empresa ou no bolso dos sócios.

Os balanços do segundo trimestre mostram ainda a discrepância entre os setores ligados ao consumo e a indústria. O lucro de 41 empresas industriais - incluindo siderúrgicas, fabricantes de bens de capital e autopeças - recuou 17,1% em relação ao segundo trimestre de 2013, para R$ 1 bilhão. O impacto da atividade fraca e do menor número de dias úteis de produção por conta da Copa já se fez sentir na primeira linha do balanço: as receitas cresceram 2,3%, muito abaixo da média das empresas listadas e inferior à inflação medida pelo IPCA.

Já no varejo, o lucro consolidado de 44 empresas de consumo subiu 8,7%, para R$ 1,11 bilhões. "O varejo sofreu menos que o esperado com o menor número de dias comerciais do segundo trimestre", afirma Daniela, da Concórdia. E alguns segmentos varejistas foram beneficiados pela Copa do Mundo. As varejistas de eletroeletrônicos tiveram desempenho bastante acentuado com a venda de televisores. Já os ganhos de varejistas de alimentos foram impulsionados pelo maior consumo de bebidas e carnes, bem como pela Páscoa, que neste ano caiu em abril, ao contrário de 2013, quando ocorreu em março, ajudando a base de comparação.

Para o restante do ano, a perspectiva é que a diferença entre consumo e indústria se mantenha. "O segundo semestre tende a ser melhor para as varejistas, com alguma retomada da atividade. Mas para a indústria, apesar de o período da Copa ter representado o fundo do poço, não esperamos uma recuperação tão acentuada", assinala Daniela.

Seguindo uma trajetória que já se mantém há anos, outro setor que se destacou entre abril e junho foi o de educação. O lucro líquido das seis rede de ensino listadas na bolsa dobrou, chegando a R$ 426,6 milhões. Entre as incorporadoras, a estratégia de reduzir lançamentos e focar na execução dos projetos em andamento também rendeu frutos. Os ganhos de 20 empresas do setor aumentaram 35% na comparação anual, apesar da queda de 10,6% nas receitas.

Na contramão, o destaque negativo, além da indústria, ficou por conta do segmento de energia elétrica, cujo lucro apresentou queda de 41,8% no período, para R$ 1,54 bilhão. O número foi puxado para baixo principalmente pelas distribuidoras, que tiveram que absorver o maior custo com energia comprada para revenda em meio à estiagem que atinge o país.



Veículo: Valor Econômico

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