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28/08/2014 12:46 - Para analistas, PIB encolheu 0,4% no 2º tri

Por Arícia Martins e Tainara Machado | De São Paulo


A crise no setor industrial e o efeito predominantemente negativo que a Copa teve sobre a atividade podem ter colocado o país em recessão técnica, jargão utilizado por economistas para quando o Produto Interno Bruto (PIB) registra duas quedas seguidas. De acordo com a média de 20 instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor Data, o PIB deve ter recuado 0,4% entre o primeiro e o segundo trimestres, feitos os ajustes sazonais.

As estimativas para as Contas Nacionais Trimestrais, a serem divulgadas amanhã pelo IBGE, vão de retração de 0,6% a queda de 0,1% para o período de abril a junho. Como a revisão do fator sazonal pode transformar a alta de 0,2% do PIB no primeiro trimestre em um resultado levemente negativo, há uma divisão entre analistas que veem uma recessão nos dados do primeiro semestre e aqueles que a refutam. Mesmo neste segundo grupo, porém, a avaliação é que a atividade está parada.

Reforça essa percepção a estimativa de que a soma de riquezas produzidas pelo país no segundo trimestre encolheu 0,4% em relação a igual período de 2013, ainda de acordo com as instituições consultadas pelo Valor Data. Uma queda do PIB na comparação anual não acontece desde o terceiro trimestre de 2009, quando o país ainda se recuperava da crise global iniciada no ano anterior.

Para os analistas ouvidos pelo Valor, a trajetória de desaceleração da economia brasileira ganhou contornos mais negativos em junho, quando a redução do número de dias úteis provocada pela Copa do Mundo diminuiu o nível de atividade em vários setores. Segundo economistas, o evento causou uma forte paralisação da indústria, que já estava em tendência mais acentuada de perda de fôlego há algum tempo, e também afetou o desempenho do comércio e dos serviços.

Sob a ótica da demanda, a confiança empresarial em queda livre e as incertezas no cenário para os próximos meses devem ter derrubado os investimentos, enquanto o consumo das famílias seguiu em ritmo moderado em função da alta dos juros e do menor dinamismo do mercado de trabalho.

A equipe econômica do Itaú Unibanco estima que o PIB caiu 0,4% na passagem trimestral e considera que o primeiro trimestre pode ser revisto para contração de 0,1%, mas não classifica a sequência como "recessão técnica". Segundo o economista Caio Megale, este termo não é uma definição precisa, mas "uma regra de bolso", e nem sempre a economia está de fato em um período recessivo quando o PIB cai por dois trimestres seguidos. Ilan Goldfajn, economista-chefe do banco, avalia que o cenário de janeiro a junho foi de estagnação da atividade, e não de recessão.

Nas projeções do Itaú, o tombo de 2,2% da indústria - que já havia recuado 0,8% no começo do ano - foi a principal influência negativa para o PIB do segundo trimestre, pelo lado da oferta. Já na ótica da demanda, a expectativa é que a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida das contas nacionais do que se investe em máquinas e construção civil) tenha o pior desempenho, com queda de 4,6%.

Megale afirma que estes dois segmentos estão interligados e foram afetados pelo menor dinamismo da construção civil e também pelo aumento de feriados em junho. "Uma boa parte dessa queda é temporária e relacionada a efeitos da Copa, mas parte dessa desaceleração é mais estrutural, devido aos juros mais altos e à redução da confiança", disse.

Leandro Padulla, economista da MCM Consultores, faz avaliação semelhante. Em sua opinião, a redução de dias úteis por causa da Copa reduziu o nível de atividade no segundo trimestre, mas mesmo sem esse efeito extraordinário o quadro é de estagnação, com clara recessão no setor manufatureiro.

O esfriamento da indústria de transformação em 2014 já era esperado, diz Silvia Matos, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), mas o recuo de 0,4% previsto para o PIB do segundo trimestre deve trazer um novo elemento negativo: uma redução de 0,5% na atividade dos serviços, na comparação com o trimestre anterior. Para Silvia, os efeitos dos reajustes mais modestos da renda dos trabalhadores e a menor geração de vagas já estão afetando a economia como um todo, mas também há um lado conjuntural na queda dos serviços.

Mesmo para este setor, a economista argumenta que o efeito líquido da Copa foi mais negativo do que positivo, considerando todas as regiões do país e todos os subsetores - e não apenas as cidades que sediaram jogos - por causa do número elevado de feriados. Apesar de trabalhar com retração um pouco mais generalizada do PIB no segundo trimestre, o Ibre também é contrário à afirmação de que a economia está em recessão técnica.

Já o economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale, vê nos resultados dos últimos 12 meses uma recessão "de fato", e não apenas técnica. Em sua opinião, a situação atual é mais grave que a de 2008 porque, naquele período, a crise teve origem externa. Agora, diz, a estagnação da atividade está ligada a questões domésticas, cuja solução passa obrigatoriamente por mudança da política econômica.

Nos cálculos de Vale, o PIB encolheu 0,3% na passagem do primeiro para o segundo trimestre. Não é este número em si que caracteriza o comportamento recessivo da economia, afirma ele, mas sim o fato de que, se o dado de janeiro a março for revisado para um leve recuo, três dos últimos quatro trimestres terão sido negativos.

O único setor com boa evolução no segundo trimestre, de acordo com a MB, deve ser o agropecuário, que cresceu 0,8% em relação ao mesmo período de 2013, nas projeções da consultoria. "Temos uma safra boa e estamos crescendo em cima de bases espetaculares", diz.

Pela ótica da demanda, os economistas ouvidos avaliam que o consumo das famílias teve apenas ligeira recuperação, após ter cedido 0,1% no primeiro trimestre. A média das estimativas é de alta de 0,2% desse componente do PIB. Segundo Padulla, da MCM, como o mercado de trabalho não mostrou piora expressiva, é pouco provável que o consumo privado tenha voltado a cair no período, ainda que a pequena alta esperada seja insuficiente para compensar a frustração com investimentos.

O baixo crescimento da demanda também deve resultar em queda de 0,6% das importações, diz. Como as exportações devem subir 1,3% no período, sempre em relação ao trimestre anterior, com ajuste sazonal, o setor externo deve dar contribuição positiva para o PIB no período. Padulla, porém, não se mostra muito otimista. "É mais efeito da estagnação da economia do que recuperação de mercados externos", afirma.



Veículo: Valor Econômico

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