Ibovespa opera acima dos 60 mil pontos com alta de 0,69%

SÃO PAULO - O cenário eleitoral continua a ser o principal fator a direcionar o movimento dos mercados financeiros no Brasil. A nova pesquisa Ibope divulgada na terça-feira à noite, que mostrou o avanço das intenções de voto da candidata do PSB, Marina Silva, na disputa pela Presidência da República e sua eventual vitória em um segundo turno contra Dilma Rousseff (PT), dão novo impulso aos negócios dessa quarta-feira. Às 10h18, o Ibovespa, principal indicador do mercado acionário, operava em alta de 0,69%, aos 60.234 pontos. Já o dólar comercial opera em queda de 0,30%, cotado a R$ 2,2570.

Tem sido comum, desde março, o avanço do Ibovespa, principal de ações de estatais e de setores mais suscetíveis a intervenções do governo, quando candidatos da oposição mostram melhora do desempenho. O entendimento é que uma mudança na Presidência da República iria mudar os rumos da política econômica.

Uma das mais beneficiadas nesse processo tem sido a Petrobras. As ações preferenciais (sem direito a voto) da estatal registram alta de 1,37%. Já os papéis ordinários (com direito a voto) sobem 1,45%. Outra alta relevante é registrada nas ações do Banco do Brasil, que sobem 2,06%.

No mercado interno, os investidores também estarão atentos aos dados da dívida pública mobiliária, que será divulgada a partir das 14h30, e também à pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes sobre avaliação do governo federal.

OPERAÇÃO DA OI

A Oi informou que contratou o banco BTG Pactual para viabilizar uma oferta pela fatia de 67% da Tim Participações que hoje pertence à Telecom Itália. As ações da empresa de telefonia registravam alta de 5,97%.

No entanto, os analistas da Yield Capital lembra que a Oi provavelmente não terá espaço para uma nova oferta de dívida e qualquer oferta em relação à Tim deve envolver uma fusão ou uma nova emissão de ações por parte da Oi.

MENOR CONFIANÇA NA ALEMANHA

Esse movimento de alta no Brasil ocorre mesmo com os dados menos positivos no exterior. Na Europa, o índice de confiança do consumidor alemão, principal economia da região, caiu pela primeira vez em mais de um ano e meio, ficando em 8,6 pontos na medição feita pela empresa GfK. Na avaliação dos analistas da XP Investimento, isso ocorreu porque "os consumidores tornaram-se mais cautelosos quanto ao impacto das sanções contra a Rússia sobre a maior economia europeia e outros conflitos internacionais".

O índice DAX, de Frankfurt, opera em queda de 0,11%. O CAC 40, da Bolsa de Paris, e o FTSE, de Londres, estão praticamente estáveis.

Já no mercado de câmbio, o dólar opera em queda diante o real. Às 10h18, a moeda americana era cotada a R$ 2,2550 na compra e a R$ 2,2570 na venda, um recuo de 0,30%.

Na avaliação de Ricardo Gomes da Silva Filho, economista da Correparti Corretora de Câmbio, a redução da confiança na Alemanha é mais um fator que deve colaborar para que o Banco Central Europeu (BCE) adote novas medidas de estímulo à economia europeia.

Veículo: O Globo - RJ