Economia
19/08/2014 13:25 - Deflação de alimentos mantém IPCA-15 estável, preveem analistas
Por Arícia Martins | De São Paulo
A continuidade da queda de produtos agropecuários no atacado e o repasse desse movimento ao varejo devem ter levado os alimentos a aprofundar a trajetória de deflação em agosto, avaliam economistas. Segundo eles, o cenário benigno para essa parte da inflação manteve o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) em nível comportado no período, a despeito de reajustes de energia elétrica e de mensalidades escolares, além de um possível aumento das passagens aéreas.
A média de 18 instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor Data aponta que o IPCA-15 ficou quase estável na passagem de julho para agosto, ao ceder de 0,17% para 0,16%. As estimativas para a prévia da inflação oficial, a ser divulgada amanhã pelo IBGE, vão de alta de 0,12% até 0,24%. Se confirmadas as expectativas, a inflação acumulada em 12 meses pelo índice permanecerá ligeiramente acima do teto da meta perseguida pelo BC, em 6,51%.
O economista-chefe do banco ABC Brasil, Luis Otávio de Souza Leal, estima que o IPCA-15 avançou 0,15% neste mês, com recuo de 0,25% do grupo alimentação e bebidas. Na prévia anterior, o preço desses itens caiu 0,03%. Leal afirma que a redução adicional foi influenciada principalmente pelos alimentos no domicílio, que, em seus cálculos, ampliaram sua deflação de 0,37% para 0,45%. "Os produtos in natura devem ajudar, mas a desaceleração será mais puxada pelas proteínas animais", que devem ter começado a refletir a queda nas cotações de grãos no atacado", diz o economista.
De acordo com Leal, os alimentos estão ajudando mais a conter a inflação neste ano devido a três fatores: a devolução de dois choques agrícolas ocorridos em 2012 e 2013, o cenário externo desinflacionário e, por último, o fraco desempenho da atividade doméstica. O economista-chefe do ABC avalia que o impacto da desaceleração do PIB sobre os preços de alimentação é marginal no momento, mas pode ficar maior. "A atividade mais fraca diminui o consumo de itens não necessários, o que ajuda a alta dos alimentos a ficar mais comportada."
Leonardo Costa França, da Rosenberg & Associados, trabalha com retração de 0,2% para o grupo alimentação na prévia de agosto, mas observa que o movimento não será suficiente para evitar aceleração do IPCA-15. Em suas estimativas, o indicador subiu 0,21% na medição atual, com preços mais altos nos segmentos de habitação, educação e transportes. O primeiro grupo deve ter avançado de 0,48% para 1,56%, diz França, pressionado por efeito residual da correção de 18% nas tarifas de energia da Eletropaulo e, também, pelo aumento de 24,86% nas contas da Copel, de Curitiba.
Devido a esses dois reajustes, o economista projeta que o item energia elétrica residencial mais do que dobrou a alta na passagem mensal, ao acelerar de 1,35% para 5,12%, o que deve adicionar 0,14 ponto ao IPCA-15 de agosto. Em função desse impacto, os preços administrados devem subir 0,56% nesta prévia, estima França, ante 0,05% em igual período de julho.
Além dos preços monitorados por contrato, Leal, do ABC, acrescenta que outra pressão sobre a prévia da inflação de agosto deve partir do grupo transportes, que deixou recuo de 0,85% para avanço de 0,1% em suas estimativas. As passagens aéreas, que cederam 26,7% no IPCA-15 do mês passado, devem subir 7% na medição atual, diz, tendo em vista que a queda de preços observada após a Copa do Mundo foi muito forte.
Ainda devido à devolução de preços após o Mundial - efeito que teve influência importante sobre a alta de apenas 0,01% do IPCA em julho - França espera que a inflação dos serviços tenha diminuído de 0,52% para 0,38% entre o IPCA-15 do mês anterior e o indicador de agosto.
No fechamento do mês passado, esses preços caíram 0,05%. "Temos que aguardar os resultados dos próximos meses para confirmar se o grupo de serviços desacelerou somente devido ao efeito Copa", diz o economista.
Na contramão dos serviços, França estima que o grupo educação aumentou 0,60% no IPCA-15 de agosto, após ter caído 0,07% em julho, porque algumas mensalidades de cursos regulares são corrigidas no meio do ano.
Veículo: Valor Econômico
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