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19/08/2014 13:20 - Economistas debatem propostas para retomada do setor industrial

Por Vanessa Jurgenfeld e Elisa Soares | Do Rio


A necessidade de realização de um processo de reindustrialização foi apontada por alguns economistas reunidos ontem no 2º Congresso Internacional do Centro Celso Furtado, no Rio, como uma das questões mais importantes para o país voltar a crescer. Apesar do diagnóstico similar, de que o setor industrial vive uma perda de dinamismo e precisa ser revitalizado, as propostas para uma recuperação da indústria foram distintas.

O economista colombiano José Ocampo, professor da Columbia University e ex-ministro da Economia da Colômbia, analisou o desempenho da América Latina nos últimos anos e destacou que a região como um todo vive um período difícil com apreciação cambial e tendência à desindustrialização, com menor participação da indústria no Produto Interno Bruto (PIB), e aumento da fatia das commodities na composição das exportações latinas em detrimento aos produtos industriais.

Ele avaliou que entre 2003 e 2007, quando houve os primeiros sinais da crise mundial, a América Latina como um todo cresceu por condições externas excepcionais, como o auge dos preços de produtos básicos, crescimento rápido do comércio internacional, boas condições de acesso a financiamentos externos e fluxos migratórios massivos. No entanto, na avaliação do economista, o auge dos preços de commodities passou e os países da região precisam estar agora mais focados no seu mercado interno e atentos ao crescimento do déficit em conta corrente, um risco para uma crise de balanço de pagamentos. Ele citou que para os próximos anos a região deve gerar trabalho com maior conteúdo tecnológico e a reindustrialização deve ser colocada no centro da estratégia, sem deixar de lado a riqueza dos recursos naturais e as potencialidades de setores de serviços.

O professor Wilson Cano, do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), acredita que é possível reverter o processo de desindustrialização relativa que o Brasil vive, segundo ele, desde 1985. "Eu diria que é possível, mas extremamente mais difícil do que seria há dez anos", destacou Cano.

Na sua avaliação, os laços internacionais do país cresceram nos últimos anos, "ficaram mais atados", e "não se faz esse omelete sem quebrar esses ovos". Cano refere-se à necessidade de o país precisar readquirir sua soberania nos principais instrumentos de política macroeconômica, que foram cedidos, diz ele, com o Consenso de Washington e com a adesão à Organização Mundial do Comércio (OMC). "Enquanto não adquirir isso, vai se aprofundar cada vez mais a desindustrialização", disse.

Na avaliação de Cano, sem uma política macroeconômica que seja favorável à indústria, não há como reverter o processo de desindustrialização. "Nossa estrutura está se tornando cada vez mais débil. Não é com um gesto de boa vontade, tendo este ou aquele ilustre economista no Ministério da Fazenda. Isso é insuficiente para ser enfrentada essa questão".

Cano defendeu a reindustrialização dizendo que a indústria "é o segmento produtivo que permitiu o desenvolvimento dos países hoje conhecidos como desenvolvidos". "Evidentemente não se pode desenhar nenhuma política setorial sem que esteja amparada em uma política macroeconômica que lhe dê sustentação", destacou Cano.

O professor da Fundação Getulio Vargas (FGV-SP) Luiz Carlos Bresser-Pereira ressaltou que o país sofre da "doença holandesa". Isso ocorre pelo fato de o Brasil ser um forte exportador de commodities, sofrendo assim de uma sobrevalorização crônica e cíclica da sua taxa de câmbio, que o impede de exportar de forma significativa bens manufaturados. Essa doença estaria conduzindo o processo de desindustrialização.

Bresser-Pereira disse que para haver reação do setor industrial, com aumento dos investimentos, precisaria haver mudanças na taxa do câmbio, de forma que o real ficasse mais desvalorizado em relação ao dólar. Ele tem sugerido uma tarifa sobre produtos primários exportados ou, de forma alternativa, defende uma tarifa sobre importação de bens industrializados para reanimar o setor industrial, de forma a levar a taxa de câmbio ao que ele chama de taxa de equilíbrio industrial competitiva.



Veículo: Valor Econômico

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