Economia
15/08/2014 12:00 - No trimestre, comércio cai mais que indústria pela primeira vez
Por Denise Neumann | São Paulo
O fraquíssimo resultado registrado pelo varejo em junho - muito abaixo das expectativas dos economistas - consolida o pior trimestre do setor desde o auge do impacto da crise financeira internacional sobre a economia brasileira, no fim de 2008. Sem considerar aquele episódio atípico (quando o crédito secou e toda confiança se esvaiu), nunca as vendas em volume do varejo ampliado caíram tão fortemente.
No segundo trimestre a queda no segmento ampliado (inclui automóveis) foi de 3,06% sobre o primeiro trimestre, feito o ajuste sazonal. É esse resultado que vai afetar o PIB do período, juntamente com a queda de 1,95% da produção industrial.
Entre 2008 e este começo de 2014, varejo e indústria caíram juntos no terceiro trimestre de 2012, quando o PIB do período ficou estável em 0,02%. As quedas naquele momento foram menos intensas: 1,3% no varejo e 1,7% na indústria. Juntos, esses dois setores representam pouco menos de um terço do PIB, mas são um bom termômetro da economia.
As quedas da indústria e do varejo, combinadas com os demais indicadores (a receita de serviços está estagnada), reforçam fortemente os sinais de que o PIB do segundo trimestre caiu em relação aos primeiros três meses do ano.
Além de reforçar a expectativa de PIB negativo no segundo trimestre, o dado do varejo embute outro sinal preocupante. A queda de 3,06% no segundo trimestre veio na sequência de um recuo de 0,4% no início do ano sobre os últimos três meses de 2013. Queda dupla, por dois trimestres, nunca aconteceu na série atual da pesquisa mensal do comércio do IBGE, que começa em 2003. No quarto trimestre de 2008, a queda foi muito mais abrupta (7,3%), mas a recuperação já veio no primeiro trimestre de 2009, com alta de 6,7%.
Cruzando comércio com indústria de transformação (mais próxima dos bens vendidos no varejo), essa foi também a primeira vez em que o varejo caiu mais que a produção. Isso mostra que a queda na indústria, dessa vez, está sendo determinada por uma perda de fôlego do consumo, independentemente dos importados. Por isso, sinaliza uma crise mais profunda.
O dado do varejo ampliado reflete o enfraquecimento dos principais vetores da demanda: renda e crédito. Ambos estão em desaceleração e não devem se recuperar tão cedo, o que complica a economia além do segundo trimestre.
Veículo: Valor Econômico
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