Economia
13/12/2013 07:42 - Comércio no CE se retrai 1,1%
No País, entretanto, houve alta de 2,2% no volume de vendas, em outubro deste ano, frente ao mês anterior
Fortaleza/São Paulo. Na contramão do desempenho positivo nacional (sem o ajuste sazonal), as vendas do comércio varejista cearense caíram 1,1%, em outubro, em comparação com o mês anterior. No acumulado do ano, a redução foi de 0,8%. Em relação a outubro de 2013, entretanto, o Estado apresentou alta de 0,6%. Os dados foram divulgados ontem na Pesquisa Mensal de Comércio, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A maior queda entre os setores listados pela pesquisa, no caso do Ceará, foi do segmento de veículos, motocicletas, partes e peças, o qual apresentou redução de 11,36% no comparativo mensal. Também tiveram desempenho negativo eletrodomésticos (-9,8%), livros, jornais, revistas e papelaria (-9,8%) e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-1,98%).
Já entre os segmentos que apresentaram alta, estão móveis (23,7%), material de construção (16,11%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (14,4%), tecidos, vestuários e calçados (8,0%), combustíveis e lubrificantes (7,5%), móveis e eletrodomésticos (1,7%), hipermercados e supermercados (0,7%) e equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (0,44%).
No País
Já no caso nacional, as vendas do varejo ampliado, em outubro, apresentaram alta de 2,2%. A maior elevação foi a do segmento outros artigos de uso pessoal e doméstico, que subiu 11,88%. O segmento que registrou a maior queda, por sua vez, foi o de veículos, motocicletas, partes e peças, que apresentou redução de 4,20%. No acumulado do ano, o aumento das vendas no País foi de 3,4%. Na comparação com outubro de 2012, a evolução foi de 3,9%
Ajuste nacional
Na série com ajuste sazonal, as vendas do comércio varejista no País cresceram 0,2% no mês de outubro, ante setembro. Na comparação com outubro de 2012, as vendas do varejo cresceram 5,3%. No ano, as vendas do varejo restrito registraram alta de 4,0%, e, em 12 meses, a expansão foi de 4,5%. A alta de 0,2% em outubro fez a média móvel trimestral do setor ficar positiva em 0,5% no mês. Em setembro, a média móvel das vendas no varejo foi de 1,2%. Quanto ao varejo ampliado, que inclui as atividades de material de construção e de veículos, as vendas subiram 1,8% sobre setembro, na série com ajuste sazonal.
Receita
A receita nominal do comércio varejista cresceu 0,7% na passagem de setembro para outubro. Como resultado, a média móvel trimestral da receita ficou em 0,9% no trimestre encerrado em outubro. Na comparação com outubro de 2012, foi verificada alta de 12,0%. No ano, a receita acumulou alta de 11,8%, e, em 12 meses, avançou 11,9%.
No varejo cearense, sem o reajuste sazonal, houve alta de 4,5% na receita frente a setembro último. No acumulado do ano, foi registrada alta de 5,4%, enquanto, em comparação com outubro de 2012, o aumento da receita foi de 6,1%.
Natal de 2013 será pior, estima a FGV
Rio Com o varejo dando sinais de desaceleração neste segundo semestre, os comerciantes não devem reservar grandes expectativas para as vendas de Natal. Se depender do consumidor, os gastos com presentes neste final de 2013 serão menores do que em anos anteriores e chegarão ao pior nível desde 2008, ano do início da crise financeira global.
A estimativa é da Fundação Getúlio Vargas (FGV) com base em dados da Sondagem do Consumidor de novembro. O levantamento revela que o ânimo do consumidor para compras natalinas caiu 3,9% em relação a 2012, para 78,0 pontos. "Há uma sensível redução em relação a 2012", analisou a coordenadora da pesquisa, a economista Viviane Seda. "O indicador mostra desaceleração do consumo nesse período natalino".
Cautela
Ao longo do ano, segundo Viviane, o consumidor se mostrou mais cauteloso em relação às compras e mais preocupado com a situação das finanças pessoais (tanto no presente quanto no futuro) e do emprego, o que se traduziu em menor ímpeto para compras natalinas. "Tem ainda o aumento da taxa de juros e o medo da volta da inflação, que estão ajudando esses consumidores a se tornarem mais cautelosos".
Segundo a pesquisa, 34,2% dos consumidores pretendem gastar menos do que o ano passado. Essa fatia é um pouco menor do que os 35,9% observados em 2012. Mas o resultado, que poderia ser interpretado como um sinal positivo, é compensado por um recuo mais intenso na parcela dos que pretendem gastar mais. Em 2012, eles eram 17,2% dos consumidores. Neste ano, eles são 12,2%.
"O que está pesando mais são os consumidores que gastaram mais no ano passado e estão reduzindo as suas compras neste ano", avalia Viviane.
Veículo: Diário do Nordeste
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