Após terem interrompido uma seqüência muito longa de perdas em setembro, as cotações internacionais do açúcar voltaram a cair em outubro. As cotações futuras do açúcar bruto da ICE Futures aumentaram 1% no décimo mês do ano, na comparação com setembro. Os contratos com entrega em março/2014 (os mais líqüidos do momento) encerraram a sessão da quinta-feira, 31 de outubro, a 18,14 centavos de dólar por libra-peso, ante os 18,32 cents/libra na sessão do dia 30 de setembro.

Contudo, no meio do caminho, o mercado chegou a 19,50 centavos de dólar, em 18 de outubro, quando houve um incêndio em terminais da Copersucar no Porto de Santos. Desde então, as cotações caíram mais de 6% até o fechamento do mês, na época, os operadores apostaram que o incêndio poderia afetar o fluxo de exportações do Brasil. Apesar dos embarques terem diminuído desde então, tanto a Índia como a Tailândia, os dois outros maiores exportadores mundiais de açúcar estão em plena safra. Assim, os importadores estão buscando essas origens para suas necessidades.

Segundo o banco Rabobank International a temporada internacional 2013/14 deverá ser a quarta consecutiva de sobra de oferta no mercado mundial de açúcar, com excedente de 5,4 milhões de toneladas. O crescimento dos estoques ao longo da temporada 2013/14 e a elevação da relação consumo/estoques deverão limitar o escopo dos preços na entrada do ano de 2014. Contudo, o superávit estimado é significativamente menor que as 9,9 milhões de toneladas apontadas para 2012/13, Andy Duff. Mesmo assim, essa situação manterá as cotações internacionais sob pressão.

Já no mercado interno brasileiro, os preços do açúcar cristal se fortaleceram ao longo de outubro, diante de uma opção cada vez maior pelo etanol nas usinas. O mix da safra 2013/14 deve ficar em 47% para o açúcar e 53% para o etanol, contra os 50/50 registrados no ano passado, conforme projeção do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda). Em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, a saca de 50 quilos do açúcar cristal chegou a R$ 52,00, avançando mais de 20% em relação aos patamares de setembro (R$ 44,00 por saca).




Veículo: Diário do Comércio - MG