Economia
04/10/2013 10:55 - Comerciantes amargam prejuízos
Além dos empresários, trabalhadores rurais alegam prejuízos, pois não conseguem renegociar as dívidas
Crateús. A greve dos bancários, iniciada no último dia 19 de setembro, acarreta prejuízos para o comércio em todo o Interior do Estado. Empresários e dirigentes classistas são unânimes em atribuir queda nas vendas e na economia de forma geral, em consequência do movimento paredista que fechou o atendimento em agências do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Banco do Nordeste em vários municípios cearenses.
A greve no Ceará já dura 16 dias. Os moradores do interior cearense estão se sentindo também prejudicados com o movimento paredista FOTO: SILVÂNIA CLAUDINO
Trabalhadores rurais alegam também prejuízos, devido à impossibilidade de renegociação de dívidas junto ao Banco do Nordeste. Os clientes reclamam ainda de dificuldades no recadastramento e liberação de salários.
Neste 16º dia de greve, cerca de 400 agências, das 507 existentes, foram fechadas em todo o Ceará, o que corresponde a mais de 70% de paralisação, segundo dados do Sindicato dos Bancários do Ceará.
A proposta é alcançar 100% de agências paralisadas no Estado, através do fortalecimento do movimento grevista. Não houve avanços nas negociações e o Sindicato não tem previsão de encerramento do movimento.
"A única proposta apresentada até agora foi de 6,1%, no início, que não aceitamos e deflagramos o movimento no País. Desde então não teve mais nenhuma rodada de negociação", frisa Clécio Morfe, diretor do Sindicato dos Bancários do Ceará.
Quanto aos prejuízos no comércio e movimentação da economia, os bancários lamentam, mas argumentam. "Lutamos por dignidade para a categoria e o nosso objetivo não é prejudicar a sociedade", observa Morfe.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Crateús, Antônio Ximenes se queixa da situação. "Estamos nos sentindo muito prejudicados na negociação das dívidas por conta da greve", desabafa.
Em Crateús, a principal praça de negócios da região centro-oeste do Estado (Sertões de Crateús e Inhamuns), a Caixa Econômica Federal foi a primeira a aderir à greve, logo no dia 19 - há quase 15 dias - seguida da agência do Banco do Nordeste. Os prejuízos só não são maiores porque a agência do Banco do Brasil não aderiu ao movimento, bem como o Bradesco.
"A queixa entre o empresariado é geral, pois os prejuízos são muitos. Sempre a população fica prejudicada com a paralisação dos serviços e atendimento dessas instituições", lamenta o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) do município, Wagner Claudino Sales.
Centro Sul
A reclamação é geral também na região Centro-Sul do Ceará. Em Iguatu, empresários reclamam da queda de mais de 20% nos negócios na segunda quinzena de setembro. "Com os bancos fechados, não há troca de cheques, serviço de compensação bancária e os saques ficam mais difíceis e limitados", disse o gerente comercial, Paulo Lopes.
O presidente da Câmara da CDL/Iguatu, Ariosto Vale, confirmou a queixa dos empresários com relação à queda nas vendas nas duas últimas semanas. "Sem dúvida, há um forte impacto".
Cariri
Em Juazeiro do Norte, a paralisação dos bancários tem ocasionado diversos prejuízos à população. Pagamentos de contas, impostos e tributos somente em postos credenciados ou, ainda, nas Casas Lotéricas, com valor de até R$ 700 reais. Também há dificuldade na realização de saques e depósitos em terminais de auto-atendimento. Na maioria dos caixas eletrônicos esses serviços não estão disponíveis.
"Eu tive que vir a agência três vezes para conseguir fazer um saque de duzentos reais", afirma a universitária Ângela Figueiredo Dias. Indignada com a situação, ela diz que atrasou o pagamento da prestação do veículo financiado por causa da paralisação dos bancários. "A prestação venceu na semana passada. Vou ter que arcar com os juros por causa da greve", lamenta.
O comércio no Cariri também contabiliza perdas. Conforme o presidente da CDL de Juazeiro do Norte, Michel Araújo, as vendas para o Dia das Crianças já estão prejudicadas. O representante classista afirma que já há lojistas com dificuldades em ter dinheiro em caixa até mesmo para realização de "giro". "Não tem dinheiro em lugar nenhum. O fluxo de pessoas circulando no comércio de Juazeiro caiu consideravelmente. Isso prejudica, e muito, o volume de vendas neste período", avalia.
Vendas caem até 50%
Crateús De acordo com o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), de Sobral, Raimundo Deocleciano, o movimento no centro comercial caiu em torno de 40 a 50% no município. Os principais prejudicados, na avaliação do gestor da CDL da cidade de Sobral, são as lojas que vendem no crediário próprio, cujas parcelas só podem ser pagas no próprio estabelecimento em dinheiro.
"O dinheiro vivo não circula. Quase todos os bancos estão sem saque nos caixas. Os empresários não conseguem movimentar suas contas, e lojas com crediário não têm como receber suas parcelas", destaca.
Salários
Quem tem procurado os serviços bancários nos últimos dias, enquanto a greve persiste, têm encontrado algumas dificuldades ao tentar realizar algumas transações, em Russas.
Os clientes deste município lamentam os prejuízos causados pela paralisação dos bancários, como por exemplo, as dificuldades no recadastramento e liberação de salários realizados no interior da agência.
É o caso do mototaxista José Nogueira de Lima, que reclama da greve e se diz muito prejudicado. "Tenho dinheiro no banco, mas sem cartão não posso sacar para honrar meus compromissos. É muito complicado, estou pedindo dinheiro emprestado para quitar minhas dívidas. Esse povo não vai entrar em acordo não?" questiona ele.
Segundo o supervisor de atendimento do Banco do Brasil, Eliziano Luz da Costa, está havendo esforço para que a população não seja prejudicada.
"Nós, funcionários do banco, não temos nenhum interesse em prejudicar os clientes e os usuários, já que existem canais alternativos de atendimento como lotéricas, agências dos Correios, terminais de autoatendimento, muito embora a demanda seja muito superior. Infelizmente não estamos sendo respeitados, pois nenhuma negociação acontece", justifica Costa.
Veículo: Diário do Nordeste
Veja mais >>>
03/01/2025 10:43 - Pix já é a forma de pagamento mais usada no Brasil28/06/2024 10:20 - GPA conclui processo de venda de postos de combustíveis
27/06/2024 09:00 - Grupo Zaffari anuncia investimento de R$ 1,5 bilhão em novos empreendimentos
24/06/2024 11:21 - Rede Festival implanta soluções para gestão de frota e reduz custos
21/06/2024 09:05 - Spani anuncia investimento de R$ 45 milhões com nova loja Paulínia
20/06/2024 09:06 - Flex Atacarejo prevê aumento nas vendas durante as festas juninas
18/06/2024 08:46 - ExpoSuper 2024 promete movimentar mais de R$ 1 bilhão no setor supermercadista catarinense
13/06/2024 09:25 - Com aquisição, rede britânica avança em foodservice
06/06/2024 09:30 - Festa Junina: supermercadistas esperam aumento nas vendas de produtos típicos
31/05/2024 10:19 - Consumidores americanos voltam a preferir supermercados
28/05/2024 09:06 - Varejista europeu busca expansão com abordagem múltipla
24/05/2024 10:05 - DM assina parceria com o Grupo Aliança
23/05/2024 08:50 - Trader Joe’s: consumidor quer valor, não preço
22/05/2024 09:28 - Paderrí investe na categoria de pães e bolos, trazendo maior valor agregado para o mercado
22/05/2024 09:22 - Satisfação do consumidor em abril atinge 77,95% na região Centro-Oeste do País