Notícias do setor
Economia
Jurídico
Tecnologia
Carnes / Peixes
Bebidas
Notícias ABRAS
Geral
Redes de Supermercados
Sustentabilidade
Estaduais
 





Você está em:
  • Notícias do setor »
  • Economia

Notícias do setor - Clipping dos principais jornais e revistas do Brasil

RSS Economia

06/12/2012 12:38 - Para 44% das famílias, inflação já supera meta

Para quase metade das famílias brasileiras, a inflação já ultrapassou o teto da meta perseguida pelo governo para este ano. No acumulado em 12 meses, até outubro, o Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC-C1), termômetro dos preços para famílias que ganham até 2,5 salários mínimos por mês no Rio, São Paulo, Recife e Salvador, registra alta de 7,22%. Até novembro, no dado divulgado hoje, a alta dos preços acumulada é de 7,16%.

No mesmo período, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial que monitora a inflação para famílias com rendimento até 40 salários mínimos, acumula 5,45%, acima do centro da meta de 4,5% perseguida pelo Banco Central para 2012, mas dentro do limite superior (até 6,5% ao ano).

A maior sensibilidade aos preços observada nessa faixa de renda - domicílios com renda mensal de até 2,5 salários mínimos por mês representam 44,3% das famílias brasileiras, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - se dá, principalmente devido ao grande espaço que os alimentos ocupam no orçamento.

Segundo o economista André Braz, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), os gastos com alimentação e habitação concentram 60% dos rendimentos da baixa renda. "Quando os alimentos mais básicos ficam mais caros, como o arroz e feijão, essas famílias sentem o impacto direto quando vão ao supermercado", diz Braz. Os preços do arroz e do feijão acumulam alta de mais de 30% em 12 meses. A FGV é a responsável pela elaboração e divulgação do IPC do baixa renda.

Fabio Romão, economista da LCA Consultores, diz que o choque de oferta de alimentos causado este ano por forte seca nos EUA foi mais sentido pelas famílias mais pobres, mais vulneráveis à variação de preços dos itens básicos. "A projeção de alta em alimentos em 2012 era de 5,5%, pelo IPCA. Agora está em 9%, depois da disparada dos grãos", afirma Romão.

A sensação de que os preços estão subindo com mais intensidade, ressalta Renato Meirelles, sócio-diretor do instituto de pesquisas Data Popular, é mais acentuada na baixa renda porque essa faixa da população está frequentemente em contato com os supermercados. "Como os alimentos são os produtos que mais estão aumentando, tem-se a percepção de que a inflação está avançando rápido. "

Atenta à variação dos preços, a atendente de call center Sheila Santos, casada e com um filho de um ano, adotou novo hábito para continuar comprando a mesma quantidade de produtos básicos para a família: trocou, em julho, as compras do varejo pelo atacado.

"Ainda vou ao supermercado fazer aquela compra semanal do que está faltando, mas a compra mensal eu só faço no atacado. Comprando o básico, gastava de R$ 350 a R$ 400. Hoje, não gasto mais que R$ 250", diz Sheila.

Para garantir a alimentação diária de uma família de 11 pessoas, a auxiliar de serviços gerais Sandra de Jesus Souza alterna a compra de alguns itens, para reduzir a quantidade diária de carne na marmita do marido e dos filhos. "Antigamente gastava R$ 400 com carne. Hoje, R$ 400 não dá nem para metade do mês. Agora compro hambúrguer. Não deixei de comprar carne, mas quando meu dinheiro está fraco, eu troco", diz Sandra, mostrando as caixas de hambúrguer de frango que carregava no carrinho. "Dou meu jeitinho."

As decisões de compra de Sandra e Sheila refletem o comportamento típico das classes de renda mais baixa diante da inflação, segundo o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcelo Neri. Como não dá para deixar de comprar comida, a alternativa é substituir produtos mais caros por outros compatíveis, além de intensificar a pesquisa antes da compra. "O que pode acontecer é um efeito de substituição por outros alimentos da cesta", diz Neri.

Embora os preços mais salgados já sejam notados pelas famílias, o crescimento da renda das faixas mais pobres da população observado nos últimos anos tem amenizado os efeitos dessa inflação mais alta. "Se estivéssemos em um mercado de trabalho desaquecido seria diferente, uma situação de 'não consigo encontrar emprego e o alimento não para de subir´", diz Braz, da FGV.

A renda dos 10% mais pobres cresceu 91% entre 2001 e 2011, descontados a inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e o crescimento populacional. No mesmo período, o ganho dos 10% mais ricos aumentou 16%. Além disso, a proporção das pessoas que diziam não ganhar o suficiente para se alimentar caiu de 15% para 9,8%, de 2003 a 2009.

"No curto prazo, houve perda inflacionária, mas nos últimos anos houve um ganho de segurança alimentar", diz Neri, que destaca ainda o efeito benéfico sobre a renda dos programas sociais do governo, como o Brasil Carinhoso, ampliado em novembro para atender beneficiários do Bolsa Família que tenham pelo menos um filho de até 15 anos.

"As pessoas dizem que o salário não aumentou tanto quanto a inflação, porque a data-base da baixa renda é no começo do ano, quando há o reajuste do salário mínimo. Quando chega o fim do ano, tem-se a sensação de estagnação na renda, ao mesmo tempo em que a inflação sobe", observa Meirelles, do Data Popular.

Na opinião de Heron do Carmo, professor da Faculdade de Economia e Administração (FEA), da USP, a desigualdade na distribuição de renda entre os brasileiros demandaria uma atenção especial do governo para atenuar a vulnerabilidade dos mais pobres à oscilação dos preços.

"Nessa história de inflação, como o país é muito desigual, teríamos que ter outro interlocutor, não só o BC e a parte fiscal", diz Carmo, citando como exemplo de política a atuação mais forte do Ministério da Agricultura para garantir o abastecimento de determinados produtos em tempos de choque de preços.



Veículo: Valor Econômico




Enviar para um amigo
Envie para um amigo
[x]
Seu nome:
E-mail:
Nome do amigo:
E-mail do amigo:
Comentário
 

 

Veja mais >>>

03/01/2025 10:43 - Pix já é a forma de pagamento mais usada no Brasil
28/06/2024 10:20 - GPA conclui processo de venda de postos de combustíveis
27/06/2024 09:00 - Grupo Zaffari anuncia investimento de R$ 1,5 bilhão em novos empreendimentos
24/06/2024 11:21 - Rede Festival implanta soluções para gestão de frota e reduz custos
21/06/2024 09:05 - Spani anuncia investimento de R$ 45 milhões com nova loja Paulínia
20/06/2024 09:06 - Flex Atacarejo prevê aumento nas vendas durante as festas juninas
18/06/2024 08:46 - ExpoSuper 2024 promete movimentar mais de R$ 1 bilhão no setor supermercadista catarinense
13/06/2024 09:25 - Com aquisição, rede britânica avança em foodservice
06/06/2024 09:30 - Festa Junina: supermercadistas esperam aumento nas vendas de produtos típicos
31/05/2024 10:19 - Consumidores americanos voltam a preferir supermercados
28/05/2024 09:06 - Varejista europeu busca expansão com abordagem múltipla
24/05/2024 10:05 - DM assina parceria com o Grupo Aliança
23/05/2024 08:50 - Trader Joe’s: consumidor quer valor, não preço
22/05/2024 09:28 - Paderrí investe na categoria de pães e bolos, trazendo maior valor agregado para o mercado
22/05/2024 09:22 - Satisfação do consumidor em abril atinge 77,95% na região Centro-Oeste do País

Veja mais >>>