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17/10/2012 10:24 - Exportações do centro-oeste dispararam com itens básicos

O centro-oeste foi a única parte do País que teve crescimento das exportações em setembro de 2012. Segundo dados divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC), a região teve uma alta de 7,45% em relação ao mesmo período do ano anterior. Especialistas consultados pelo DCI acreditam que a alta dependência das commodities na balança comercial brasileira pode ter influenciado o dado, já que os estados são grandes produtores de itens básicos.

Para o professor da Fundação Instituto de Administração (FIA), Carlos Honorato, "a região concentra a exportação de agronegócios, que é onde a gente tem conseguido superávit", disse.

Reinaldo Batista, professor da Faculdade Santa Marcelina (Fasm), acredita que o local já tem a presença de muitas empresas processadoras de alimentos por causa de incentivos fiscais dados pelos estados. "É uma região com vocação exportadora", disse.

O professor Honorato chama a atenção para o fato de que os empresários que exportam naquela região têm dificuldades logísticas, "essa exportação já é penalizada para chegar no porto, se tivéssemos algum tipo de incentivo, na hora do transporte se perderia boa parte dessa vantagem".

As vendas regionais no mês foram de US$ 2,122 bilhões, o centro-oeste teve participação de 10,61% sobre o total exportado pelo País no período e obteve superávit de US$ 1,172 bilhão, com compras externas de US$ 949 milhões. O estado que mais exportou na região foi Mato Grosso, com vendas mensais de US$ 1,019 bilhão, e também foi o que verificou maior superávit regional, de US$ 885 milhões. Goiás foi o que mais importou na região no período (US$ 410 milhões).

O Estado de São Paulo, em relação ao volume exportado registrou queda de 4,81% ante setembro do ano passado. Segundo o professor Honorato, a provável causa dessa queda é a pouca competitividade da indústria brasileira, já que a região concentra grande parte de nossa produção nacional.

Em valores absolutos, a Região Sudeste foi a que mais vendeu ao setor externo (US$ 10,936 bilhões), com retração de 13,7% sobre as exportações de setembro de 2011 (US$ 12,672 bilhões). A participação das vendas do sudeste no mês foi de 54,69% sobre o total embarcado pelo País.

Um dado colocado por Honorato sobre a região é que o aeroporto de Viracopos (Campinas) concentra 18% do total do transporte e movimentação de cargas no País por vias aéreas, por isso a região que corresponde a Campinas, Jundiaí e Sorocaba tem virado uma espécie de hub de logística para as vendas externas.

A Região Sul vendeu US$ 3,634 bilhões, com queda de 18,46% sobre o comercializado em setembro do ano passado (US$ 4,457 bilhões), e com participação de 18,17% nas exportações brasileiras. "A queda da Região Sul a gente atribuiria a uma característica de industria de manufatura que sofre mais, a competitividade não se faz de um câmbio forte ou fraco, o que a gente tem conseguido é exportar produtos básicos pois os preços estão bons", completou.

Na Região Nordeste, houve queda de 10,66% no comparativo das vendas ao mercado externo em setembro deste ano (US$ 1,499 bilhão) com as do ano passado (US$ 1,678 bilhão).

Os embarques da Região Norte em setembro (US$ 1,599 bilhão) corresponderam a 8% do total exportado pelo País e tiveram redução de 23,45% na comparação com o mesmo mês de 2011 (US$ 2,089 bilhões). O norte importou US$ 1,482 bilhão e teve superávit de US$ 116 milhões.

ICMS

No próximo ano, o incentivo dado pelos estados para produtos importados do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) não poderá mais ocorrer. Segundo o professor da Fasm, isso vai evitar uma maior distorção dos preços. "Isso vai evitar que o benefício seja exportado para o outro estado", colocou o professor.

Entre as estratégias para que a indústria nacional fique mais competitiva o professor da FIA destaca a reforma tributária como essencial e comenta que a diferença de cobrança do imposto sobre comércio e serviços não contribuí para o Brasil. "O ICMS é uma das distorções que a gente tem dentro do País, então se você conseguir uma equalização desses valores vai conseguir uma maior competitividade, pela simplificação dos processos nas vendas". Segundo o especialista isso não deve ocorrem em breve.


Veículo: DCI

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