Notícias do setor
Economia
Jurídico
Tecnologia
Carnes / Peixes
Bebidas
Notícias ABRAS
Geral
Redes de Supermercados
Sustentabilidade
Estaduais
 





Você está em:
  • Notícias do setor »
  • Economia

Notícias do setor - Clipping dos principais jornais e revistas do Brasil

RSS Economia

25/07/2012 12:40 - Parceria com varejo custa a proporcionar retorno aos bancos

Com resultados voláteis e ameaça de piora da inadimplência, o casamento entre bancos e redes de varejo na área de financiamento ao consumo ainda está longe de um final feliz. Desde 2004, foram cerca de R$ 3,8 bilhões investidos pelos maiores grupos financeiros do país, em especial o Itaú e o Bradesco, nesse tipo de associação. A lógica foi usar a distribuição do varejo para ter acesso a uma base de clientes de poder aquisitivo crescente e assim construir um modelo alternativo ao das financeiras de rua tradicionais, praticamente extintas do mercado brasileiro. A aposta, porém, custa a se provar certeira.

O retorno de algumas operações indica o descompasso entre investimentos e resultados. No caso do Itaú, por exemplo, o retorno sobre patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) do banco foi de 22,3% em 2011. Das parcerias com varejo da instituição, apenas a do Carrefour teve uma rentabilidade próxima, de 21%. A FAI, da Lojas Americanas, teve retorno de 10,1%; a FIC, do Pão de Açúcar, 11,5%, e, a Luizacred, do Magazine Luiza, 8,1%.

Com saldo de R$ 2 bilhões em operações de crédito em março, o desempenho da Luizacred resume as dificuldades do modelo. Ao todo, foram pagos R$ 298 milhões no acordo, firmado em 2009 pelo Unibanco (posteriormente absorvido pelo Itaú). O resultado da Luizacred ainda não compensou, entretanto, o investimento. Em 2010, a financeira lucrou R$ 59,4 milhões, e, em 2011, o ganho caiu para R$ 25,4 milhões, por conta de um prejuízo de R$ 20,2 milhões no quarto trimestre. No primeiro trimestre de 2012 o prejuízo da operação foi de R$ 26,1 milhões. O acordo vai até 2029.

Procurado, o Itaú não dispôs de um porta voz para comentar suas operações de financiamento ao consumo no varejo.

A FAI, da Lojas Americanas, custou um total de R$ 250 milhões para o Itaú desde 2005. De 2006 a 2011, apenas no ano passado a instituição obteve lucro, de R$ 24,7 milhões. O prejuízo acumulado entre 2006 e 2010 chegou a R$ 234,4 milhões, quase o valor pago pela parceria, que se estende até 2026.

"A aliança entre bancos e varejo é vantajosa, mas depende de análise de risco de crédito correta, feita com os subsídios corretos", avalia Claudio Felisoni, coordenador do Programa de Administração de Varejo, da Universidade de São Paulo. Para ele, uma explicação para o fraco desempenho de algumas parcerias é a coleta precária de dados dos clientes por varejistas, o que levaria os bancos a aprovar empréstimos de forma equivocada, resultando em inadimplência.

"O segredo do crédito no varejo é a informação", afirma Hilgo Gonçalves, executivo-chefe da Losango, promotora de vendas do HSBC. A Losango tem parcerias com 20 grandes varejistas, incluindo a gigante nordestina Máquina de Vendas, mas fecha acordos comerciais, sem montar joint venture.

As parcerias da Losango também passam por um momento difícil. A desaceleração da economia e o aumento da inadimplência fizeram a promotora reduzir suas projeções de crescimento para 2012. A empresa estimava alta de 15% nas originações de empréstimos, que em 2011 somaram R$ 4,9 bilhões, mas revisou o avanço para 7%, diz Gonçalves. Em 2011 o crescimento foi de 10% "O resultado da operação deve repetir 2011 ou ser um pouco menor."

Foi o Bradesco que arrematou a maior transação, o Banco Ibi, que nasceu dentro da C&A e hoje acomoda boa parte das operações de financiamento ao consumo do grupo financeiro. Depois de pagar R$ 1,4 bilhão em meados de 2009 pelo Ibi, o Bradesco transformou um negócio deficitário, com prejuízo de R$ 449,8 milhões em 2009, em uma operação com lucro líquido de R$ 530,9 milhões em 2010. Em 2011, o lucro do Ibi caiu para R$ 242,5 milhões. Consequência das despesas com provisões para devedores duvidosos, que saltaram 45,9% na comparação anual, para R$ 728,9 milhões.

Uma das mais antigos alianças entre bancos e varejo, a operação entre Itaú e Pão de Açucar, estruturada em 2004, também perdeu fôlego no ano passado e começou 2012 com o pé errado. A operação só saiu do prejuízo em 2008, e vinha melhorando o resultado desde então. De 2010 para 2011, porém, o lucro caiu 20%, para R$ 74,9 milhões. O ano de 2012 começou com prejuízo de R$ 15,5 milhões no primeiro trimestre, ante R$ 10,2 milhões de lucro em 2011.

Foi justamente no Pão de Açucar que o Itaú investiu a maior cifra para usar a distribuição da varejista. Foram R$ 455 milhões em 2004 e R$ 600 milhões em 2009. A operação não inclui a Via Varejo, formada por Ponto Frio, Casas Bahia e Nova Pontocom, que oferece serviços financeiros por meio de parcerias com Itaú e Bradesco.

Há quem avalie, contudo, que basta tempo para que a parceria entre bancos e varejo se prove correta. "Os bancos fizeram a jogada certa. É uma operação importante para ganho de escala. Só que a perspectiva é de longo prazo", avalia o coordenador de estudos sobre varejo da Escola Superior de Propaganda e Marketing, Ricardo Pastore.

Na experiência da Losango, porém, o prazo para o negócio mostrar resultado não é tão longo assim. Segundo Gonçalves, as parcerias que emitem cartões, mais complexas de se estruturar, costumam levar entre dois e três anos para pagar o investimento feito pela promotora.

Para a Lojas Marisa, foi de prazo semelhante que a área de produtos e serviços financeiros da empresa precisou para passar de deficitária, em 2007, para responder por cerca de 30% do resultado da varejista no ano passado. "É um mecanismo de alavancagem de vendas" disse Arquimedes Salles, diretor de produtos e serviços financeiros da varejista, em entrevista no começo do mês.

Desde 2009, a Marisa tem um acordo comercial com o Itaú, que dá ao banco exclusividade para oferecer produtos e serviços financeiros aos clientes da varejista, como cartões e seguros. É a Marisa, porém, que administra a financeira. Pela exclusividade, que vai até 2018, o banco pagou R$ 120 milhões. Em 2011, o resultado líquido da financeira da Marisa foi de R$ 17,9 milhões, ante R$ 7,1 milhões no ano anterior.



Veículo: Valor Econômico

Enviar para um amigo
Envie para um amigo
[x]
Seu nome:
E-mail:
Nome do amigo:
E-mail do amigo:
Comentário
 

 

Veja mais >>>

03/01/2025 10:43 - Pix já é a forma de pagamento mais usada no Brasil
28/06/2024 10:20 - GPA conclui processo de venda de postos de combustíveis
27/06/2024 09:00 - Grupo Zaffari anuncia investimento de R$ 1,5 bilhão em novos empreendimentos
24/06/2024 11:21 - Rede Festival implanta soluções para gestão de frota e reduz custos
21/06/2024 09:05 - Spani anuncia investimento de R$ 45 milhões com nova loja Paulínia
20/06/2024 09:06 - Flex Atacarejo prevê aumento nas vendas durante as festas juninas
18/06/2024 08:46 - ExpoSuper 2024 promete movimentar mais de R$ 1 bilhão no setor supermercadista catarinense
13/06/2024 09:25 - Com aquisição, rede britânica avança em foodservice
06/06/2024 09:30 - Festa Junina: supermercadistas esperam aumento nas vendas de produtos típicos
31/05/2024 10:19 - Consumidores americanos voltam a preferir supermercados
28/05/2024 09:06 - Varejista europeu busca expansão com abordagem múltipla
24/05/2024 10:05 - DM assina parceria com o Grupo Aliança
23/05/2024 08:50 - Trader Joe’s: consumidor quer valor, não preço
22/05/2024 09:28 - Paderrí investe na categoria de pães e bolos, trazendo maior valor agregado para o mercado
22/05/2024 09:22 - Satisfação do consumidor em abril atinge 77,95% na região Centro-Oeste do País

Veja mais >>>