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16/07/2012 09:32 - Cartão de crédito lidera inadimplência

Para 31% dos consumidores pesquisados, facilidades oferecidas pelo 'dinheiro plástico' ajudam a inflar a lista de atrasos no varejo


O cartão de crédito é apontado pelo consumidor brasileiro como o principal meio de pagamento que o levou ao calote. No mês passado, 31% dos inadimplentes indicaram o cartão como o vilão da crise de suas finanças pessoais, revela pesquisa da Boa Vista Serviços, que administra o Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC). Em março deste ano, esse indicador para os cartões estava em 29% e, seis meses antes, em 23%.

O resultado de junho para os cartões supera de longe a importância dos carnês e boletos bancários (22%) e dos cheques (24%)como vilões da inadimplência. Em março, o cartão já havia desbancado o carnê e passou a liderar o ranking dos meios de pagamento que levaram o consumidor a engrossar a lista da inadimplência.

Especialistas ressaltam que o avanço do uso do cartão sobre outros meios de pagamento e a multiplicação dos plásticos explicam parte do resultado.

Este ano deve fechar com 193,2 milhões de cartões de crédito, segundo projeções da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). A marca supera a população do País que, de acordo com o Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), somou 190,7 milhões de pessoas. Significa que todos os brasileiros, do bebê de colo ao idoso, teriam pelo menos um cartão de crédito na carteira.

Se forem considerados os cartões de crédito e os de lojas, o total de plásticos até dezembro deve atingir 462 milhões, o equivalente a 2,4 cartões por pessoa, segundo a Abecs. Levando-se em conta o total de cartões de crédito e de lojas em relação à População Economicamente Ativa (PEA), isto é, aquela em idade produtiva, o número de cartões por brasileiro sobe para 4,4.

Juros. Além da multiplicação dos plásticos, a elevada taxa de juros cobrada pelos cartões joga mais lenha na inadimplência dessa linha de crédito. Dados do Banco Central mostram que o calote do cartão acima de 90 dias atingiu 29,5% em maio, a maior marca em 12 anos. Durante 28 meses seguidos, de fevereiro de 2010 a junho deste ano, a taxa média de juros do cartão ficou estacionada em 10,69% ao mês, revela pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). A resistência da taxa de juros do cartão, a mais alta entre as várias linhas de crédito ao consumidor, vai na contramão até da taxa básica de juros, a Selic, que já caiu três pontos porcentuais entre dezembro de 2011 e a semana passada.

"O cartão é o meio de pagamento vilão da inadimplência", afirma o diretor do SCPC, Fernando Cosenza, responsável pela pesquisa trimestral que consulta 1.100 inadimplentes para traçar seu perfil. Ele ressalta que, na edição de junho, o cartão de crédito foi uma unanimidade entre os consumidores como principal meio de pagamento que levou à inadimplência. Em todos os estratos de renda (alta, média e baixa), entre homens e mulheres e também entre trabalhadores formais e informais.

Cosenza diz que a facilidade de se obter crédito no cartão, que é pré-aprovado e está na carteira do consumidor, combinada à falta de informações centralizadas do sistema financeiro sobre os limites totais de crédito concedido a cada consumidor por cartão, agravam o quadro da inadimplência.


Para lojista, risco de calote cai com cartões


Sistema de pagamento transfere problema da inadimplência para o setor financeiro


O avanço dos cartões de crédito no território dos carnês como instrumento de financiamento mudou o perfil de risco do atual ciclo de inadimplência em relação aos anteriores. "Hoje o risco de calote para o comércio varejista é menor", afirma o vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel Ribeiro de Oliveira.

Nos últimos anos, com as parcerias firmadas entre bancos, administradoras de cartões e varejistas, a maior parte do risco do crédito migrou para o sistema financeiro. No passado, empresas como Arapuã e G. Aronson quebraram com o aumento do calote do consumidor porque bancavam o crediário e havia poucos mecanismos de proteção.

"As lojas hoje não estão preocupadas com o calote porque o cheque e o carnê representam parcela menor das vendas. A inadimplência do cartão está com os bancos e as administradoras", argumenta o economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Emílio Alfieri.

Exatamente para se resguardar desse risco de crédito é que as taxas de juros do cartão são as mais altas em relação às demais linhas de crédito e também as mais resistentes à queda.

Para especialistas, uma taxa de juro mensal no cartão de 10% "aguenta qualquer desaforo". Além disso, ao contrário de antes, os bancos têm mecanismos para se proteger do calote, aumentando a reserva para devedores duvidosos.

Vilão. Marcelo Noronha, diretor da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), contesta os resultados da pesquisa da Boa Vista Serviços, que aponta o cartão de crédito como vilão da inadimplência. Segundo ele, a pesquisa consultou só o púbico que ficou inadimplente e deixou de avaliar os demais. Ele afirma que houve migração entre meios de pagamento, o que ampliou a base dos cartões e, consequentemente, a chance de inadimplência. "Os carnês e os boletos estão sumindo para a pessoa física."

Os cartões de crédito, diz Noronha, respondem por 27% do consumo das famílias no Brasil e 70% do saldo dos cartões, que em maio era de R$ 125,6 bilhões, são sem juros. "As pessoas usam cada vez mais o cartão e cada vez mais a modalidade sem juros."

Em maio de 2004, mais da metade do crédito no cartão era com juros e a maior parte no rotativo. Em maio último, 70% do saldo do cartão é sem juros e a menor parte do crédito com juros está no rotativo. O cartão sem juros é 10% do estoque de crédito da pessoa física, o cartão com juros representa 4,1% e o crédito rotativo apenas 1,6% do crédito total destinado à pessoa física. "Matematicamente é impossível o cartão ser o vilão da inadimplência", diz Noronha.



Veículo: O Estado de S.Paulo

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