Economia
27/06/2012 08:19 - Inadimplência é a maior em 12 anos
Em maio, 6% de todos os empréstimos amargavam atraso acima de 90 dias, aponta BC.
A inadimplência não dá trégua. Em maio, 6% de todos os empréstimos amargavam atraso de mais de 90 dias, o pior patamar registrado pelo Banco Central (BC) nos últimos 12 anos. Mesmo com a má notícia, bancos seguem à risca o plano do governo: o juro médio caiu pela terceira vez seguida. Mais baratos, financiamentos atraíram novos clientes, o que elevou para 50,1% do Produto Interno Bruto (PIB) o volume total de dinheiro emprestado, nova marca histórica.
A inadimplência voltou a piorar especialmente pelo financiamento de veículos. Dados do Banco Central mostram que das sete operações para pessoas físicas, o calote aumentou em seis: destaque para o cartão de crédito, cuja taxa subiu de 28,7% para 29,5%, recorde. No cheque especial, passou de 10% para 11,3%. "A inadimplência mostra que o modelo de incentivo ao consumo via crédito está esgotado. preocupante", diz o professor de finanças da Universidade de Brasília, Newton Marques.
Para o professor, a desaceleração da economia, a relativa acomodação do mercado de trabalho e o elevado nível de endividamento das famílias explicam a piora dos indicadores.
A despeito da inadimplência recorde, o mercado de crédito continua em expansão e com juros cada vez menores - exatamente como quer a equipe econômica para incentivar a atividade. Em maio, o total de empréstimos atingiu a cifra de R$ 2,13 trilhões ou metade do tamanho da economia. Ao mesmo tempo, a taxa média cobrada nos financiamentos caiu pela terceira vez seguida par 32,9% ao ano, a taxa mais baixa da história.
" um contrassenso ter inadimplência recorde, crédito em patamar inédito e juro mais baixo. Mas estamos em um ponto de reversão, de inflexão do mercado de crédito", diz o economista da LCA Consultores, Wemerson França. Mais crítico, Marques da UnB diz que o "cenário anômalo é resultado da mão forte do Estado, que quer crédito ao consumo para incentivar a atividade".
Exatamente pelo aumento do crédito com juro menor, o BC aposta na queda da inadimplência "até o fim do ano". O tom é um pouco diferente do ouvido até o mês passado, quando a casa dizia que os números melhorariam "no decorrer" do segundo semestre. Para o chefe do Departamento Econômico da instituição, Túlio Maciel, novas operações já apresentam menor risco de calote porque os bancos estariam mais rigorosos.
Essa política de redução dos juros é liderada agressivamente pelos bancos públicos. Para o BC, essa estratégia deve fazer com que o segmento termine o ano com crescimento no crédito equivalente ao dobro dos privados. A projeção da instituição é que estatais devem crescer 21% este ano, contra expectativa anterior de 19%. Ao mesmo tempo, privados nacionais devem avançar menos: 10% contra previsão anterior de 12%. A mudança nas estimativas reflete os dados verificados até maio, diz o BC.
A instituição manteve a previsão de crescimento de 15% no crédito no Brasil neste ano, abaixo dos 18,3% verificados nos 12 meses encerrados em maio. Com isso, o valor total das dívidas das famílias e empresas brasileiras vai chegar a 52% do PIB no fim do ano.
Calote - A inadimplência no financiamento de veículos para pessoa física bateu novo recorde em maio, informou ontem o BC. A taxa chegou a 6,1% em maio, ante 5,9% em abril. Em maio do ano passado, o índice de atraso no pagamento de financiamentos de veículos por pessoa física estava em 3,6%.
Outras linhas de crédito que apresentaram alta da inadimplência em maio, ante abril, foram o cheque especial, financiamento para aquisições de bens e, em menor escala, o crédito pessoal. No cheque especial, a taxa passou de 10,1% em abril para 11,3% em maio. Na aquisição de bens, essa taxa evoluiu de 13,5% para 13,9% no mesmo período. No crédito pessoal, a alta foi de 5,6% para 5,7%.
O BC informou ainda que os financiamentos habitacionais para pessoa física cresceram 2,8% em maio, ante abril, e acumulam alta de 14,2% no ano, de acordo com os dados divulgados ontem. Em 12 meses, a expansão é de 41,9%.
O estoque dessas operações soma R$ 228,974 bilhões. A maior parte delas (R$ 212,314 bilhões) se refere a operações com crédito direcionado, que acumula expansão de 39,8% em 12 meses. O crédito habitacional com recursos livres, que soma R$ 16,660 bilhões, cresceu 73,9% em 12 meses.
De acordo com o BC, a base monetária apresentou expansão de 0,3% na média dos saldos de maio, em relação a abril. Segundo o BC, essa foi a primeira expansão na comparação mensal em 2012. Com a oscilação, a base monetária somou R$ 190,084 bilhões no mês passado, por esse conceito.
Levando-se em conta os saldos no fim de período, a base monetária registrou contração de 0,8% em maio ante abril e terminou o mês passado em R$ 191,663 bilhões.
Veículo: Diário do Comércio - MG
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