Economia
20/04/2012 09:08 - Últimas medidas têm pouca eficácia
Para economistas, pacote de estímulo à economia deveria ser acompanhado de aportes em infraestrutura.
As últimas medidas anunciadas pelo governo federal - algumas delas integrantes da segunda fase do plano Brasil Maior, de estímulo à economia e à indústria - pouco contribuem para solucionar os reais problemas e impulsionar o crescimento no longo prazo.
Na avaliação de especialistas, antes de tudo é necessário investir em infraestrutura e promover as reformas trabalhista e tributária. Entre as ações, que já estão sendo colocadas em prática, destacam-se o corte nos juros, o aumento nas linhas de financiamento, a desoneração da folha de pagamento de determinados setores e a redução da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) incidente sobre a linha branca.
Segundo o economista e professor do Ibmec Reginaldo Nogueira, a presidente Dilma Rousseff deixou em segundo plano as metas de inflação, um dos tripés da política monetária, a fim de priorizar o crescimento. "O Brasil Maior adota uma política vertical, privilegiando alguns segmentos específicos, em detrimento de uma política horizontal, capaz de beneficiar a todos, simultaneamente. Isso poderia ser feito por meio de melhorias na infraestrutura, investimentos em educação e com as reformas fiscal e tributária", afirma, lembrando que o aumento exagerado no consumo pode pressionar a inflação.
Para ele, o Brasil repete, no momento, medidas econômicas adotadas há algumas décadas, que culminaram na hiperinflação. Apesar de não acreditar que a inflação volte à casa dos três dígitos, como no período que antecedeu o Plano Real e o início do primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso, Nogueira não descarta o retorno do índice aos dois dígitos, o que também preocupa.
A opinião é compartilhada pelo professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) Antônio Carlos Gonçalves. Ele explica que a adoção do plano se justifica pelo baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011, em torno de 2,7%, ante os 7,5% de 2010. "Ela (Dilma) ficou impressionada com o resultado que, aliás, está sendo revisado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)". Gonçalves endossa a necessidade de se brigar por reformas política, fiscal e tributária e, sobretudo, por uma melhor infraestrutura.
Elogios - Já o presidente do Conselho Regional de Economia de Minas Gerais (Corecon-MG), Cláudio Gontijo, elogia o programa Brasil Maior. "A economia do país está sendo seriamente afetada pela crise financeira mundial, os indicadores evidenciam isso. Portanto, as medidas são cabíveis, considerando a atual conjuntura". Todavia, ele concorda com os outros especialistas, no que se refere à necessidade de mais investimentos em rodovias, ferrovias, aeroportos e educação, que contribuiria para a formação de mão de obra qualificada.
Segundo ele, as medidas para alguns setores específicos não são, de maneira alguma, arbitrárias. "A população não vai tomar mais café se o preço cair. Mas, se o ocusto dos automóveis e outros bens, que não são essenciais, baixar elas vão se sentir mais motivadas a comprar, já que, apesar de não serem prioritários, são úteis e necessários", esclarece.
O pesquisador e professor da Fundação João Pinheiro (FJP), Raimundo de Sousa Leal, também concorda com a postura da presidente da República, mas salienta que o corte de 0,75% na Selic, promovido na última quarta-feira, poderia ter sido maior. Ele lembra que taxa básica de juros no Brasil (9%) está entre as maiores do mundo, atrás da maioria dos demais países que integram o Bric. Na Índia, ela está em 8,5% e na China em 6,31%. Em economias desenvolvidas, como Canadá e Suíça, a taxas variam entre 0% e 2%.
"Para que o produto brasileiro possa competir no mercado internacional é necessário fazer intervenções no câmbio, que geram custos fiscais muito elevados, devido aos juros". Leal acrescenta que taxas maiores, além de desestimular o consumidor, reduzem a competitividade da indústria nacional, elevando o câmbio, o que prejudica as exportações e, portanto, a geração de empregos.
Veículo: Diário do Comércio - MG
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