Economia
07/11/2008 08:31 - Dólar valorizado mantém preços industriais elevados
A inflação medida pelo Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) subiu 1,09% em outubro, ante taxa de variação de 0,36% em setembro, informou ontem a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O índice ficou em linha com a expectativa do mercado financeiro. No ano, o IGP-DI acumula alta de 9,51% e, em 12 meses, de 12,29%.
A desvalorização do real nos últimos meses é um dos principais motivos para a elevação do preço de itens industrializados, o que contribuiu para a pressão do Índices de Preços por Atacado (IPA) sobre o indicador geral. A avaliação é do economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves. Segundo ele, a valorização do dólar frente ao real provocou um aumento do preço de matérias-primas como o minério de ferro, que subiu 16,1% somente em outubro, encarecendo o custo da produção industrial brasileira.
O IPA avançou 1,36%, ante 0,44% no mês passado. Os preços industriais apresentaram alta de 1,86% em outubro, após elevação de 0,77% no mês anterior. Já o IPA agrícola ficou negativo (–0,02%) pelo terceiro mês seguido, mas começa a dar sinais de recuperação, com taxas menos intensas. No ano, o grupo agrícola acumula alta de 3,65%, e de 12,74% em 12 meses.
Do lado do consumidor, o economista avalia que as maiores contribuições partiram dos gastos com carne e roupas, que elevaram a variação dos grupos Alimentação (-0,97% para 0,83%) e Vestuário (0,58% para 0,88%). "O preço da carne bovina puxou esta alta, devido, especialmente, a questões sazonais. Além disso, a mudança de estação fez com que os lojistas trocassem as vitrines, colocando a nova coleção à venda, o que contribui para o aumento do preços", disse.
Por fim, o Índice Nacional da Construção Civil (INCC) registrou desaceleração (095% para 0,77%), mas a pressão continua sendo na parte de materiais e serviços (1,34% no mês e 13,96% no ano). "Esse segmento está muito pressionado pelo aquecimento no setor imobiliário, mas vem cedendo lentamente. Pelo segundo mês a alta foi inferior a 1%, o que pode refletir um começo de esfriamento desse ramo de atividade", avalia.
Véiculo: Gazeta Mercantil
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