Economia
09/11/2011 09:16 - Vendas a prazo no país têm alta de 1,86% em outubro
As vendas a prazo no varejo cresceram 1,86% em outubro ante setembro, de acordo com dados divulgados ontem pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). A evolução é medida pelo número de consultas ao sistema do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). De acordo com a entidade, a expansão se deve ao Dia das Crianças, que "foi suficiente para manter a dinâmica comercial".
Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o crescimento das vendas foi de 5,1%. De acordo com a CNDL, a evolução do mercado de trabalho tem sido crucial para o crescimento do comércio. Apesar do cenário externo negativo e da desaceleração no ritmo de crescimento da economia em 2011, as vendas a prazo acumulam uma expansão de 5,4% entre janeiro e outubro deste ano, na comparação com igual período de 2010.
Já a inadimplência do consumidor brasileiro registrou alta de 4,78% em outubro deste ano em relação ao mesmo mês de 2010. Esta foi a nona elevação consecutiva nessa base de comparação ao longo deste ano. De acordo com a entidade, o resultado indica que o cenário inflacionário persiste, exercendo pressão negativa sobre o poder de compra do consumidor e sobre o nível de endividamento das famílias.
Nos dez primeiros meses deste exercício, o calote acumulado é de 5,21%. Até setembro, era de 5,26%. Os dados foram apresentados ontem pelo presidente da CNDL, Roque Pellizaro Júnior. A pesquisa mostra ainda que na comparação entre outubro e setembro de 2011, descontando a sazonalidade, a alta da inadimplência foi de 5,9%.
Endividado, o consumidor consome menos, avalia Pellizaro Júnior. "Realmente, as vendas deram uma esfriada. Se mantêm positivas, mas, dentro da expectativa que se tinha, o crescimento está menor do que o obtido em igual período do ano passado porque está sobrando menos dinheiro para o consumo", disse. "O que nos preocupa é que, se analisarmos, esse aumento (da inadimplência) não está associado ao aumento de vendas", acrescentou.
Empregos - No que se refere à geração de empregos, Pellizaro Júnior avalia que 2011 apresentará um quadro diferente do verificado no ano passado na retenção do temporário. Mas a tendência é de manter o quadro laboral de 2011.
"Nossa expectativa é de que haja aumento do número de empregos temporários no Natal. Algo em torno de 6% a 7% no volume. um percentual abaixo do crescimento registrado no ano passado, que foi de 10,89%. Isso se deve a dois fatores. O primeiro, matemático, porque a comparação é com um crescimento muito alto (o de 2010). E o segundo é a inflação. Em especial, a inflação de serviços. O brasileiro tem gastado mais com contratação de serviços, e isso, claro, acaba diminuindo o consumo", disse ele.
O presidente da entidade estima que 60% das pessoas usarão o décimo-terceiro para quitar dívidas, especialmente de cartão de crédito e cheque especial. "Em 2012 teremos injeção forte de recursos na economia, em função do aumento do mínimo. Com isso, a expectativa de vendas para o primeiro trimestre é muito boa", afirmou.
Veículo: Diário do Comércio - MG
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