Economia
10/08/2011 11:33 - Previsões para elevação do PIB em 2011 mudam pouco
A deterioração do cenário externo não provocou revisões expressivas nas estimativas da maior parte dos analistas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano -há mais mudanças nas previsões para 2012, mas tampouco são abruptas. Para 2011, a maioria dos bancos e consultorias ainda mantém as projeções no intervalo de 3,5% e 4%, principalmente pela força do setor de serviços. Há, porém, quem já tenha feito uma revisão mais expressiva - caso do Credit Suisse, que reduziu a previsão de 3,8% para 2,9%.
Para as estimativas de 2012, há um movimento um pouco mais amplo de revisões, refletindo o impacto da expectativa do crescimento global mais fraco sobre o Brasil. Os mais cautelosos apostam em expansão de 3%, mas há quem veja um avanço perto de 4%.
O economista Aurélio Bicalho, do Itaú Unibanco, manteve a sua previsão de um crescimento de 3,6% neste ano, reduzindo ligeiramente a projeção para 2012, de 3,8% para 3,7%. Segundo ele, essa redução para a estimativa do ano que vem foi feita antes do forte nervosismo que tomou conta dos mercados nos últimos dias, mas já pressupõe um avanço mais modesto da economia global. Em vez de crescer 4,1% em 2011 e 2012, o Itaú passou a apostar em 3,9% neste ano e em 3,7% no ano que vem. O crescimento mais forte do setor de serviços, amparado na robustez do mercado de trabalho, é um trunfo importante para a atividade neste ano. Bicalho estima que os serviços crescerão 3,9% em 2011, bem mais que os 2,4% esperados para a indústria ou o 1,7% estimado para a agropecuária.
O economista do Itaú Unibanco diz, porém, que a sua previsão tem viés de baixa. Ele já trabalha com um cenário mais pessimista, em que o mundo cresceria 3,3% em 2011 e 2,6% em 2012, que pode se concretizar, caso a atividade nos EUA e na Europa fraqueje ainda mais. Nesse cenário, o PIB brasileiro avançaria 3,1% neste ano e 3,2% no ano que vem. "Mas não é um quadro de ruptura, em que poderia haver paralisia dos mercados de crédito. Se isso ocorrer, o crescimento será bem menor."
O economista-chefe da LCA Consultores, Bráulio Borges, mantém um crescimento de 3,4% para este ano, mas diz que o número pode ser revisado para baixo, caso a tensão que dominou os mercados nas últimas duas semanas demore mais 30 ou 45 dias. "Caso isso se concretize, pode haver algum impacto sobre as decisões de consumo e investimento na economia, levando pessoas físicas e empresários a adiá-las por algum tempo", avalia ele.
Para 2012, Borges reduziu a estimativa de alta de 4% para 3,7%. A economia global crescerá menos, afetando as exportações, e os bancos tendem a ser mais rigorosos na concessão de crédito, aposta Borges. Já se houver um aprofundamento da crise global, com a turbulência europeia atingindo os bancos do continente, o crescimento neste ano do PIB brasileiro pode ficar na casa de 2,5% - número que só não seria pior, porque mais da metade do ano já se passou.
A economista-chefe da Rosenberg & Associados, Thaís Marzola Zara, mantém por enquanto a aposta num crescimento de 4% neste ano, num cenário que não contempla uma desaceleração abrupta da economia global e muito menos uma paralisia do mercado internacional de crédito. "O mercado interno continua dinâmico, com emprego e renda ainda fortes." A força dos serviços compensariam a fraqueza da indústria, afetada pelo câmbio valorizado, que barateia importações e dificulta exportações. Para 2012, porém, ela reduziu a sua estimativa de 4% para 3%, por conta do impacto de um crescimento global menor, que tenderia a desacelerar o PIB brasileiro.
O economista Juan Jensen, da Tendências Consultoria, manteve as previsões em 3,9% para 2011 e de 3,7% em 2011. Para ele, ainda não há motivos para alterar as estimativas. "Até o momento, essa crise é diferente da de 2008. Não há uma redução do crédito global."
Veículo: Valor Econômico
Veja mais >>>
03/01/2025 10:43 - Pix já é a forma de pagamento mais usada no Brasil28/06/2024 10:20 - GPA conclui processo de venda de postos de combustíveis
27/06/2024 09:00 - Grupo Zaffari anuncia investimento de R$ 1,5 bilhão em novos empreendimentos
24/06/2024 11:21 - Rede Festival implanta soluções para gestão de frota e reduz custos
21/06/2024 09:05 - Spani anuncia investimento de R$ 45 milhões com nova loja Paulínia
20/06/2024 09:06 - Flex Atacarejo prevê aumento nas vendas durante as festas juninas
18/06/2024 08:46 - ExpoSuper 2024 promete movimentar mais de R$ 1 bilhão no setor supermercadista catarinense
13/06/2024 09:25 - Com aquisição, rede britânica avança em foodservice
06/06/2024 09:30 - Festa Junina: supermercadistas esperam aumento nas vendas de produtos típicos
31/05/2024 10:19 - Consumidores americanos voltam a preferir supermercados
28/05/2024 09:06 - Varejista europeu busca expansão com abordagem múltipla
24/05/2024 10:05 - DM assina parceria com o Grupo Aliança
23/05/2024 08:50 - Trader Joe’s: consumidor quer valor, não preço
22/05/2024 09:28 - Paderrí investe na categoria de pães e bolos, trazendo maior valor agregado para o mercado
22/05/2024 09:22 - Satisfação do consumidor em abril atinge 77,95% na região Centro-Oeste do País