Notícias do setor
Economia
Jurídico
Tecnologia
Carnes / Peixes
Bebidas
Notícias ABRAS
Geral
Redes de Supermercados
Sustentabilidade
Estaduais
 





Você está em:
  • Notícias do setor »
  • Economia

Notícias do setor - Clipping dos principais jornais e revistas do Brasil

RSS Economia

14/01/2011 11:38 - Tensão comercial entre Brasil e EUA cresce na OMC

Os Estados Unidos e o Brasil protagonizaram ontem um duro confronto sobre barreiras à importação e manipulação cambial, ilustrando questões de competitividade e crescente tensão no comércio internacional. O embaixador americano na Organização Mundial do Comércio (OMC), Michael Punke, acusou o Brasil de ter "tomado diversas medidas ao longo das duas últimas semanas para aumentar as tarifas", que representariam uma espécie de "stick in the eyes" (um incômodo) para os parceiros comerciais.

 

Em entrevista coletiva em Genebra, o representante americano insistiu que a ação brasileira "cria um ambiente mais difícil para as negociações de Doha, que são obviamente focados no objetivo de reduzir as tarifas". Para Washington, o que o Brasil faz tem "potencial de ser prejudicial às negociações".

 

A resposta brasileira não tardou, com o embaixador brasileiro na OMC, Roberto Azevedo, retrucando na área cambial. "Com a desvalorização do dólar, os EUA são os grandes beneficiados na venda de bens industriais para o Brasil. Reclamar que o Brasil está subindo tarifa não pode ser sério", reagiu.

 

Desde 2008, quando a Rodada Doha foi suspensa, e em seguida à desvalorização do dólar, o Brasil aumentou as tarifas de importação de alguns produtos, como têxteis e agora brinquedos, nos limites autorizados pela OMC. "O problema em parte é a subvalorização do dólar em relação ao real, que prejudica fortemente a competitividade do produto brasileiro", afirmou Azevedo. "O produto americano se beneficia muito mais da subvalorização do dólar do que o produto brasileiro da proteção tarifária adicional que foi estabelecida."

 

Para o Brasil, a defesa adicional que aplicou "é minúscula comparada ao estrago trazido pela depreciação forçada do dólar". O embaixador lembra que um dos maiores superávits comerciais que os EUA conseguem é com o Brasil, com força na venda de produtos industriais. "As importações brasileiras aumentaram e beneficiaram principalmente os EUA. Eles têm fatia de 15% das importações brasileiras, mas que dobra para 32% no caso do nosso déficit no comércio de bens industriais", acrescentou.

 

Para a professora Vera Thorstensen, diretora do Centro do Comércio Global e do Investimento, da Fundação Getulio Vargas, em São Paulo, o Brasil tem todo o direito de aumentar as tarifas, como outros países estão fazendo.

 

"Elevar a tarifa para o teto consolidado na OMC é o único espaço político que nos resta contra a concorrência desleal praticada pelos EUA, China e países asiáticos, com as suas desvalorizações cambiais", afirmou. "É o único instrumento que está sendo usado corretamente para neutralizar o efeito do dólar americano fraco, e também da moeda chinesa e todas as moedas asiáticas."

 

Os EUA cobram mais concessões dos emergentes e acenam reagir abrindo mais seu mercado para a conclusão da Rodada Doha. Mas Vera Thorstensen estima que fechar a rodada sem resolver o problema do câmbio é como um "cego que não quer ver" que a realidade mudou.

 

"A China e os EUA estão inundando o mercado com desvalorização forçada. Política cambial no comércio é subsídio disfarçado à exportação e proteção adicional ao produto interno. Os países negociaram dez anos na OMC com base em simulações de fluxos comerciais de 1992 a 1995, que hoje são inúteis diante de taxas persistentes de desvalorizações no longo prazo. Não tem como fechar uma rodada ignorando as distorções do câmbio."

 

Para a professora, portanto, é fundamental que a OMC internalize o efeito do cambio na negociação global porque moeda desvalorizada torna as concessões e os instrumentos negociados ineficazes.

 

Até agora, porém, nenhum país foi incisivo nessa questão. O chamado G-7 comercial (EUA, União Europeia, Brasil, Índia, China, Japão e Austrália) poderá ter uma reunião ministerial em Davos, no fim do mês, à margem do Fórum Mundial de Economia. A União Europeia queria fazer o encontro em Bruxelas, mas avalia a possibilidade de Davos para viabilizar a participação do ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, que logo depois terá de retornar ao país para acompanhar a presidente Dilma Rousseff na viagem para a Argentina.

 


Veículo: Valor Econômico

Enviar para um amigo
Envie para um amigo
[x]
Seu nome:
E-mail:
Nome do amigo:
E-mail do amigo:
Comentário
 

 

Veja mais >>>

03/01/2025 10:43 - Pix já é a forma de pagamento mais usada no Brasil
28/06/2024 10:20 - GPA conclui processo de venda de postos de combustíveis
27/06/2024 09:00 - Grupo Zaffari anuncia investimento de R$ 1,5 bilhão em novos empreendimentos
24/06/2024 11:21 - Rede Festival implanta soluções para gestão de frota e reduz custos
21/06/2024 09:05 - Spani anuncia investimento de R$ 45 milhões com nova loja Paulínia
20/06/2024 09:06 - Flex Atacarejo prevê aumento nas vendas durante as festas juninas
18/06/2024 08:46 - ExpoSuper 2024 promete movimentar mais de R$ 1 bilhão no setor supermercadista catarinense
13/06/2024 09:25 - Com aquisição, rede britânica avança em foodservice
06/06/2024 09:30 - Festa Junina: supermercadistas esperam aumento nas vendas de produtos típicos
31/05/2024 10:19 - Consumidores americanos voltam a preferir supermercados
28/05/2024 09:06 - Varejista europeu busca expansão com abordagem múltipla
24/05/2024 10:05 - DM assina parceria com o Grupo Aliança
23/05/2024 08:50 - Trader Joe’s: consumidor quer valor, não preço
22/05/2024 09:28 - Paderrí investe na categoria de pães e bolos, trazendo maior valor agregado para o mercado
22/05/2024 09:22 - Satisfação do consumidor em abril atinge 77,95% na região Centro-Oeste do País

Veja mais >>>