Economia
17/12/2010 11:29 - Restrição a crédito tem impacto zero sobre o Natal, diz CNDL
As medidas de restrição ao crédito anunciadas no início do mês pelo Banco Central e pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) não devem afetar as vendas do Natal deste ano, na avaliação do presidente da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), Roque Pellizzaro Júnior. As informações foram apresentadas ontem, durante reunião em Brasília (DF).
Apesar do otimismo da entidade, ele continua com o mesmo discurso de outras áreas do comércio, que esperam que o setor, ao longo de 2011, chegue a sofrer um impacto da menor disponibilidade de recursos para empréstimos, devendo por isso crescer em ritmo menos acelerado. "As medidas têm impacto zero neste Natal, porque a maior parte das vendas do varejo nesse período é de produtos de baixo valor agregado, que não são adquiridos por meio de crédito de longo prazo. Se a retenção de compulsório retira R$ 61 bilhões do mercado, os pagamentos do 13º salário injetam cerca de R$ 102 bilhões na economia este mês", completou.
Para o decorrer de 2011, no entanto, não há essa compensação. Segundo o executivo, outra preocupação dos comerciantes é a provável elevação da taxa básica Selic no início do próximo ano. "O aumento de juros sempre prejudica a iniciativa privada", disse. Embora projete uma ligeira restrição nas vendas de automóveis e eletrodomésticos a partir de janeiro, Pellizzaro acredita na recuperação rápida do mercado. "A vontade do consumidor é grande."
Cartões de crédito
O executivo também afirmou ser "100% favorável" à nova regulamentação do setor de cartões de crédito, aprovada pelo CMN no fim de novembro. Para ele, no entanto, as alterações foram insuficientes. "Precisaria mais, pois os consumidores continuaram reféns da areia movediça do crédito rotativo, uma vez que não foi estabelecido um teto para os juros cobrados no cartão", disse.
Para ele, a abertura do mercado brasileiro a novas credenciadoras deve causar, no médio prazo, um impacto nos preços para os lojistas e, consequentemente, para os consumidores. "A concorrência traz os preços para a realidade", concluiu.
Veículo: DCI
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