Economia
04/11/2010 10:09 - Fed impõe derrota ao Brasil na "guerra cambial", dizem analistas
Para especialistas, injeção de recursos nos EUA atrairá mais dinheiro ao país e desvalorizará dólar
Bolsas de Nova York e de São Paulo fecham pregão em alta; dólar recua no Brasil e em relação ao euro
A injeção de US$ 600 bilhões pode não levar o consumidor americano de volta ao shopping no final do ano, mas com certeza estimulará os maiores fundos de hedge do mundo a trazer ainda mais dinheiro para o Brasil, segundo analistas.
Para o país, a medida terá como efeito nova rodada de apreciação do real, impondo mais uma derrota às tentativas do país de controlar o fluxo de capitais do exterior.
"Certamente, uma parte desse dinheiro todo virá para cá. Vai também para a China, a África do Sul e demais países emergentes onde ainda há oportunidade de ganho", disse Alkimar Moura, ex-diretor do BC brasileiro.
De natureza inflacionária, a injeção de dólares no mundo tem potencial para estimular alta da Bolsa e das moedas globais, além de valorização de commodities e de demais "ativos reais".
Todos esses mercados vêm subindo desde meados da semana passada por conta da expectativa da medida.
A própria China será impelida a estocar dinheiro em insumos e em produtos para se "proteger" da desvalorização do dólar americano.
"A medida cria otimismo para o mercado financeiro global, mas não promove maior entusiasmo para as perspectivas da economia americana. Nos planos anteriores, o fluxo dos recursos para a economia e para o crédito foram pífios, sendo desviados para aplicações no mercado financeiro mundial. Não aumentou a fluidez do crédito nem a geração de empregos. Por que seria diferente dessa vez?", pergunta Sidnei Nehme, diretor da corretora NGO.
Para Alkimar Moura, no entanto, o risco maior hoje não é a inflação, mas uma nova fase da crise econômica do final de 2008.
"O Fed impediu o mundo em 2008 de entrar em uma depressão, mas a situação ainda não está normal. Tanto não está que precisou tomar essa medida para aumentar liquidez", disse.
REAÇÃO
Analistas veem a injeção de recursos como a resposta dos EUA à "guerra cambial", que opõe nações desenvolvidas e emergentes.
Ontem, o euro subiu 0,64% e atingiu US$ 1,41.
O petróleo chegou próximo de US$ 85 o barril, terminando o dia a US$ 84,69, com alta de 0,94%.
Já o ouro, que desde quinta havia subido 2,5% por conta da expectativa da medida, recuou 1,4% ontem, para US$ 1.337,60 a onça.
No Brasil, a Bovespa subiu 0,48%, para os 71.904,77 pontos. A expectativa é que o Ibovespa passe hoje de 72 mil.
Nos EUA, a Bolsa de Nova York subiu 0,24%.
O mercado de câmbio à vista estava fechado quando a medida foi anunciada nos Estados Unidos. O dólar encerrou o dia a R$ 1,701, com perda de 0,4%. Na BM&F, que fecha mais tarde, o dólar futuro (dezembro) reagiu ao anúncio, recuando 0,5%, para R$ 1,710.
Veículo: Folha de S.Paulo
Veja mais >>>
03/01/2025 10:43 - Pix já é a forma de pagamento mais usada no Brasil28/06/2024 10:20 - GPA conclui processo de venda de postos de combustíveis
27/06/2024 09:00 - Grupo Zaffari anuncia investimento de R$ 1,5 bilhão em novos empreendimentos
24/06/2024 11:21 - Rede Festival implanta soluções para gestão de frota e reduz custos
21/06/2024 09:05 - Spani anuncia investimento de R$ 45 milhões com nova loja Paulínia
20/06/2024 09:06 - Flex Atacarejo prevê aumento nas vendas durante as festas juninas
18/06/2024 08:46 - ExpoSuper 2024 promete movimentar mais de R$ 1 bilhão no setor supermercadista catarinense
13/06/2024 09:25 - Com aquisição, rede britânica avança em foodservice
06/06/2024 09:30 - Festa Junina: supermercadistas esperam aumento nas vendas de produtos típicos
31/05/2024 10:19 - Consumidores americanos voltam a preferir supermercados
28/05/2024 09:06 - Varejista europeu busca expansão com abordagem múltipla
24/05/2024 10:05 - DM assina parceria com o Grupo Aliança
23/05/2024 08:50 - Trader Joe’s: consumidor quer valor, não preço
22/05/2024 09:28 - Paderrí investe na categoria de pães e bolos, trazendo maior valor agregado para o mercado
22/05/2024 09:22 - Satisfação do consumidor em abril atinge 77,95% na região Centro-Oeste do País