Economia
21/07/2010 10:40 - Inflação recua forte e muda expectativas para a taxa de juros
O panorama inflacionário em julho é bastante benigno, reforçando a visão dos analistas que apostam em um ciclo de alta dos juros mais moderado. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) caiu 0,09%, puxado pela deflação de 0,8% de alimentos e bebidas, que haviam subindo muito no começo do ano, e de 0,36% do grupo transportes. Em junho, o indicador subiu 0,19%.
Medidas que expurgam ou reduzem a influência dos itens mais voláteis, os núcleos do IPCA-15 tiveram desacelerações importantes. Para completar, o índice de difusão, que mostra o percentual de produtos em alta, ficou em 49%, o menor desde os 46,3% de outubro de 2009. Também ontem, a segunda prévia do Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M) registrou variação de 0,03% e trouxe deflação no atacado e no varejo e desaceleração no custo da construção.
O economista Fábio Ramos, da Quest Investimentos, diz que os números do IPCA-15 vieram "muito bons". "Toda a parte tradable [os bens comercializáveis, incluindo alimentos, bens semiduráveis e duráveis] teve queda ou desaceleração." O item automóvel novo recuou 1,16%. Dadas as surpresas positivas do IPCA-15 em junho e julho, Ramos diz que "não há como não revisar" a projeção para o ano. Ele espera agora uma alta de 5,3% do IPCA em 2010, e não mais de 5,8%. O IPCA-15 mostra a variação da inflação entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira do mês de referência. O IPCA capta a evolução no mês fechado.
Motivo de preocupação por vários meses, os núcleos do IPCA-15 perderam fôlego em julho. O núcleo calculado pela exclusão de combustíveis e alguns produtos alimentícios subiu 0,2%, bem abaixo do 0,49% de junho. O núcleo por dupla ponderação, que reduz o peso dos itens mais voláteis, passou de 0,43% em junho para 0,19% em julho. Relatório do Banco Fator nota que, "apesar dessas taxas mensais baixíssimas, a variação em 12 meses dos núcleos não se alterou muito": ficaram em torno de 5%, acima do centro da meta, de 4,5%. "Isso ocorreu porque as variações mensais de julho de 2009 também haviam sido bem baixas."
O índice "cheio", por sua vez, acumula alta de 4,74% em 12 meses, um patamar mais confortável para a política monetária, segundo os economistas do Fator, embora os núcleos estejam mais elevados. "Deve-se ressaltar que a inflação ainda não está reagindo aos efeitos dos aumentos dos juros, mas sim à desaceleração natural que ocorreu no segundo trimestre, após o fim de diversos incentivos governamentais", avaliam eles. O banco espera que o Comitê de Política Monetária (Copom) eleve hoje a taxa Selic em 0,75 ponto percentual, aumentando mais 0,5 e 0,25 ponto nas duas reuniões seguintes, levando os juros para 11,75% no fim do ano.
Ramos, que esperava uma Selic de 12,75% no fim do ano, diz que o resultado reforça as apostas em um aperto monetário mais brando, com uma Selic de 11,75% ou até menos em dezembro.
Também fonte de incômodo neste ano, os serviços (como cabeleireiro, aluguel, mensalidades escolares e conserto de automóvel) subiram 0,28% em julho, bem menos que os 0,46% do mês anterior. Em 12 meses, ainda acumulam alta forte, de 6,86%. Os analistas do Fator observam, porém, que a inflação de serviços em 12 meses oscila na casa de 6,8% desde março, sem aceleração nos últimos meses.
A alta de 0,03% da segunda prévia do IGP-M foi a menor variação do indicador desde dezembro de 2009. Com peso de 60% no indicador, a queda de 0,01% dos preços no atacado foi decisiva para o resultado benigno do IGP-M. As cotações industriais no atacado recuaram 0,03%, depois de subirem 1,88% em junho. "O fato do preço do minério de ferro não ter aumentado mais desde os 75% de reajuste vistos no começo de maio está por trás de boa parte dessa desaceleração, mas também deve-se destacar o comportamento dos preços intermediários [insumos], cuja inflação passou de 0,88% em junho para 0,02% em julho", dizem os analistas do Fator.
Os preços ao consumidor recuaram 0,18%, puxados pelo tombo de 0,88% em alimentação. O custo da construção teve alta de 0,72%, percentual forte, mas bem menor que os 2,09% do mês anterior.
Veículo: Valor Econômico
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