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14/06/2010 09:52 - Mantega e Meirelles

Dois homens com histórias distintas e visões diferentes sobre a economia. Será possível construir uma ponte entre eles?

 

A terça-feira 8 começou com uma boa notícia: depois de um ano de crise, a economia brasileira teve finalmente seu momento de crescimento à chinesa, com uma expansão de 9% no primeiro trimestre. Um ritmo que, anualizado, representa 11,2%. No dia seguinte, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo trouxe outra boa nova: a variação de maio foi de 0,43%, menor do que em abril.

 

O acumulado em 12 meses também já começa a ceder, com recuo na alta dos alimentos, embora o índice de 5,22% ainda seja maior do que a meta de inflação, de 4,5%. No entanto, os dois principais atores da equipe econômica, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, olharam para os números e enxergaram dois quadros bem distintos.

 

Enquanto Mantega viu um cenário de desaceleração, depois de uma retomada incentivada pela ação do governo, Meirelles constatou uma economia perigosamente aquecida, com risco de descontrole inflacionário. A resposta foi dada pelo Comitê de Política Monetária, que, na quarta-feira 9, decidiu aumentar em 0,75 ponto percentual a taxa Selic, agora em 10,25%.

 

“O crescimento no ano vai ficar alto, mas já está decrescente. E a taxa de juros, que subiu 0,75, teve a maior alta entre todos os países”, reclamou Mantega. “A expansão vigorosa do primeiro trimestre demonstra de forma cabal um acerto na estratégia adotada de combate à crise”, rebateu Meirelles. Mantega diz que os números do IBGE refletem uma situação que já ficou para trás. Mas Meirelles prefere adotar a cautela e cumprir a missão de trazer a inflação para mais próximo do centro da meta.

 

Não é de hoje que os dois têm visões divergentes sobre a economia brasileira. Eles só falaram a mesma língua por um breve momento, na crise de 2008, quando a equipe se uniu para elaborar ações para reativar o crédito na economia. O Banco Central reduziu juros e liberou empréstimos compulsórios. A Fazenda reduziu impostos e abriu os cofres do BNDES. Mas a ação concentrada ficou por aí. Tão logo a economia se recuperou, voltaram as divergências.

 

A tese de superaquecimento da economia brasileira é polêmica e divide opiniões. O ciclo virtuoso de crescimento que agora se consolida pode ter vida curta se o aumento da capacidade produtiva não acompanhar o ritmo da demanda. O governo comemorou a volta do investimento ao nível de 2008, de 18% do PIB.

 

Mas a maior parte dos economistas concorda que é preciso ultrapassar a barreira dos 20% para sustentar um crescimento superior a 6%. Apesar das preocupações do BC com a inflação, Mantega tem razão quando diz que o PIB divulgado do primeiro trimestre mostra uma situação que já mudou.

 

A capacidade instalada da indústria, pesquisada pela FGV, caiu de 85,1% em abril para 84,9% em maio, a primeira queda em 14 meses. Também caíram, após o fim do IPI reduzido, as vendas de automóveis e eletrodomésticos. Mas há outras fontes de pressão, como o mercado de trabalho. O índice de desemprego, em 7,3%, pode chegar a 6% no fim do ano.

 

Enquanto o Brasil discute como reduzir seu crescimento para 6,5%, o cenário mundial continua enfraquecido. O encontro dos ministros da Fazenda e presidentes de banco centrais do G-20, na Coreia do Sul, terminou no outro fim de semana com uma receita “brasileira” do secretário de Tesouro americano, Timothy Geithner para combater a crise. Ele disse que países com superávit comercial, como Japão, Alemanha e China, deveriam estimular seus mercados internos e não depender do consumidor americano. “As políticas fiscais devem ser pró-crescimento”, afirmou Geithner. O encontro foi preparatório para a reunião de cúpula do G-20, em Toronto, no fim do mês. Quando encontrar com seus colegas em Toronto, o presidente Lula finalmente poderá dizer que, em termos de crescimento, é o líder do Ocidente. No primeiro trimestre, só alguns países asiáticos cresceram mais do que o Brasil. Mas falta afinar as visões dos dois protagonistas da equipe econômica.


 
Veículo: Isto É Dinheiro

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