Economia
11/06/2010 09:58 - Juros altos não devem impedir o consumo
A elevação da taxa básica de juros do país, fixada em 10,25% ao ano, deverá em um primeiro momento arrefecer o consumo interno, mas não terá no médio e longo prazos capacidade para diminuir o dinamismo da economia. Mesmo no caso do setor automotivo e da linha branca, que não contam mais com as medidas anticíclicas do governo, as vendas permanecerão favoráveis.
Apesar do crédito mais caro, o aumento dos custos poderá ser diluído em parcelamentos mais numerosos. Conforme estudo da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), os impactos da elevação da Selic na ponta do consumo serão pequenos.
Na compra de uma geladeira no valor de R$ 1,5 mil financiada em 12 vezes cada prestação será R$ 0,59 mais cara e o valor final superior em R$ 7,08. A taxa de juro que antes, com a Selic em 9,5% ficava em 5,83% ao mês, agora com o novo patamar estabelecido pelo Banco Central é de 5,89% mensais. O preço final saiu de R$ 2,127 mil para R$ 2,134,08 mil.
"O primeiro impacto é de redução nas vendas pelo efeito psicológico da alta nos juros, mas o impacto real não é significativo o que em uma economia aquecida não tem força para frear o consumo", disse o vice-presidente da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira.
O mesmo levantamento apontou que no caso da compra de um automóvel com preço de R$ 25 mil parcelado em 60 vezes, cada parcela ficará R$ 11 mais cara. O estudo considera que o ajuste na taxa Selic será repassada integralmente ao preço do produto.
Apesar do crédito mais caro, a alta dos custos poderá ser diluído em parcelamentos mais numerosos
Empresas - A influência do aumento da Selic no capital de giro das empresas também foi alvo estudo. Em um empréstimo de R$ 50 mil pelo prazo de 90 dias a taxa que antes era de 3,15% ao mês passará a ser de 3,21%, o que será equivalente a uma elevação real de R$ 95,82 nos total dos juros pagos. Cada parcela terá valor de R$ 4,971,22 mil contra R$ 4,875,40 que antes era cobrada.
Para o coordenador de pesquisas e desenvolvimento da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead), órgão vinculado à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Wanderlei Ramalho, o consumidor brasileiro se acostumou a trabalhar com juros altos.
"Com as taxas de juros no Brasil sempre inexplicavelmente altas, o consumidor não tem mais preocupação em analisar o tamanho do juro", disse. Além disso, ele considera que a demanda aquecida da forma como está, as vendas tanto do comércio quanto de bens duráveis não terão redução.
Com a utilização do dilatamento dos prazos de pagamento como estratégia para manter a comercialização em alta, estes setores manterão os níveis de consumo semelhantes ao de antes da elevação da Selic.
"Primeiro o impacto do aumento é defasado e não tem efeito imediato nos negócios. Depois, a preocupação do consumidor é se as parcelas cabem no salário, o que vai ocorrer porque o que aumentará é a quantidade de parcelas", concluiu Ramalho.
Como forma de conter o avanço da crise na economia nacional, a União desonerou diversos setores para impulsionar as vendas. Entre eles, a indústria automotiva e a da linha branca, que tiveram redução das alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
Esses segmentos foram responsáveis em grande parte pela retomada da economia brasileira, porém, para ambos, o benefício fiscal já terminou e, além da recomposição das alíquotas, agora as taxas de juros serão maiores.
Veículo: Diário do Comércio - MG
Veja mais >>>
03/01/2025 10:43 - Pix já é a forma de pagamento mais usada no Brasil28/06/2024 10:20 - GPA conclui processo de venda de postos de combustíveis
27/06/2024 09:00 - Grupo Zaffari anuncia investimento de R$ 1,5 bilhão em novos empreendimentos
24/06/2024 11:21 - Rede Festival implanta soluções para gestão de frota e reduz custos
21/06/2024 09:05 - Spani anuncia investimento de R$ 45 milhões com nova loja Paulínia
20/06/2024 09:06 - Flex Atacarejo prevê aumento nas vendas durante as festas juninas
18/06/2024 08:46 - ExpoSuper 2024 promete movimentar mais de R$ 1 bilhão no setor supermercadista catarinense
13/06/2024 09:25 - Com aquisição, rede britânica avança em foodservice
06/06/2024 09:30 - Festa Junina: supermercadistas esperam aumento nas vendas de produtos típicos
31/05/2024 10:19 - Consumidores americanos voltam a preferir supermercados
28/05/2024 09:06 - Varejista europeu busca expansão com abordagem múltipla
24/05/2024 10:05 - DM assina parceria com o Grupo Aliança
23/05/2024 08:50 - Trader Joe’s: consumidor quer valor, não preço
22/05/2024 09:28 - Paderrí investe na categoria de pães e bolos, trazendo maior valor agregado para o mercado
22/05/2024 09:22 - Satisfação do consumidor em abril atinge 77,95% na região Centro-Oeste do País