Economia
17/03/2010 09:56 - Só o aumento dos juros não regula o consumo
O consumo das famílias participa com 62,7% na formação do Produto Interno Bruto (PIB). Portanto, é normal que as autoridades monetárias busquem influir nessa variável, essencial para a política econômica. Mas é possível fazer isso sem afetar a liberdade, que é fundamental num regime democrático?
Ontem, véspera da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), o noticiário era de que "sinais de demanda aquecida reforçam aposta de alta de juro". Será que o controle do consumo depende apenas da taxa Selic? Na realidade, existem muitos outros instrumentos para regular a demanda interna e, indiretamente, favorecer a poupança.
De um modo geral, é através do crédito que se pode dimensionar a demanda ? por diversos meios: volume do crédito, depósitos compulsórios, redução de empréstimos externos, normas de alavancagem e, naturalmente, a taxa de juros.
Mas há instrumentos que até agora as autoridades monetárias não utilizaram. Num país como o Brasil, em que as vendas a prestações têm enorme importância, uma regulamentação do crédito ao consumidor teria um efeito importante sobre o consumo: poder-se-ia tornar menos fáceis as compras com cartão de crédito, limitando, por exemplo, o número de prestações, tornando obrigatória a fixação de um preço para pagamento à vista e impondo o pagamento de juros em razão do números de prestações. O efeito dessas medidas seria a redução dos preços à vista, nos quais, atualmente, estão embutidos os juros das compras a prestações "sem juros" ? fato que poderia aumentar o volume das vendas e obrigaria as pessoas a fazer poupança para adquirir alguns bens. Logo constatariam que uma poupança prévia permite obter preços melhores e, assim, se criaria uma mentalidade que não existe no País: a de saber poupar.
O volume do consumo poderia cair num primeiro tempo, mas logo voltaria a um nível normal e até maior. Porém, haveria a grande vantagem de as autoridades monetárias não terem de recorrer a um aumento da taxa Selic, que afeta todos os setores, especialmente a indústria e o comércio, que aumentam seus preços e pagam impostos sobre os preços que aumentaram contra sua vontade.
Uma baixa de preços permitiria vender mais, mas a medida favoreceria também a constituição de uma poupança doméstica que aumentaria os investimentos, criando um novo canal de crescimento econômico com redução de custos.
Só no crédito imobiliário é que se justifica um regime especial.
Veículo: O Estado de São Paulo
Veja mais >>>
03/01/2025 10:43 - Pix já é a forma de pagamento mais usada no Brasil28/06/2024 10:20 - GPA conclui processo de venda de postos de combustíveis
27/06/2024 09:00 - Grupo Zaffari anuncia investimento de R$ 1,5 bilhão em novos empreendimentos
24/06/2024 11:21 - Rede Festival implanta soluções para gestão de frota e reduz custos
21/06/2024 09:05 - Spani anuncia investimento de R$ 45 milhões com nova loja Paulínia
20/06/2024 09:06 - Flex Atacarejo prevê aumento nas vendas durante as festas juninas
18/06/2024 08:46 - ExpoSuper 2024 promete movimentar mais de R$ 1 bilhão no setor supermercadista catarinense
13/06/2024 09:25 - Com aquisição, rede britânica avança em foodservice
06/06/2024 09:30 - Festa Junina: supermercadistas esperam aumento nas vendas de produtos típicos
31/05/2024 10:19 - Consumidores americanos voltam a preferir supermercados
28/05/2024 09:06 - Varejista europeu busca expansão com abordagem múltipla
24/05/2024 10:05 - DM assina parceria com o Grupo Aliança
23/05/2024 08:50 - Trader Joe’s: consumidor quer valor, não preço
22/05/2024 09:28 - Paderrí investe na categoria de pães e bolos, trazendo maior valor agregado para o mercado
22/05/2024 09:22 - Satisfação do consumidor em abril atinge 77,95% na região Centro-Oeste do País