Evento, em São Paulo, revelou quais são as marcas favoritas dos consumidores e que não podem faltar nas gôndolas, de acordo com o 17º Estudo Líderes de Vendas. Celebração também debateu a atual postura do shopper nos pontos de venda
As marcas mais vendidas em 220 categorias foram conhecidas e premiadas no dia 24 de fevereiro, em evento promovido pela Revista SuperHiper, em São
Paulo, que contou com a presença de profissionais da indústria e do setor supermercadista. Esta foi a 17a edição da Pesquisa Líderes de Vendas, realizada pela Nielsen com exclusividade para SuperHiper, cuja proposta é
reconhecer os esforços das empresas que assumiram a liderança nas áreas em que atuam. No total, foram premiadas 99 companhias, atuantes nos segmentos de alimentos, perecíveis, bazar, bebidas, eletroeletrônico, higiene, beleza e limpeza.
“Construir uma marca não é fácil, muito menos mantêla na preferência do consumidor brasileiro. É por isso que a Abras premia as marcas que fazem a diferença no faturamento de nossas lojas e as expõe em SuperHiper, que é uma verdadeira vitrine do autosserviço”, observou o vice-presidente da Abras, João Sanzovo. “A edição de Líderes de Vendas é utilizada o ano todo pelas áreas comerciais de supermercados de norte a sul do País para orientar as compras. Trata-se, portanto, de uma grande prestação de serviço para o setor.”
Em seu discurso, Sanzovo destacou ainda que, juntos, supermercadistas e fornecedores têm total condições de lidar com as incertezas que rondam a economia e contribuir com o desenvolvimento do varejo. “A colaboração é a chave para o progresso e, justamente por isso, que um dos pontos altos do trabalho realizado pela Abras é o de fortalecer relacionamentos”, afirmou o
vice-presidente da entidade.
Como o shopper está agindo?
O evento de premiação das marcas líderes contou com a palestra da diretora de Retail Services da Nielsen, Daniela Toledo, que falou sobre as escolhas
do consumidor no atual contexto econômico — um assunto que merece a atenção por parte de todo o setor supermercadista. Na ocasião, a especialista
destacou que o aumento do endividamento das famílias, associado ao crescimento do desemprego e a redução da massa salarial, gerou queda
no consumo em 2015, especialmente nos últimos dois trimestres. “No ano passado, houve queda de um milhão de empregos com carteira assinada e todo este cenário tem refletido na confiança do consumidor”, observou.
De acordo com o índice global de confiança monitorado pela Nielsen, houve queda de 12 p.p. na confiança do brasileiro em relação à economia, na comparação entre o primeiro e o último trimestre de 2015. Por aqui, o referido
indicador fechou o ano em 76 pontos, enquanto a média na América Latina ficou em 83 e a global em 97 pontos.
“Além disso, a percepção negativa em torno da geração de emprego no Brasil para os próximos 12 meses passou de 19% para 40%”, pontuou a diretora da Nielsen. “O levantamento também mostrou que 93% dos brasileiros acreditam que o País se encontra em recessão econômica, sendo que somente 13% destes creem que sairemos dela. Isso mostra que o consumidor está inseguro e todos estes dados devem ser utilizados pelo setor em prol do seu planejamento e posicionamento.”
O resultado desta conjuntura é que, no varejo, a cesta Nielsen caiu 1,2% no ano passado e o tíquete médio sofreu redução de 3,5% (média deflacionada). Segundo Daniela, tal desempenho se deve às mudanças de hábito do shopper, tais como:
- Busca por marcas mais baratas (trade down): 55% das categorias apresentaram trade down.
- Busca por novas opções de desembolso: 60% das top 20 categorias crescem por embalagens econômicas.
- Diversifica canais em busca de melhores preços: atacarejo cresceu 8,5% no ano passado.
- Prioriza compras de reposição, em detrimento às compras de abastecimento.
- Racionaliza a compra e reduz o volume.
- Reduz o consumo fora do lar: 61% dos consumidores economizaram com entretenimento fora do lar.
- Menor adesão aos lançamentos: mesmo tendo chegado mais novidades às gôndolas (foram 12,8 mil itens em 2014 e 13,2 mil novos SKUs no ano passado), a participação dos lançamentos passou de 3,8% para 3,5%.
De uma forma geral, o consumidor exerceu e está exercendo uma série de medidas para obter economia em suas compras. E por trás desta movimentação está o preço como principal fator de influência do shopper