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12/11/2014 11:48 - Com alta do dólar, importado fica até 15% mais caro no Natal
Varejistas vão segurar parte dos repasses para manter as vendas
Quem gosta de uma ceia de Natal cheia de produtos importados pode se preparar para preços até 15% maiores este ano. O dólar subiu 14,2% desde setembro e deve pesar sobre as importações de bacalhau, panetones, frutas secas, azeites, vinhos e espumantes, mesmo que muitas encomendas tenham sido feitas há mais tempo.
— Nossa expectativa é que o preço ao consumidor este ano seja de 10% a 15% maior devido ao dólar, além de custos como folha salarial e inflação. E não há espaço para repassar tudo porque há perda do poder de consumo — afirma o presidente da Associação Brasileira dos Exportadores e Importadores de Alimentos e Bebidas (Abba), Adilson José Santos Carvalhal Junior.
A Abba projeta recuo de até 5% nas vendas de importados. A avaliação de varejistas é que, com inadimplência em alta e renda comprometida, há pouco espaço para o repasse. E parte do aumento acaba sendo absorvido.
— Devemos ter importados entre 5% a 8% mais caros este ano. Alguma coisa a gente acaba absorvendo, senão o consumidor reduz a quantidade de compras e a gente perde no volume — afirma Sérgio Leite, diretor da rede Mundial.
CONSUMIDORES FAZEM SUBSTITUIÇÕES
Leite conta que as encomendas para o fim de ano já foram feitas, mas o fechamento do câmbio só ocorre na chegada do item. Em setembro, quando as negociações ocorreram, o câmbio estava em torno dos R$ 2,20. Agora, está a R$ 2,50.
Na rede de supermercados Zona Sul, a estratégia é evitar ao máximo repasses do dólar, a fim de aumentar de 15% a 18% o volume de vendas, diz o vice-presidente comercial, Pietrangelo Leta:
— Fazemos um planejamento com muita antecedência. Recebemos os primeiros panetones italianos em agosto, por exemplo. Tem um custo de estoque, mas minimiza o impacto do câmbio. Em média, os importados devem ficar de 5% a 8% mais caros, mas há produtos quase no mesmo preço de 2013, como azeites.
Apesar do incremento nos custos, o setor como um todo aposta em alta de 14% nas vendas. Sussumu Honda, presidente do conselho consultivo da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), diz que a alta do dólar não deve impactar de forma significativa as vendas nas festas de fim de ano, já que as compras são feitas com antecedência.
— Alguns itens podem ter menos presença em algumas lojas, e os consumidores podem optar por produtos nacionais.
Diante dos reajustes, os consumidores se desdobram. A procuradora Iza Lia Munhoz encomenda a ceia em restaurantes, mas compra frutas secas no varejo: — O dólar tem impacto no preço. Helena Klajman e Sheila Klajman, mãe e filha, também esperam gastar mais com bacalhau, frutas secas e vinhos neste ano.
— Sabemos que as compras sairão mais caras. Somos judias, mas comemoramos o Natal, como brasileiras — diz Sheila.
Os preços de frutas secas sofrem impacto, também, da quebra das safras de nozes, ameixa e uva-passa no Chile e de damasco na Turquia, explica Leta, do Zona Sul. A alta ficou acima de 30%, mas só parte disso será repassada.
SETOR DE BRINQUEDOS ESTÁ ANIMADO
Por outro lado, a alta do dólar levou otimismo aos fabricantes nacionais de brinquedos, que este ano esperam retomar 5% da fatia de mercado perdida para os chineses. O presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), Synésio Batista, espera alta de 12% nas vendas frente ao Natal de 2013.
— Os importados vão encalhar por causa do preço — diz Batista, lembrando que o câmbio só afetará os fabricantes nacionais em 2015 e que o Natal responde por 35% do faturamento anual do setor, só atrás do Dia da Criança (38%). (LUCIANNE CARNEIRO Colaborou Lino Rodrigues)
Veículo: O Globo - RJ
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