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19/09/2014 08:31 - Remarcação de preços nas gôndolas dos supermercados
Reajuste da energia elétrica nas lojas é repassado para valor dos produtos. Em Minas, setor diz que impacto foi pequeno, mas presidente do Walmart vê pressão de custos
Atibaia (SP) – Os reajustes nas tarifas de energia elétrica chegaram às prateleiras dos supermercados. Pressionado pela inflação, o repasse foi inevitável para o setor supermercadista, que está trabalhando com margens de lucro cada vez menores. As decisões da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em conceder os reajustes às tarifas devem continuar impactando ao longo do semestre não somente a casa do consumidor, mas também os alimentos e outros itens que chegam às casas das famílias brasileiras.
“Estamos lidando com uma avalanche de custos muito grande. Os preços dos produtos aumentaram brutalmente”, disse ontem o presidente do Walmart no Brasil, Guilherme Loureiro, lembrando que os problemas do setor vão além da inflação. “O aumento dos valores é nítido para o bolso do consumidor. Temos um custo maior devido aos aumentos de insumos, como a energia elétrica”, acrescentou. Ele e outros empresários do setor supermercadistas se reuniram em Atibaia (SP) para discutir os problemas das redes supermercadistas no país.
A Aneel reajustou as tarifas de energia em vários estados e mesmo naqueles que ainda não receberam o aumento, o cenário é de apreensão. O empresário Messias Peixoto tem um supermercado em Sergipe e não esconde o receio frente ao cenário econômico atual. “Os reajustes têm sido superiores a 15%. Vai ser um impacto que não terei como segurar”, afirmou o supermercadista, que prevê um aumento de cerca de 0,5% nos preços dos produtos. Ele acredita que mesmo o uso de energias alternativas, como a eólica e a solar não devem ser uma solução. “São meios ainda muito caros. Infelizmente, não tem outro jeito”, disse.
Aonde o aumento já chegou, como em Minas Gerais, a situação é encarada em tom desafiador. “Nosso impacto não foi tão grande, mas houve um pequeno reajuste. Tentamos segurar, mas não tivemos como”, contou Alexandre Poni, presidente da Associação Mineira dos Supermercados (Amis). A energia fornecida pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) teve reajuste autorizado de 15,78% para consumidores do comércio.
Cautela O aumento no custo do insumo deve ser um fator sentido principalmente na área da alimentação. Em Santa Catarina, onde o reajuste foi de 16,13%, o aumento deve impactar na cesta básica de produtos. Segundo o indicador Abrasmercado, o custo da cesta na capital catarinense chegou, em julho, a R$ 413,17, a mais alta do país.
Contudo, o presidente da Associação Catarinense de Supermercados (Acats), Atanázio dos Santos Neto, não acredita que o setor deva fazer o repasse. “Qualquer decisão muda muito de empresa para empresa. A energia elétrica responde como um dos cinco itens de mais despesas para o empresário. Mas acredito que o setor vai absorver essa elevação sem dar o repasse”, afirmou. O fenômeno da cesta básica mais cara é atribuído ao custo da mão de obra. “A baixa oferta, quase escassa, encarece muito a folha de pagamento”, explicou.
* O repórter viajou a convite da Abras
Cresce intenção de consumo
Rio de Janeiro – A disposição do consumidor para ir às compras melhorou de agosto para setembro, mas segue baixa. A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) subiu 0,9% ante o mês passado, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Foi a terceira alta consecutiva do indicador, o que reflete uma “estabilidade” após a sequência de quedas registrada no primeiro semestre. Apesar disso, o índice ainda está 3,4% abaixo do observado em setembro de 2013.
A leitura da CNC é que a melhora é pontual e não revela uma tendência. Na análise da instituição o recuo dos preços de alimentos e bebidas nos últimos três meses ajudou a leve recuperação da confiança. “O patamar ainda é muito baixo em relação ao ano passado e não há perspectiva de um indicador que vá trazer a confiança a um nível maior até o fim do ano”, disse Juliana Serapio, assessora econômica da CNC. “A inflação dos alimentos teve algum alívio, o que ajuda o orçamento das famílias a respirar, mas ainda continua muito alta. Não vejo até o final do ano um fator que vá motivar esse consumidor a comprar mais”, acrescentou a assessora da CNC.
Embora a Intenção de Consumo das Famílias esteja em um nível considerado favorável de consumo, a confederação pondera que a percepção das famílias ainda não está totalmente recuperada. O elevado custo do crédito e o alto nível de endividamento são os fatores que vêm pesando mais no desaquecimento da intenção de compras a prazo. A economista destaca que apesar da manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em 11% ao ano desde abril, os juros à pessoa física continuam em alta.
Segundo o Banco Central, a taxa média de juros de operações de crédito para a pessoa física vem subindo desde junho do ano passado (34,8%). Em julho de 2014 o indicador chegou a 43% ao ano. O reflexo desse quadro é que o componente de acesso ao crédito medido na pesquisa de ICF vem atingindo sua mínima a cada mês. Em setembro registrou queda de 0,6% na variação mensal, a menor da série histórica, e queda de 5,1% ante o mesmo período do ano passado.
Estatística Para Juliana, a piora do Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) da Fundação Getulio Vargas (FGV), que capta a percepção do consumidor a respeito da situação presente do mercado de trabalho, mostra que a perspectiva para a criação de vagas não é positiva. Isso reforça a ideia de que a melhora da intenção de consumo é mais um efeito estatístico do que uma tendência firme. A CNC reduziu sua previsão para o crescimento das vendas do varejo de 4% para 3,7% com base na última divulgação da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) pelo IBGE.
Veículo: Estado de Minas

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