Jurídico
15/10/2010 10:24 - Carga tributária vai chegar aR$ 1 trilhão já no final do mês
A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) informou que o Impostômetro - placar eletrônico que marca a arrecadação tributária no Brasil - deve atingir o valor recorde de R$ 1 trilhão até o final deste mês. Em 2009, esse resultado foi atingido cerca de um mês e meio depois. Para empresários e especialistas, o quadro é preocupante à medida que não há horizonte para uma reforma tributária e que, com o aquecimento da economia, somado ao combate à evasão fiscal, a tendência é de que o recolhimento de impostos cresça mais a cada ano. Cálculos do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) indicam que, em 2010, o total de impostos pagos pela população deverá atingir R$ 1,27 trilhão. No ano passado, fechou em R$ 1,075 trilhão. O resultado negativo disso é o comprometimento da competitividade da empresa e da geração de emprego formal no País.
O advogado Nelson Lacerda, sócio da Lacerda e Lacerda Advogados, vai além nas suas análises. Para ele, não é só o câmbio que prejudica a balança comercial, a alta carga tributária existente na produção faz com que seja mais econômico importar. "Resultado disso é o desemprego, já que a redução da produção leva a demissões", reflete. Paralelo a isso, ele também comenta que a carga tributária leva ao aumento dos preços de produtos em geral, inclusive os básicos.
No arroz, por exemplo, a incidência é de 18%. Para o leite, a carga é ainda maior, 33,63%. "O governo se apropria da riqueza nacional, de modo a deixar o mercado interno pobre e sem competitividade", diz.
Pesquisa do Ibope Inteligência e da Câmara Americana de Comércio (Amcham), recentemente divulgado pelo DCI, mostrou que os problemas fiscais do Brasil são apontados pelos empresários como o maior gargalo para a competitividade do País frente a outros países. Para 59% do total de 500 associados entrevistados, a carga tributária e eficiência dos gastos ou uso de recursos pelo governo são fatores de maior preocupação. A percepção é bem superior a outro grande gargalo para o crescimento econômico brasileiro, segundo especialistas: a infraestrutura. Somente 16% dos consultados indicaram logística, energia tecnologia de informática (TI) e telecomunicações como problemas para o País.
Ainda segundo a ACSP, ontem o placar eletrônico atingiu R$ 950 bilhões arrecadados pelos governos federal, estadual e municipal. Com este valor, seria possível construir mais de 46 milhões de casas populares de 40 metros quadrados. Além disso, é possível pagar mais de 1,862 bilhão de salários mínimos, comprar 4,7 bilhões de cestas básicas ou 37 milhões de carros populares.
O professor de contabilidade tributária da Trevisan Escola de Negócios, Marcelo Kenji, afirma que, além do custo-Brasil que é está 9% mais caro se comparado ao ano passado, a alta carga tributária contribui, ainda, para prejudicar os investimentos no País. "O recolhimento cascata, como o ISS, alíquotas elevadas e custos operacionais para atender ao fisco ou para apuração do impostos, engessam o investimento do setor privado", analisa.
Os dados da Receita Federal sobre a arrecadação de impostos e contribuições federais também ilustram esta situação. Mês a mês este recolhimento bate recorde. Exemplo disso é o dado mais recente que indica que a arrecadação cobrada pelo fisco em agosto, assim como nos últimos três meses de 2009, foi o maior para o mês, ao somar R$ 62,721 bilhões. De janeiro a agosto deste ano, o recolhimento cresceu 12,59%, para R$ 510,185 bilhões, o que representa R$ 78,085 bilhões a mais arrecadados na comparação com os primeiros oito meses do ano passado (R$ 432,1 bilhões).
Soluções
Na opinião de especialistas, o chamado "efeito-cascata" da incidência de tributos cobrados no País resulta no aumento de impostos, como o ICMS, o que alavanca o crescimento de outros impostos como PIS e Cofins. Para eliminar a alta incidência de impostos cobrados direta ou indiretamente, Lacerda afirma que deveria ser aprovado o Imposto sobre Valor Agregado (IVA), o imposto único. "Na verdade, deveria ser cobrado mais impostos sobre o lucro e renda, do que pela produção. Isso sim, beneficiaria a todos [população e empresas]", diz. "No entanto, a tendência é de que a carga tributária continue a bater recorde", acrescenta.
Marcelo Kenji acredita que a maior transparência de quanto o cidadão paga de imposto ao adquirir um produto seria importante passo para que ocorra a reforma tributária no País. "Assim, movimentos para mudanças."
Veículo: DCI
Veja mais >>>
14/11/2025 12:19 - Comitê Gestor lança cartilha para orientar a emissão da Nota Fiscal Eletrônica do IBS14/11/2025 12:19 - Supermercado não é responsável por dívidas trabalhistas de empresa que administra seu estacionamento
14/11/2025 12:19 - Juiz não pode fazer retratação da retratação ao receber apelação
14/11/2025 12:15 - TRF 1ª Região não terá expediente nos dias 20 e 21 de novembro
13/11/2025 11:54 - Mapa alerta para azeites de oliva fraudados e impróprios para consumo
13/11/2025 11:53 - Ação deve ir à Justiça competente mesmo com sistemas incompatíveis
13/11/2025 11:52 - STF adia decisão sobre teto da multa isolada por descumprimento de obrigação acessória
13/11/2025 11:51 - IV Jornada de Direito Processual Civil é encerrada com aprovação de 38 enunciados
13/11/2025 11:50 - Usuários do Gov.br serão avisados sobre vencimento do passaporte
13/11/2025 11:49 - STJ – Manutenção deixará alguns sistemas do tribunal indisponíveis sábado (15) e domingo (16)
12/11/2025 11:54 - Presidente Lula assina decreto que moderniza o Programa de Alimentação do Trabalhador
12/11/2025 11:53 - Reforma Tributária do Consumo - RTC - Obrigatoriedade ao DTE automática a partir de 2026
12/11/2025 11:52 - TRT-MG lança Índice Temático de Precedentes Trabalhistas
12/11/2025 11:52 - TRT-RJ faculta o uso de paletó e gravata de 24/11/25 a 20/3/
11/11/2025 13:54 - Pesquisa mostra que empresas não se adaptaram para reforma tributária

