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23/09/2009 12:28 - A carne é forte

Como Joesley Batista, do grupo JBS, virou dono da mais poderosa empresa privada do País e o que seus concorrentes, como Marcos Molina, do Marfrig, estão fazendo para tentar alcançá-lo no bilionário mundo da proteína animal

 

Imagine uma fusão entre a Volks e a Fiat, as duas maiores montadoras de automóveis instaladas no Brasil. Ou adicione todas as empresas de telefonia fixa do País, como Oi e Telefônica, e inclua ainda a Embratel. Numa terceira experiência, coloque no mesmo bolo as três maiores redes de supermercados – Walmart, Pão de Açúcar e Carrefour. Em qualquer alternativa, a soma dos faturamentos será menor do que o tamanho do grupo JBS Friboi, comandado pelo empresário Joesley Batista. Na semana passada, com duas aquisições, a do rival Bertin e a da empresa americana Pilgrim´s Pride, ele criou a maior empresa privada do Brasil, com 125 mil funcionários e uma receita bruta estimada em R$ 60,6 bilhões. Os números dos primeiros seis meses deste ano já a colocam até à frente da Vale, que foi afetada pela queda dos preços do minério de ferro. Hoje, à frente do grupo JBS, há apenas a estatal Petrobras. “E isso é só o começo”, disse Joesley à DINHEIRO. “Não vamos parar e estamos de olho em várias empresas em dificuldade.”
 

 

Tacada nos EUA: Pilgrim's Pride, que estava em concordata e é o segundo maior grupo do frango no mercado americano, agora é do JBS

 

O que surpreende, na história do JBS, é a velocidade exponencial de crescimento. Em apenas quatro anos, entre 2006 e 2009, o grupo terá crescido inacreditáveis 1.900%. E o foguete não foi o único do agronegócio brasileiro. Apenas um dia antes das aquisições anunciadas por Joesley, o grupo Marfrig, comandado por Marcos Molina, adquiriu, das mãos da americana Cargill, a Seara, uma grande processadora de aves e carnes suínas. Com isso, o Marfrig encostou na Brasil Foods – a companhia resultante da megafusão entre Sadia e Perdigão. Seu crescimento em quatro anos foi de 650% – mais modesto do que o do JBS, mas não menos surpreendente.“Agora a gente tem uma marca nacional para competir com eles”, disse Molina, aos analistas dos bancos de investimentos.

 

Nos primeiros seis meses do ano, a receita somada do JBS alcançou R$ 29 bilhões e superou as vendas de R$ 23 bilhões da Vale, que foi afetada pela queda dos preços do minério de ferro
Os dois movimentos evidenciam a fantástica mudança do capitalismo nacional e também a nova posição do Brasil no contexto global. Até recentemente, o que se discutia era quando grandes empresas americanas de alimentos, como Tyson e Cargill, desembarcariam no Brasil, adquirindo marcas líderes, como Sadia ou Perdigão. E o que aconteceu foi o inverso – tendo como protagonistas atores improváveis. “O Brasil está cumprindo sua vocação histórica de ser o maior fornecedor de alimentos do mundo”, disse à DINHEIRO o economista Carlos Langoni, ex-presidente do Banco Central e membro do conselho do Marfrig. “E não se trata apenas de exportar commodities, mas, cada vez mais, produtos industrializados.”

 

Vocação histórica

 

Até bem pouco tempo atrás, discutia-se quando as grandes empresas internacionais viriam ao País comprar marcas valiosas na área de alimentos. Hoje, o Brasil é quem tem nada menos que três entre as maiores empresas do setor – incluindo o líder JBS Friboi
 

 

Aquisições realizadas nos últimos quatro anos garantiram ao JBS Friboi salto de 1.900% no faturamento, o que é inédito na história dos grandes grupos empresariais brasileiros
A transformação teve início em 1999, quando a desvalorização do real abriu espaço para que os frigoríficos nacionais se tornassem exportadores. As empresas, que vinham de um setor marcado pela informalidade, conseguiram se capitalizar. E as vendas externas, que eram incipientes, chegaram a quase US$ 5 bilhões, dando ao Brasil a liderança do mercado mundial de carnes bovinas, à frente da Austrália e dos Estados Unidos. No meio do caminho, dois agentes importantes – governo e mercado – enxergaram o enorme potencial desse setor. De um lado, o BNDES entrou no capital de vários frigoríficos, incluindo o JBS e o Marfrig, dando a eles musculatura para aquisições internacionais. De outro, os bancos de investimento apostaram no lançamento de ações dessas empresas. Bem cotadas na Bovespa, as duas passaram a financiar suas operações de forma saudável – com trocas de ações e não por meio de endividamento. Para concluir a compra da Pilgrim´s Pride, o JBS fará um IPO na bolsa de Nova York. E o Marfrig pretende bancar a compra da Seara com a venda de mais um lote de ações na Bovespa.
 

 

Uma das peças centrais nessa odisseia dos frigoríficos nacionais tem sido o ex-ministro da Agricultura, Marcus Vinícius Pratini de Moraes. Enquanto esteve em Brasília, no governo Fernando Henrique, ele foi responsável pela expansão da agropecuária brasileira. Depois disso, passou a atuar como mascate, à frente da Abiec, a associação dos exportadores. E após colocar o Brasil na liderança do ranking global, ele foi chamado pelo JBS Friboi para assumir a presidência do conselho de estratégia do grupo, onde passou a vender a ideia de que, cada vez mais, o mundo precisará do Brasil para se alimentar. “Aquele sonho que eu tinha se realizou”, disse Pratini à DINHEIRO na semana passada, falando pelo celular num trem que ia de Liverpool a Londres. “A produção em massa, com escala global, será feita por empresas gigantes, e muitas delas brasileiras.” Hoje, entre as dez maiores empresas mundiais de alimentos, nada menos que três – JBS, Brasil Foods e Marfrig – são verde-amarelas

 


Veículo: Revista Isto É Dinheiro

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