Carnes / Peixes
13/08/2009 12:36 - Europa ganha espaço na receita da Marfrig e perfil da empresa muda
Pouco mais de um ano após a aquisição dos ativos da americana OSI na Europa e no Brasil, a Marfrig é outra empresa. Sem os negócios de aves e produtos industrializados que vieram com a compra dos ativos da OSI, em junho de 2008, a carne bovina respondia por 78% das receitas da Marfrig. No segundo trimestre deste ano, equivalia a 50% do total da receita.
A Marfrig deixou de ser uma empresa de carne bovina? O presidente Marcos Molina, em encontro com jornalistas para falar do balanço da empresa, desconversa e diz que a mudança é reflexo da estratégia de diversificação da companhia, que no último trimestre teve receita líquida de R$ 2,403 bilhões, 97,5% mais que em igual período de 2008, justamente por conta dos novos negócios que não haviam sido contabilizados no segundo trimestre de 2008.
Com a compra das operações na Europa, o continente ganhou peso na receita da Marfrig. No segundo trimestre do ano passado, o mercado europeu significava apenas 4% do faturamento. No trimestre que passou, a fatia passou a 34,9%. O diretor de planejamento e relações com investidores do Grupo Marfrig, Ricardo Florence, explica que a maior parte desse resultado corresponde a receita local, isto é, proveniente da produção das unidades da Europa.
As vendas da Marfrig para o mercado interno cresceram 154,6% no trimestre sobre o mesmo período de 2008 e no mercado externo, 43,9%. Como tem operações na Argentina e Uruguai, além do Brasil e Europa, vendas domésticas no caso da Marfrig se referem a volumes vendidos no mercado interno de cada uma dessas regiões. Já as exportações se referem ao que foi originado nessas regiões e destinado ao exterior.
O crescimento mais modesto das vendas externas pode ser explicado pela demanda internacional mais restrita por conta da crise global. De acordo com Florence, em reais, os preços na exportação caíram 9,3% no segundo trimestre sobre o primeiro trimestre deste ano. James Cruden, diretor operacional da Marfrig, diz que "a demanda internacional ainda está retraída, por isso o preço de venda cai". Molina acrescenta que os preços na exportação já ensaiam recuperação, mas não devem voltar aos patamares de 2008. "Por isso a atuação no mercado interno é importante", observa Florence.
Segundo os números apresentados pela Marfrig, a divisão de bovinos Brasil e de food service (distribuição) teve, no segundo trimestre, receita 47,7% maior do que no mesmo intervalo de 2008, alcançando R$ 653,6 milhões.
O lucro recorde da Marfrig no trimestre, de R$ 405 milhões, foi alavancado pelo efeito do câmbio, já que a queda do dólar diminuiu o endividamento da empresa e reduziu juros pagos no período, de acordo com o diretor. A empresa encerrou o segundo trimestre com dívida líquida de R$ 3,240 bilhões, queda de 6,5% em relação ao fim do primeiro trimestre deste ano. Não fosse o câmbio, a estimativa é de que o lucro seria de R$ 80 milhões, afirma Florence.
Embora continue trabalhando com capacidade ociosa, a Marfrig conseguiu ampliar os abates de bovinos no segundo trimestre. Foram 359,9 mil cabeças, 27,9% mais do que no trimestre anterior e 14,2% superior ao segundo trimestre de 2008. Segundo Molina, hoje a empresa trabalha com 40% do ociosidade no Brasil, onde tem capacidade de abate de 13.550 animais por dia (incluindo a planta arrendada do Extremo Sul). A ociosidade chegou a 60% em 2008.
"Crescemos [o abate] porque há menos concorrência que antes", afirma Cruden, referindo-se à saída do mercado de empresas que entraram em recuperação judicial.
A Marfrig, que na terça anunciou linha de pré-pagamento de exportações de R$ 200 milhões do Banco do Brasil, está finalizando a captação de bônus de até US$ 60 milhões a partir do Uruguai. O objetivo também é alongar a dívida.
Sobre as conversações com a Bertin para possível fusão, iniciadas no primeiro semestre, Molina e Florence também desconversam. "Não temos nada acrescentar ao que foi informado em junho", diz Florence. Na ocasião, a Marfrig admitiu existirem "tratativas", mas disse não haver qualquer acordo entre as empresas.
Veículo: Valor Econômico

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