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14/05/2009 11:50 - Perdigão cede fatia maior à Sadia

Para azeitar de vez o acordo que criará a maior empresa de alimentos industrializados do Brasil, a Perdigão fez concessões e concordou em oferecer um percentual superior a 30% da companhia resultante aos atuais acionistas da Sadia. O percentual não chegará a 35%, mas foi o suficiente para deixar as famílias Fontana e Furlan mais satisfeitas com o negócio, já que eles ficarão com mais de 10% da nova empresa.

 

Com isso, os acionistas da Perdigão ficarão com algo entre 65% e 70% da nova empresa. O negócio não envolve pagamento em dinheiro, apenas troca de ações, mas agrada aos Fontana e aos Furlan porque os papéis da nova empresa terão elevada liquidez e oferecem uma porta de saída a todos que assim preferirem. "As famílias querem dinheiro", diz um executivo que participa das negociações.

 
 
Na noite de ontem, nenhum aspecto comercial restava pendente. Os advogados de ambos os lados entrariam madrugada adentro para redigir os contratos e a intenção, se não ocorrer um imprevisto, é anunciar a união de Sadia e Perdigão hoje ou, no máximo, amanhã.

 

Essa primeira etapa do negócio não envolve dinheiro. No entanto, como os prejuízo bilionários com derivativos deixaram a Sadia em profundas dificuldades financeiras, uma oferta pública de ações já está prevista. O Valor apurou que a intenção é captar cerca de R$ 4 bilhões em dinheiro novo. Não está fechado ainda que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) participará desse aporte. Existe a percepção de que os investidores terão enorme apetite pelos papéis da nova empresa, o suficiente para completar a capitalização. O BNDES poderá entrar como garantidor da oferta.

 

O objetivo é levar a oferta ao mercado o quanto antes, se possível ainda na metade do ano, entre junho e julho. Mas como as duas empresas são listadas em Nova York, uma oferta dependerá de aprovações nos Estados Unidos, o que poderá adiar o plano de captação para o segundo semestre.

 

Os balanços das duas empresas, a ser divulgados hoje, devem trazer números muito negativos. A Sadia deve vir com novo prejuízo pesado, mas o desempenho da Perdigão no primeiro trimestre do ano também não teria sido bom.

 

A gestão da nova empresa deve ficar quase toda a cargo dos executivos da Perdigão. José Antônio do Prado Fay, presidente da Perdigão, deverá presidir a nova companhia. No conselho de administração, havia duas possibilidades em discussão. Num primeiro modelo, Nildemar Secches, da Perdigão, e Luiz Fernando Furlan, da Sadia, figurariam como co-presidentes. Mas um segundo cenário contemplava Secches como único presidente do conselho. Nesse caso, Furlan seria vice-presidente.

 

Fonte de uma das famílias controladoras da Sadia afirma que, no ponto em que chegou a situação da empresa, a melhor coisa que poderia acontecer é mesmo uma união com a Perdigão, ainda que em condições desiguais. A fonte diz que o resultado da união dependerá do que for decidido para a gestão. "A gestão da Sadia pode ter seus problemas, mas a da Perdigão também não impressiona", afirma. Sendo assim defende que as empresas reconheçam essa fragilidade e busquem uma nova gestão com uma nova cultura, de preferência com um presidente-executivo fora dos quadros de ambas.

 

Ontem, o clima era de apreensão ontem entre funcionários da Sadia, no aguardo do anúncio da aquisição da companhia pela rival Perdigão. No entanto, para quem trabalha na estrutura da operação que unirá as duas empresas, ainda havia muito a ser feito, mesmo após três noites sem dormir. Diversos detalhes ligados à questão da governança e dos poderes do conselho ainda estavam abertos.

 

Esta não é a primeira vez que as duas buscam essa unificação, sempre sem sucesso. Mas, desta vez, a grande diferença é necessidade de dinheiro da Sadia, que corria o risco de ficar insolvente nos próximos meses em função da perda de R$ 2,6 bilhões com derivativos de alto risco.

 

Ontem mesmo já estavam definidas as bases da comunicação interna e externa da futura união, incluindo uma campanha publicitária em mídia televisiva, daquele que deve ser o grande negócio do ano. Poucas eram as possibilidades de, desta vez, não haver acordo.

 

Na Sadia, alguns diretores já chamavam seu time de funcionários para explicar a situação. Os executivos admitiam a iminência de um acordo que deverá afetar a vida dos 60 mil funcionários de cada uma das companhias.

 

Especialistas na área de comunicação trabalhavam freneticamente para finalizar a estratégia de divulgação da transação, sem saber se o anúncio ocorreria ainda na noite passada ou ficaria para hoje.

 

A unificação criará uma nova empresa com valor de mercado aproximado de R$ 11 bilhões. Na operação, a avaliação da Sadia deve ficar acima de seu valor de mercado, da ordem de R$ 3,5 bilhões.

 

Com a aquisição da Sadia pela Perdigão, será criada uma empresa com faturamento líquido anual superior a R$ 22 bilhões e exportações próximas de R$ 11 bilhões. A empresa resultante disputará com a Oi, após a compra da Brasil Telecom, o terceiro lugar entre as maiores companhias de capital aberto por receita líquida - atrás de Petrobras e Vale do Rio Doce. E estará entre as dez maiores do país.

 

Além das ações na nova empresa, as famílias controladoras da Sadia, Fontana e Furlan, também ficarão com a corretora e o banco Concórdia, para os quais os acionistas tinham planos ambiciosos.

 

O banco tem um contrato, aprovado pelo conselho da Sadia, que lhe dá o direito de explorar toda a cadeia produtiva da empresa em seus negócios, financiando fornecedores e clientes. Esse contrato não tem um prazo definido. Como a Perdigão não tem os mesmos planos que a Sadia para a área financeira, é preciso negociar esses termos. Sem o direito de trabalhar em torno da companhia, o banco perde muito do seu potencial de negócios e terá que encontrar novo foco.

 

Antes de aceitar a venda para a rival Perdigão, a Sadia tentou encontrar sócios interessados em capitalizar a companhia. No entanto, não houve sucesso, dadas as exigências que esses potenciais investidores faziam, tanto em preço como em direitos e novo modelo de governança.

 

Mesmo o BNDES, se aceitasse capitalizar a companhia sem uma fusão, faria exigências como a migração para o Novo Mercado, que na prática também diluiria a família com a conversão de ações preferenciais em ordinárias e a tornaria um bloco importante de sócios mas sem controle.

 

Na verdade, qualquer alternativa de capitalização da empresa, em ações ordinárias, reduziria a participação da família, que detêm 77% do capital votante.
 


Veículo: Valor Econômico

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