Carnes / Peixes
04/05/2009 14:16 - Crise deve afetar margens do setor de carne bovina
Mais alavancadas e expostas ao câmbio que as empresas estrangeiras de carnes, as companhias brasileiras do setor foram mais penalizadas pelos investidores desde o agravamento da crise financeira internacional, segundo estudo do Rabobank. Entre julho de 2008 e março deste ano, as ações das cinco empresas de carnes do país - incluindo aqui Sadia e Perdigão - caíram, em média, 34%. No caso das estrangeiras (uma "cesta" de 13 empresas de seis países), o recuo foi de 27%.
O estudo do banco holandês, apresentado em seminário sobre as perspectivas para o setor de carne bovina, mostra que comparados os dois grupos, as brasileiras (sem Sadia e Perdigão) são mais alavancadas, o que pode ser verificado pela relação dívida líquida sobre EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações). Em 2008, a alavancagem média das nacionais (JBS, Marfrig, Minerva e Bertin, que não está listada em bolsa) foi de 3,7% e das estrangeiras, de 1,9%.
"O Brasil também foi mais penalizado por vender para mercados com mais riscos", observou Paulo Carletti, analista do Rabobank. Os principais clientes da carne bovina brasileira hoje são os países emergentes e boa parte deles sofreu com a restrição de crédito por causa da crise.
Ainda que mais alavancadas, as empresas brasileiras de carne bovina atraem os investidores por serem mais rentáveis que as estrangeiras. A margem EBTIDA das estrangeiras ficou em 6,1% em 2008, segundo o Rabobank. As quatro maiores de carne bovina do Brasil tiveram margem média de 11% e Sadia e Perdigão (chamadas "brasileiras food" no estudo), de 10,3%.
Mas as margens dos frigoríficos brasileiros de carne bovina devem ser menores este ano, principalmente com o recuo das exportações - pela escassez de crédito e queda na demanda em função da crise internacional - , observa Carletti.
Conforme as estimativas do Rabobank, neste ano as exportações brasileiras de carne bovina devem somar 1,7 milhão de toneladas, abaixo das 1,925 milhão de 2008. "Pela primeira vez, em nove anos, haverá queda nas vendas", comenta o analista. O cenário para 2010 ainda é incógnita, mas Carletti lembra que nas crises anteriores (vaca louca e aftosa), houve inicialmente queda na demanda, mas depois as vendas se recuperaram.
Apesar das incertezas de hoje, a expectativa do Rabobank é que, no longo prazo, o Brasil se consolide como o maior fornecedor de carne bovina do mundo, com exportações de 3,5 milhões de toneladas em 2016. Mas até lá haverá uma outra consolidação, que já começou, entre as empresas de carne bovina brasileiras com o agravamento da crise. "Haverá consolidação pela redução do número de empresas", diz o analista. Para Fernando Galleti Queiroz, presidente do Minerva, "a crise internacional acelerou um processo inevitável".
Antes da crise de crédito, o setor ampliou sua capacidade instalada, mas várias empresas entraram em dificuldade quando o dinheiro no mercado sumiu. Segundo o Rabobank, 20% da capacidade instalada de 2008 já foi desativada.
O frigorífico Mercosul é um dos que tiveram de recorrer ao fechamento de fábricas e demissões. Desativou três plantas e hoje abate 2.900 cabeças por dia numa capacidade atual de 4.500 animais. Para Douglas de Oliveira, presidente do Mercosul, a dificuldade de crédito persiste no setor e a oferta de recursos está apenas nos bancos oficiais.
Para Ricardo Florence, diretor financeiro da Marfrig, o BNDES pode colocar mais recursos no setor. Em 2008, o banco injetou R$ 5,2 bilhões nos frigoríficos, diz o Rabobank. Este mês o governo anunciou uma linha para capital de giro de R$ 10 bilhões, lastreada em recursos do BNDES.
Veículo: Valor Econômico

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